Picada de Goiás


Francisco Eduardo Andrade iniciou sua participação pela definição do enfoque a ser dado que seria analisar a rota em termos de relações de poder e econômicas, bem como em termos de constituição de uma territorialidade da Capitania e depois Província de Minas Gerais. 


Explicando que a região abordada está localizada a oeste das nascentes do Rio São Francisco, declarou que o espaço já era explorado antes do início do período da mineração, contando com fazendeiros e vaqueiros que da rota da Bahia e de Pernambuco buscavam as nascentes do dito rio, incluindo o curso do Rio das Velhas, afluente daquele. Há também notícias de entradas de paulistas para o apresamento de indígenas, mais frequentes nas últimas décadas do século XVII. Assim é que, tanto as atividades pastoris como a busca do ouro e a caça aos naturais da terra, estimulavam o avanço em direção aos sertões mais interiores da América portuguesa. Donde há que se considerar as ligações históricas de Minas com Mato Grosso e Goiás, origem de conflitos de jurisdição entre Minas e Goiás no século XX.

Lembrou, também, que as atividades econômicas desenvolvidas nas Comarcas do Rio das Velhas e do Rio das Mortes promoviam a expansão pela região a oeste do São Francisco. Com o descobrimento do ouro pelos paulistas no início do século XVIII, o processo de povoamento daquele sertão ampliou-se significativamente. As tradicionais trilhas indígenas foram refeitas com novos propósitos. O interesse de vários grupos, como jornaleiros, faiscadores ou senhores de avultada fortuna era, além de encontrar descobertos lucrativos de ouro ou terra para pastoreio e plantio, apropriar-se dos ganhos provenientes do comércio legal de gêneros e escravos, ou do contrabando nas rotas coloniais importantes. 

Na década de 1730, em função das possibilidades lucrativas desta rota do oeste, os arrematantes dos contratos de cobrança das taxas de entrada de gêneros e escravos na Capitania de Minas Gerais, os sertanistas Matias Barbosa da Silva e José Álvares, de Vila Rica, buscaram autorização dos governantes para abrirem um caminho na rota para Goiás. Junto a eles, dois outros nomes poderosos da Vila do Carmo, atual Mariana. Eram eles Caetano Álvares Rodrigues e Maximiano de Oliveira Leite. 

Soubemos, assim, que a abertura da rota para Goiás obedeceu ao mesmo modelo do Caminho Novo, ou seja, as trilhas já existiam e foram apenas melhoradas por aqueles que a história tradicional cita como abridores do caminho. Citando o parentesco de Maximiano de Oliveira Leite com Garcia Rodrigues Paes, Francisco Andrade brincou dizendo que parece uma novela: muda o cenário, mas os personagens são sempre os mesmos. O acordo com o governador só foi estabelecido em 1736, sob a alegação de que os associados do empreendimento pretendiam favorecer o comércio legal, evitando-se os extravios. Entretanto, sabe-se que eles também participariam do contrabando. As alianças entre os membros do grupo e o poder basearam-se em laços de amizade e parentesco. Este aspecto, que hoje é visto como tráfico de influência, na época era uma prática absolutamente natural.

Neste ponto o palestrante lembrou que era uma forma de manter a competição entre os poderosos, no sentido da emulação, ou seja, uns buscando suplantar os outros não para destruí-los, mas para atingir fortuna maior e, consequentemente, alcançarem um patamar mais alto na escala de poder. Não havia interesse em destruir o outro pela simples razão de que possuir mais do que alguém despossuído não significaria uma vitória. 

Matias Barbosa, Caetano Álvares Rodrigues e Maximiano Oliveira Leite eram proprietários de terras e escravos e moravam na região do Carmo Abaixo. Matias Barbosa era português e chegou às Minas na época dos primeiros descobrimentos de ouro, tornando-se rico fazendeiro, negociante e minerador, fazendo valer seus interesses junto à justiça local. Foi, ainda, arrematante de dois contratos de direitos de Entrada na Capitania, o que lhe permitiu reforçar o caixa. O contratante José Álvares foi tão importante que se destacou até na praça de Lisboa, durante o período pombalino, participando de 17 contratos régios. 

Francisco Andrade ressaltou que os agentes pretendiam muito mais do que o alegado oficialmente, já que se assenhoraram de várias atividades na rota e nos encontros de rios, sempre obtendo altos lucros. Mas além dos senhores acima citados, outros poderosos da Capitania do Rio das Mortes, como Manoel da Costa Gouvêa, Manoel Martins de Melo e Francisco Bueno da Fonseca, intentaram participar das mesmas oportunidades, fazendo atalhos para a picada daqueles. Pretenderam, também, terras e possibilidades de lucro. Foram, porém, cautelosos em relação a disputas com os senhores da Comarca de Vila Rica. 

As autoridades sempre descreveram a região oeste como problemática, com quilombolas e outros viandantes que ficavam circulando por ali, causando receio aos trabalhadores e fazendeiros. Com a criação da Capitania de Goiás, aumentaram as tensões sociais naquelas localidades, resultante da entrada constante de sesmeiros, mineradores, faiscadores e artesãos.

O palestrante destacou que a Picada de Goiás favoreceu a entrada de uma população pobre que foi se juntando em pontos estratégicos de uma rota com boas possibilidades de lucro, legal ou ilegal, especialmente porque o caminho de São Paulo também passava por ali. Assim, tudo o que saía de São Paulo, Rio de Janeiro e Vila Rica, demandando o interior, transitava pela rota. Os mais pobres, geralmente artesãos como sapateiros e carpinteiros, ou ferreiros e pequenos comerciantes, procuravam um lugar que lhes permitisse ganhos. Os mineradores, por sua vez, dependiam destes profissionais.

Os senhores de Vila Rica fundaram arraiais e capelas na região, onde estabeleceram dirigentes de sua confiança, os quais exerciam múltiplas atividades de interesse pessoal. Os senhores tiveram poder até mesmo para convencer o bispo de Mariana a elevar tais capelas a sedes de paróquias, causando novos conflitos. Como exemplo deste modelo de nascimento de uma freguesia, foram citadas Tamanduá e Oliveira.

Além dos conflitos de interesses com os senhores da Comarca do Rio das Mortes, houve também conflito com os interesses paroquiais desta mesma Comarca. Foi citado um capelão de Tamanduá, apadrinhado do grupo de Vila Rica, que abriu filiais em toda a região, montando uma rede de capelães a ele subordinados, invadindo a jurisdição das Comarcas vizinhas.

Concluindo, Francisco Oliveira declarou que ocorreu uma grande rede econômica e política bancada pelos interesses eclesiásticos.

Anterior               Próxima

Belmiro Braga, um escritor à beira do Caminho Novo


Após o intervalo para almoço, a professora Leila Barbosa apresentou um histórico sobre Belmiro Braga, resultado de um trabalho realizado em conjunto com Marisa Timponi, que teve como objetivo resgatar a memória do escritor, um timoneiro da Academia Mineira de Letras.

A opção da palestrante foi pela abordagem de Belmiro Braga como o poeta da beira do Caminho Novo. Inicialmente falou sobre o nascimento do poeta na cidade que hoje leva o seu nome, e que tem origem na Fazenda Boa Vista, à margem do Caminho Novo, no primeiro trecho em que adentra as Minas Gerais.

 Foram apresentadas algumas obras do escritor, todas falando em caminho, em variados sentidos. No decorrer da palestra, outras informações sobre o poeta foram sendo inseridas, como a rápida trajetória escolar em Juiz de Fora e a passagem por Muriaé e Tombos do Carangola.

Uma das curiosidades sobre a vida do escritor foi o fato de comprar os livros e desmanchá-los para que fizessem menos volume e os capítulos pudessem ser levados ao ambiente de trabalho, sem chamar a atenção do patrão. 

Sempre ressaltando a verve satírica do escritor, uma fina ironia que se tornou conhecida com a volta para Juiz de Fora, quando começou a publicar seus escritos nos jornais O Pharol e Correio de Minas, Leila Barbosa informou que a obra de Belmiro Braga é múltipla, com textos em versos, em prosa e peças teatrais. 

Na literatura como na crítica, disse Leila, o caminho não é apenas o lugar por onde as pessoas passam. Tem um valor simbólico e toda a vida de Belmiro Braga pode ser comparada a um caminho, ou uma caminhada poética e ideológica. Quando ele fala da estrada da vida, usa linguagem metafórica para marcar seu lugar no mundo. 

Foi lembrado também que o trem, um meio de transporte muito querido pelos mineiros, foi mencionado pelo poeta em alguns escritos. Detendo-se na ironia em Belmiro Braga, foi destacada a diferença em relação à ironia de outros literatos, como no trecho em que ele escreve que Mar de Espanha é um mar que nunca tem peixe nem água. Ou quando escreve o que seria uma espécie de testamento, definindo como quer que seja seu sepultamento.

A palestra de Leila Barbosa nos fez refletir sobre o personagem Belmiro Braga, ligado por nascimento ao Caminho Novo e que usou figuras de linguagem sobre caminhos em diversas poesias que foram lidas.

Linguagem dos Sinos


A última fala da manhã do dia 19 de agosto foi de Jairo Braga Machado, sobre esta manifestção cultural da qual São João del Rei é uma das referências. Isto ocorre em função da singularidade que a distingue em relação a outras localidades. Informou que em 2009 o Conselho do Patrimônio do IPHAN esteve na cidade para o registro do Toque dos Sinos como bem cultural imaterial.


O palestrante comentou o conceito de linguagem como sendo um código que determinada parcela de uma comunidade seja capaz de decodificar. Chamou a atenção para o fato de que não bastaria tombar o bem se a comunidade dele não se apropriasse. No caso em pauta, as Irmandades de São João del Rei mantém uma dinâmica extraordinária, representando um dos pilares fundamentais para a preservação não só da Linguagem dos Sinos como das edificações antigas, especialmente das igrejas.


Outro destaque foram os meninos e jovens da cidade que se apropriam dos espaços do fazer cultural da maneira mais digna possível. O que o leva a reafirmar que o tombamento é importante sim, mas se não houver o comprometimento da comunidade, o bem ou a prática cultural estará fadada ao desaparecimento.


Declarando-se preocupado com a preservação, Jairo Machado alertou para a necessidade de envolver os moradores e que se “Tiradentes, o alferes, é um espírito em movimento”, o toque dos sinos em São João del Rei desperta a lembrança de um tempo em que todas as atividades manuais eram exercidas pelos escravos, legando-nos um patrimônio cultural valiosíssimo.


Os atuais moradores de São João del Rei, vivendo numa época em que o aparato tecnológico está ao alcance de todos, não se esquecem do seu passado e se apropriam de instrumentos medievais de comunicação. Quando os sinos são tocados, sabe-se o que está acontecendo. Se foi um homem ou mulher quem morreu, a qual Irmandade pertencia, qual era o grau ocupado dentro da Ordem ou Confraria, e muitas outras informações sobre o fato são depreendidas da linguagem dos sinos.


No prosseguimento, Jairo Machado esclareceu que o tombamento do Registro de um bem imaterial é o instrumento prioritário para garantir-lhe a perpetuação. Investir na manutenção da prática e dos sinos é papel do Estado. E convidou a plateia a refletir: o que é importante no toque dos sinos, o sino ou o sineiro? E ele mesmo respondeu ser o sineiro, acrescentando a vivência dos meninos de São João del Rei, muitas vezes moradores da periferia, que são capazes de responder aos cantos em latim do padre, e sabem explicar ao leigo o que está sendo cantado.


Falou de sua decepção quando, visitando a Torre dos Clérigos, na cidade do Porto, Portugal, observou que os sinos são tocados através de um interruptor, tirando parte da magia da prática. Muito diferente do que ocorre em São João del Rei, onde a comunidade a tem perpetuado pela atuação fundamental do sineiro. Declarou ter catalogado 29 modalidades de toques, como aviso de incêndio, chamada do sacristão, aviso de morte e outras.


Ao encerrar sua participação, foi lembrado, que ao final deste primeiro dia do Encontro a plateia teria oportunidade de assistir ao vídeo produzido por Jairo Machado, sobre a Linguagem dos Sinos.

ANTERIOR                   POSTERIOR

O mito da decadência de Minas Gerais no século XIX


Afonso Alencastro Graça Filho iniciou sua apresentação ressaltando que embora seja um tema já ultrapassado na nova historiografia mineira, ainda há alguns autores resistindo às evidências de que a Capitania de Minas Gerais, com o declínio da mineração, não viveu um momento de miséria terrível ou de uma decadência assombrosa.


Lembrou que Celso Furtado, cuja obra ainda é muito considerada, marcou a geração de uma época anterior às novas metodologias. Portanto, a visão daquele autor de que Minas teria vivido a maior retração econômica das Américas, e que só se recuperaria com a introdução do café, na segunda metade do século XIX, é uma postura tradicional que se perpetuou e que a nova historiografia de Minas Gerais tem descartado.


Em 1979, Maria Yeda Linhares publicou palestras que havia feito em Minas Gerais, questionando as evidências da decadência e sugeriu aos pesquisadores que voltassem seus olhos para a dinâmica da história econômica, olhando para a economia de abastecimento, ou seja, a pecuária e a lavoura de alimentos. Estes aspectos tinham sido desconsiderados pela antiga historiografia. Além disso, a autora se referiu ao escravismo que teria contribuído para um consumo atrofiado, pela falta de condições daquela fatia da população. Foi, portanto, um chamado para que as pessoas fizessem pesquisas mais aprofundadas, observando se o impacto da crise do ouro havia sido geral em Minas Gerais ou localizado nas áreas mineradoras, e que levassem em consideração a economia de abastecimento.


Afonso Alencastro prosseguiu lembrando que alguns autores, como Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior, haviam percebido que, mesmo se tivesse ocorrido uma queda consequente ao ocaso da mineração, uma parte de Minas teria se salvado. No caso, seria o Sul de Minas que, em tempos remotos, era a Comarca do Rio das Mortes. Sendo assim, a região de São João del Rei, que foi cabeça da Comarca, é um lugar privilegiado para se falar da História de Minas Gerais.


Com o alerta de Maria Yeda Linhares, os estudos começaram a ser redirecionados nos anos de 1980. Muitos nomes de destaque da historiografia desde então atenderam ao chamado e passaram a trabalhar em busca da diversidade de atividades econômicas, da transformação do trabalho e se tornaram referência para a visão de Minas como exportadora de alimentos para outras capitais. Entre os autores citados, estão Roberto Martins, Douglas Libby, Robert Slenes e Alcir Lenharo.


O ponto levantado por Roberto Martins era como Minas teria preservado a maior população de escravos numa economia em decadência. A partir daí, para responder a esta questão demográfica, houve um movimento de busca da resposta. Roberto Martins concluiu que não havia grandes trocas comerciais com outras capitanias. Douglas Libby demonstrou a grande diversidade de atividades econômicas.


O palestrante mencionou que uma das hipóteses levantadas para o grande número de escravos é que seria um resíduo do auge da mineração e que teria havido uma reprodução endógena da escravaria. Slenes e Lenharo acrescentaram que as relações externas de Minas Gerais não eram desprezíveis. Com os olhares voltados para as listas nominativas de habitantes de 1831, os pesquisadores verificaram que a maioria dos fogos não contava com escravos e, entre os que possuíam escravos, metade tinha até 5 indivíduos em tal condição. São, portanto, raras as grandes escravarias.


Lembrando que a consulta às fontes primárias é fundamental para o trabalho do pesquisador, Afonso Alencastro mencionou o professor João Fragoso, em cuja tese de 1992 é informado que, entre 1825 e 1830, 43% dos escravos saídos do Rio de Janeiro foram direcionados para Minas. Como seria possível se este foi justamente o período em que a antiga historiografia definiu como o da terrível decadência?


Foi informado que a análise da economia de mercado é o grande elemento de revisão do funcionamento geral da economia colonial brasileira, mas que apesar dos caminhos da nova historiografia, ainda existem resistentes, embora minoritários, que insistem na visão já ultrapassada. Neste caso, foi citado Wilson Cano, que persiste na linha da decadência pós-mineração.


Encerrando sua fala, o palestrante ressaltou que as antigas obras sobre o ciclo do ouro esconderam outros aspectos da história mineira como, por exemplo, a concessão de cartas de sesmaria a demonstrar que a mineração conviveu com significativa produção de alimentos. Exortou a todos para a necessidade de encarar a historiografia com mais seriedade, realizando pesquisas embasadas em fontes primárias, com a exploração exaustiva do que dizem tais fontes, para verificar como foi realmente o passado de Minas Gerais.

ANTERIOR                   POSTERIOR

Caminhos de Dentro


Geraldo Barroso de Carvalho nasceu em Cipotânea, cidade cortada por uma linha reta imaginária que vai do Rio de Janeiro a Ouro Preto. Entrevistando antigos tropeiros, teve a curiosidade despertada pela expressão ‘caminhos de dentro’ e passou a estudar o assunto. Observou que o Caminho Novo representava um desvio significativo para oeste, podendo indicar que o percurso teria sido definido para beneficiar proprietários ou para atingir São João del Rei. Por outro lado, no leste a mata era fechada e havia por ali tribos de indígenas rebeldes.
Os moradores da região a leste do Caminho Novo cuidaram de buscar alternativas. Na altura de Simão Pereira, começaram a abrir trilhas no sentido que lhes seria útil: Mar de Espanha, Rio Novo, Rio Pomba, Mercês, Cipotânea, Lamin, Catas Altas, Lamin e Ouro Preto. O nome que se deu a tal percurso foi exatamente Caminho de Dentro, denominação utilizada para outros caminhos próximos.

Entretanto, a Coroa proibiu que se abrissem trilhas do lado leste do Caminho Novo, por receio da evasão do ouro. Observa-se, entretanto, que os tropeiros não obedeceram à legislação e começaram a abrir trilhas e construir pontes para facilitar o acesso. Tais trajetos passaram a ser chamados de Descaminhos do Ouro. Aos poucos as trilhas foram se unindo e criou-se uma estrada muito mais retilínea do que o Caminho Novo.

Dr. Geraldo Barroso concentrou-se na região do Alto Rio Doce por ter ali encontrado fontes orais bastante coerentes. Observou que por ali existiu um pequeno desvio para oeste, cujo objetivo parece ter sido contornar uma serra de difícil transposição, que separa Mercês de Alto Rio Doce. Neste local nascem afluentes do Rio Paraíba do Sul como o Rio Pomba e do outro lado, afluentes do Rio Doce, como o Xopotó.

Aos poucos foram surgindo outros ‘caminhos de dentro’ que foram mostrados em cartografia, comprovando que a Coroa tinha razão porque estas vias tornavam relativamente simples para os contrabandistas se desviarem do Caminho Novo antes do Registro, e o retomarem mais adiante. Ressaltou, porém, que os caminhos foram abertos para tornar viável o escoamento da produção local como o mel, a cachaça e o açúcar. 

Foram apresentadas imagens da bacia do Xopotó, onde algumas variantes foram abertas. A seguir, através de latitude e longitude das localidades abrangidas pelos Caminhos de Dentro, foi demonstrada a distância em que estavam do Caminho Novo.

Projetada a imagem de uma tropa, o palestrante discorreu sobre a composição e função dos que escoavam a produção local e traziam de volta os produtos necessários aos moradores. Lembrou da preocupação dos tropeiros em fugir dos assaltos que eram frequentemente relatados e citou um destes assaltantes, um padre, preso em Ouro Preto e dali evadido em pouco tempo, sendo posteriormente assassinado em Além Paraíba. Este padre era capelão até 1825, quando passou à deplorável prática no Caminho Novo. 

Quando surgiram as ferrovias, os Caminhos de Dentro facilitaram o acesso às estações daquela região. Saindo de Cipotânea, os tropeiros pernoitavam em Alto Rio Doce e no dia seguinte atingiam Mercês.

A seguir foram mencionados dois viajantes estrangeiros que deixaram relatos sobre sua passagem pela região estudada: George Gardner e Herman Burmeister.

Geraldo Barroso encerrou sua participação contando uma curiosidade. Um tropeiro adquiriu dez burros novos e os batizou com nomes que começavam com a letra“P”: Penacho, Peixão, Passo-Preto (Pássaro-Preto?), Pirante, Paraná, Piraí, Panorama, Piano, Pensamento e “Paixonado” (Apaixonado).

O Direito e o Patrimônio Histórico


Alex Guedes dos Anjos estruturou sua fala a a partir da luta para salvar a Fazenda do Registro Velho, em Barbacena.


Iniciando, alertou para a necessidade de envolvimento da comunidade, uma vez que o poder público, sozinho, não dá conta e necessita da colaboração dos moradores para preservar o patrimônio cultural, do qual o patrimônio histórico representa apenas uma pequena parte.


Inventariar é catalogar, disse Alex, produzindo uma parte do processo de registro de bens patrimoniais mencionado na Constituição Federal. Para além do registro, são necessárias a vigilância e fiscalização dos bens, para que sejam preservados.


Sendo o tombamento o meio de proteção mais conhecido, é preciso observar que não se confunde com a desapropriação por representar apenas uma restrição aos direitos de propriedade, com o objetivo de preservar ou perenizar o bem em questão. Um bem tombado não passa a ser público, não se transformando necessariamente em objeto de visitação.


Entre as restrições mencionadas está a de impedir alterações, dar preferência na venda para a entidade que promoveu o tombamento e cuidar da conservação. O que remete a uma das principais dificuldades: falta de recursos do proprietário para fazer a manutenção.


O poder público pode aceitar doações de patrimônio e investir na sua conservação, beneficiando a sociedade. O legislativo pode criar leis específicas de proteção e é possível buscar ajuda também no poder judiciário.


Para o tema proposto, é mais importante tratar da Ação Civil Popular por ser a Pública restrita aos órgãos governamentais. Qualquer cidadão pode propor uma Ação Popular de preservação. Foi destacado que cidadão é aquele que está com suas obrigações eleitorais em dia e que a ideia da Ação Popular remonta ao Império Romano, não sendo, entretanto, regulamentada no Brasil senão a partir do século XX. Independe de reunião ou de abaixo assinado, podendo ser impetrada de forma individual. “Se a Ação Popular impetrada por um cidadão qualquer ensejar algo realmente a ser perscrutado pelo Poder Público, o cidadão fica livre de qualquer ônus e sucumbências. Mais especificamente ainda dizendo, se o autor não esconder qualquer motivo escuso e de proveito pessoal ao impetrar a ação para proteção de um bem patrimonial histórico, ela é totalmente livre de custas”, disse Alex.A responsabilidade de todo bem é prioritariamente do seu proprietário, mas pode ser transferida ao poder público nos casos de falta de meios daquele.


Quanto ao patrimônio histórico, foi esclarecido que não abrange apenas os bens tombados, mas tudo aquilo que se relacione à formação e realimentação da identidade de um povo. Sabendo-se de algum bem patrimonial com relevância histórica ou cultural que esteja abandonado, qualquer cidadão pode procurar a justiça para pedir proteção adequada.


Dados os esclarecimentos, Alex Guedes dos Anjos passou a relatar a Ação Popular de que foi autor, buscando a restauração da Fazenda do Registro, em Barbacena. Foram apresentadas fotografias do imóvel em diversos momentos, culminando com o estado deplorável em que se encontrava recentemente. Enquanto as fotografias eram projetadas, o palestrante discorria sobre o histórico da propriedade, mencionava os viajantes estrangeiros que por lá passaram e outras ocorrências de que foi palco, como a provável partida dos contendores por ocasião da Revolução de 1842.

Lembrou que, pelo estado em que se encontra uma propriedade com tantos vínculos importantes com a história de Minas e do Brasil, pode-se dizer que não foi somente a casa de Tiradentes que foi condenada a desaparecer, mas também esta fazenda na qual o Inconfidente esteve tantas vezes.

Ao final de sua intervenção, informou que o caso teve tanta repercussão que gerou o envolvimento da Prefeitura de Barbacena, que assumiu as obras emergenciais para preservar o que ainda resta do imóvel. As obras estão em andamento e o proprietário o nomeou procurador para fazer a doação a quem se encarregue de sua manutenção.
ANTERIOR          POSTERIOR

A Origem do Arraial da Igreja Nova


Tema abordado pelo professor Wilton Ferreira de Souza que iniciou a fala citando versões sobre o surgimento do arraial. Uma delas dá conta de que algumas pessoas chegaram ao local, o alto do morro, e resolveram erigir uma igreja. Mas havia nas imediações alguns sesmeiros ou ocupantes do local que de imediato aceitaram a ideia, dizendo que o terreno não era deles e que a construção não só da capela mas também de casas de moradia resolveria uma discussão que já vinha ocorrendo, com diversos moradores querendo a igreja em suas próprias terras.



Entretanto, ressaltou Wilton, a partir do momento em que se começou a organização do arraial, Estêvão dos Reis e um sobrinho dele começaram a criar problemas. Alegaram que cederam terreno próprio, contrariando a conversa anterior. Foram, então, até Ouro Preto e pediram que o local fosse incorporado à sesmaria deles. E passaram a alegar que haviam permitido a construção da capela mas não de casas e que se estas fossem erigidas eles exigiam que o comércio lhes pertencesse.


Para Wilton, a ocorrência foi uma escaramuça, uma questão de avareza, que o leva a pensar numa outra hipótese para o surgimento da Igreja Nova: as relações igreja-estado e a nobilitação procurada pelos então moradores locais. Seriam pessoas em busca de escalada social. 


O palestrante se baseia em Francisco Eduardo de Andrade, cuja palestra ocorreu mais tarde, para informar que os memorialistas dizem que a capela era erigida e a partir dela surgia o arraial. Entretanto, pesquisas detalhadas demonstraram que a capela era construída em função do que já existia no local, como um entroncamento de caminhos e o mobiliário urbano que na época fazia parte deles. No caso da Igreja Nova, ali já existia o Registro e uma vida social e econômica em seu entorno, como fatos geradores da necessidade de construção de um local para a prática religiosa, contrariando, desta forma, o que dizem os memorialistas.


No mesmo sentido foi apresentada uma análise da noção de que os construtores da capela teriam uma espécie de plano de edificação do povoado. Um dos argumentos é uma carta dirigida pelos moradores ao Rei, alegando que o local era visitado frequentemente por pessoas perturbadoras da ordem. Oras, pergunta Wilton, como poderiam querer construir uma capela em local tão inadequado? E ele mesmo responde que há indícios da influência da missão pacificadora da Igreja, de ordenar e evangelizar os moradores locais. Donde o interesse de formação do arraial seria não só da Igreja como dos potentados da região.


Wilton Ferreira de Souza ressaltou que o doador de terras para constituição do patrimônio do santo protetor adquiria alguns direitos, sendo o mais evidente a aproximação com o aparelho da igreja que era também um aparelho de Estado. Ou seja, o doador usava desta estratégia para se aproximar do poder. Todos queriam este acesso. Portanto, doação era uma atitude planejada para a escalada social.


Prosseguindo, foi abordada a questão denominada ‘economia do dom’, ou seja, quem faz alguma doação é automaticamente nobilitado. Quem faz mercê à Igreja tem como benefício o acesso a um novo patamar na sociedade. Naquela época, quem quisesse se nobilitar deveria, antes de mais nada, viver como nobre. Neste processo, o interessado poderia ser até um oficial mecânico, por exemplo, mas não poderia viver como tal. Esta seria a razão para os casos de pessoas que construíram fortuna e a perderam no momento em que passaram a utilizá-la para sustentar uma vida de nobre.


Concluindo sua apresentação, o professor Wilton reforçou a opinião de que o surgimento de um arraial, e especialmente da Igreja Nova, teria sido uma questão de negócio, envolvendo de forma evidente o processo de escalada do poder. Reiterou haver indícios de que a parcela mais abastada daquela população teria interesses na formação do povoado, o que coloca em campos opostos a opinião de memorialistas e dos estudiosos que pesquisaram o tema.

ANTERIOR                        SEGUINTE

Antigas ligações entre os Caminhos Novo e Velho na região das Vertentes


A segunda palestra do dia 19 de agosto ficou a cargo de Francisco Rodrigues de Oliveira.

Foi apresentada cartografia do Caminho Velho e Novo e explicado que o Velho era vulnerável no trecho marítimo do Rio até Parati, frequentado por piratas. Além disso, o percurso total consumia até três meses de deslocamento, enquanto pelo Caminho Novo era possível ir do Rio a Vila Rica em um mês. 
 Mapa da Estrada Imperial
Acervo do Arquivo Público Mineiro

Demonstrando que, no início de cada um, havia uma boa distância a separá-los, ressaltou que ao entrar em Minas as duas vias iam se aproximando até se unirem na altura de Conselheiro Lafaiete. Na parte inferior da Serra da Mantiqueira a mata era fechada. Já no Campo das Vertentes, região que abrange São João del Rei e Barbacena, só existia mata nas margens dos rios, as chamadas matas ciliares. As demais áreas do campo eram cobertas por vegetação rasteira, com árvores esparsas. 

Esta condição lhe parece ter favorecido o surgimento de várias trilhas, anteriores à abertura dos Caminhos Velho e Novo, resultando em que ambos tenham sido, na verdade, o alargamento de vias já existentes. Ressaltou que o índio, por não conhecer o cavalo, teria aberto trilhas bem estreitas. Advindo a necessidade de transporte de carga, em lombo de animais, tornou-se imperioso transformar aquelas picadas em passagens que permitissem o trânsito de um animal com cargas dispostas dos dois lados.

Citou os viajantes estrangeiros que passaram pela região nos séculos XVIII e XIX, buscando responder a curiosidade dos europeus. A partir da vinda da Família Real Portuguesa em 1808, surgiram as expedições científicas, com objetivos mais específicos.

Outros mapas foram apresentados. Um deles, do final do século XIX, com as condições geológicas de Minas. Em seguida um mais recente, já contando com a tecnologia da fotografia aérea.

A imagem de um rancho despertou curiosidade na plateia, sendo explicado que era uma cobertura de sapé sobre quatro esteios que servia para abrigar os viajantes. Os estrangeiros reclamavam do desconforto e dos bichos de pé e carrapatos, além do hábito dos tropeiros de cantarem durante a noite inteira depois de passarem o dia todo trabalhando duro. 

Francisco Rodrigues de Oliveira explicou também que o proprietário construía o rancho a pequena distância de sua casa, onde só se hospedavam as autoridades que por ali passassem. Para os demais, que ficavam debaixo daquela cobertura, nada era cobrado pela estadia, mas pela venda de alimentos, especialmente o milho para os animais.

Em seguida discorreu sobre a forma como eram desenhados os mapas no final do século XIX. Chamada triangulação, consistia em alcançar um determinado ponto elevado que permitisse a visualização de outro ponto de mesma altitude. Medindo-se a distância entre os dois pontos, através de um aparelho de medição de ângulos era possível completar o terceiro lado do triângulo. Fazia-se, então, um levantamento de detalhes da área medida. De cada triângulo composto partia-se para suas interseções.

Foi citada a Várzea do Marçal, localidade próxima a São João del Rei, que foi o ponto de início da medição naquela região. E explicando como o trabalho era realizado, Francisco Rodrigues de Oliveira destacou que os encarregados da operação eram engenheiros dos quais se exigia também boa capacidade de expressão gráfica para registrar em papel os componentes encontrados. Além disso, havia uma turma para fazer a medição linear entre dois pontos e outra turma fazendo a mesma medição no caminho inverso, tirando-se a média dos dois resultados encontrados.

Além de Cunha Matos, o cronometrista do Caminho Novo, Francisco Rodrigues de Oliveira mencionou em sua palestra os viajantes Antonil, Tavares de Brito, Costa Matoso, Saint Hilaire,  Langsdorff e Richard Burton, personagens que passaram pela região e com suas descrições contribuíram para que as informações chegassem até nós.

ABERTURA DOS TRABALHOS                                                 PALESTRA SEGUINTE

João Rodrigues: centenário de nascimento

Nasceu no dia 23 de agosto de 1911, no Sítio Puris, em Leopoldina. Neto e bisneto de antigos moradores do então Feijão Cru, foi criado num lote da Colônia Agrícola da Constança.
Informações biográficas em texto de seu filho José do Carmo, disponível neste endereço.

Abertura do Segundo Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo

Com a colaboração dos amigos Silvia Buttros e Francisco de Barros, serão aqui publicados relatos do Segundo Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo.

Iniciado no dia 19 de agosto de 2011, desta vez promovido pelo escritório do IPHAN em São João del Rei, sob a direção de Jairo Braga Machado, este Segundo Encontro veio solidificar o projeto inicialmente desenvolvido pelos membros do Centro de Memória Belisário Pena e pela Associação Cultural do Arquivo Histórico Municipal Professor Altair Savassi - Acahmpas, entidades de Barbacena, Minas Gerais.

Iniciando os trabalhos, Luiz Mauro Andrade da Fonseca falou sobre a informalidade do Encontro, para o qual as pessoas vão espontaneamente, fazem a inscrição na hora, as despesas são socializadas e os palestrantes não recebem cachê. Ressaltou que o público é diferenciado, não é um público leigo. São pessoas que acompanham as palestras com muita atenção. 

O objetivo do encontro, disse o Dr. Luiz Mauro, é promover uma reunião de pesquisadores que apresentam os temas que estudam para compartilhar com os demais as suas experiências. Comparecem pessoas vinculadas a universidades ou não, genealogistas, pessoas voltadas para a preservação do patrimônio cultural, memorialistas etc. E mesmo os que não estão diretamente ligados ao tema, acabam se interessando dada a espontaneidade com que são abordados os assuntos.

Destacou que há o cuidado de evitar a repetição desnecessária do que está publicado em livros, por não ser de interesse a apresentação de assuntos já estabelecidos, mas de pesquisas regionais, autênticas, que ajudam a progredir. O Caminho Novo foi escolhido por mote dos Encontros, o que não impede de serem abordados todos os caminhos de Minas, como a Picada de Goiás e outros que nos ajudam a compreender a história de Minas e do Brasil. 

Explicou que ele e Francisco Rodrigues de Oliveira trabalham com sesmarias há cerca de 20 anos, e que a maior dificuldade sempre foi com a toponímia. Como exemplo citou o nome Cuiabá que aparece nas cartas e evidentemente não se refere à cidade do Mato Grosso. Ou seja: são documentos que trazem topônimos pouco conhecidos pelos pesquisadores. Motivo pelo qual foi convidada a professora Maria Cândida Seabra para falar sobre Toponímia da Comarca do Rio das Mortes, o que certamente permitirá um grande salto na pesquisa dele e de Francisco Rodrigues de Oliveira.

Luiz Mauro deu boas vindas e agradeceu a presença de todos, desejando que formem uma confraria de amigos que facilitem o avanço das pesquisas de uns em contato com as experiências dos outros. Agradeceu também ao Presidente da Academia Sanjoanense de Letras, José Cláudio Henriques, que compareceu acompanhado pela secretária da instituição, Zélia Maria Leão Terrell, pela cessão do espaço para a realização do Encontro.

Em seguida, passou a palavra a FranciscoRodrigues de Oliveira, com o tema Antigas ligações entre os Caminhos Novo e Velho na região das Vertentes.

Cristóvão Lammoglia: centenário de nascimento

20 de agosto de 1911 - Nasce em Leopoldina, filho de Francisco Alves Lammoglia e Luiza Guersoni.
Seu pai nasceu no distrito de Campo Limpo, hoje Ribeiro Junqueira, onde parte dos italianos da família Lammoglia se estabeleceu no final do século XIX. Sua mãe nasceu em São Paulo, filha do italianos Massimiliano Guersoni.

Luiza Montes: centenário de nascimento

Nasceu em Leopoldina no dia 19 de agosto de 1911, filha de Moysés de Rezende Montes e Baldoina Brasilina de Oliveira. Seu pai era neto paterno do povoador Bernardo José Gonçalves Montes.
Luiza casou-se, em 1929, com Murilo Rodrigues Pinto. Ela faleceu em 2002.

Celeste Bedin: centenário de nascimento

11 de agosto de 1911 - Nasce em Leopoldina, filha de Florindo ou Olímpio Bedin e Maria Carraro.

Programa do Encontro de Pesquisadores



Dia 19 – sexta

(Exposição e venda de livros – Livraria Quarup (Juiz de Fora) – diariamente no encontro)

8:00h – Abertura – Inscrições
8:30h – Mesa-redonda “Pesquisadores de Barbacena”: 1) “Anais do Primeiro Encontro” – Prof. Luiz Mauro Andrade da Fonseca (CMBP); 2) “Antigas ligações entre os Caminhos Novo e Velho na região das Vertentes” – Prof. Francisco Rodrigues de Oliveira ( ACAHMPAS); 3) “A origem do arraial da Igreja Nova” – Prof. Wilton Ferreira de Souza (História); 4) “O Direito e o Patrimônio Histórico- Case da Fazenda do Registro Velho” – Dr. Alex Guedes dos Anjos e Edson Brandão.
9:30h – “Caminhos de Dentro” – Prof. Geraldo Barroso de Carvalho (CMBP).
10h – “O mito da decadência de Minas Gerais no século XIX” – Prof. Afonso Alencastro Graça Filho (UFSJ).
10:30 – Café
10:45h - Visita dirigida a fontes primárias para pesquisa em São João Del Rei
- Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) – São João Del Rei.

12:30 - Almoço

14:00h – “As cidades históricas para além dos limites territoriais do tombamento” – Prof. Everaldo Batista Castro (UFOP).
14:30 – “Picada de Goiás” – Prof. Francisco Eduardo de Andrade (UFOP).
15:00 - “A paisagem econômica do Caminho Novo pelo olhar dos viajantes"  – Prof. Otávio Soares Dulci – (UFMG).
15:30 – “Plantas Medicinais na Estrada Real” – Prof.a Maria das Graças Brandão (UFMG).
16:00h – “Cartografia da região das Minas Gerais” – Prof. Antônio Gilberto da Costa – (UFMG).
16:30h – “Cartografia histórica, arte e técnica dos mapas da América Portuguesa” – Prof.a Márcia Maria Duarte dos Santos – (UFMG).
17:00h –“Toponímia da Comarca do Rio das Mortes” – Prof.a Maria Cândida Seabra (Belo Horizonte).
17:30 - “Itinerário do Caminho Novo – Juiz de Fora” – Prof. Wanderlei Tomaz (Biblioteca Pública de Juiz de Fora).
18:00h – “Preservação da histórica Fazenda da Mantiqueira” – Engenheiro Roberto Amado (Santos Dumont).
18:30h – Belmiro Braga, um escritor à beira do Caminho Novo – Prof.as Leila Barbosa e Marisa Timponi (Academia Juizforana de Letras).
19:00h - Prof. Leonardo Oliveira Barreto, superintendente do IPHAN (Belo Horizonte) / Jairo Braga Machado (SJDR) – “Linguagem dos Sinos de São João Del Rei” – Prof. Jairo Braga Machado (IPHAN – SJDR).

21:30h – Jantar por adesão

Dia 20 – sábado

8:30h – “Proposta de Integração dos Arquivos Regionais” – Prof. José Guilherme Ribeiro (UFOP).
9:00h – “Arquivos Integrados do IPHAN” – Prof.a Mônica do Carmo Elisque (IPHAN-MG).
9:30h – Mesa Redonda “A história social através do método de pesquisa genealógica: a genealogia corrigindo lapsos da história.” – Prof.as Avelina Noronha (Conselheiro Lafaiete) e Sílvia Buttros (Paraguaçu) – Coordenação da Prof.a Nilza Cantoni (Leopoldina).
10:00h – “Itinerário do Caminho Novo em Conselheiro Lafaiete” – Prof.a Mauricéia Maia (Coordenadora do Patrimônio Cultural – Conselheiro Lafaiete).

10:30h – Café

10:45h – “Paisagens rurais e personalidades históricas dos Caminhos Novo e Velho” – Prof. Ângelo Alves Carrara (UFJF).
11:15h - “José Aires Gomes” – Prof. André Figueiredo Rodrigues (São Paulo).

– Almoço e passeio Pela Estrada Parque Passos dos Fundadores (Caminho Velho) entre Prados e Tiradentes). Almoço na Pousada Vivendas Letícia.
Traslado e almoço por adesão.

21:30h – Visita ao Festival Gastronômico de Tiradentes . Traslado por adesão

Dia 21 – Domingo

9:15h – Missa no  Templo da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis, toda cantada em latim pela centenária Orquestra “Ribeiro Bastos”.