E por falar em Leitura...


"[...] uma terceira ambição para as bibliotecas do futuro poderia ser reconstituir ao redor do livro as sociabilidades que perdemos. A longa história da leitura ensina que ela se tornou, no decorrer dos séculos, uma prática silenciosa e solitária, destruindo cada vez mais as participações ao redor do escrito que cimentaram de modo permanente as existências familiares, as sociabilidades amigáveis, as assembléias eruditas ou os engajamentos militantes. Em um mundo em que a leitura se identificou com uma relação pessoal, íntima, privada com o livro, as bibliotecas [...] devem multiplicar as ocasiões e as formas de tomar a palavra ao redor do patrimônio escrito e da criação intelectual e estética. Nesse ponto, elas podem contribuir para a construção de um espaço público extenso, na escala da humanidade."

CHARTIER, Roger. Os desafios da Escrita. Disponível neste endereço

Izar Lacerda e Manoel Antonio de Oliveira: centenário de nascimento

No dia 24 de janeiro de 1911, nasceram em Leopoldina:
  • Izar, filha de Eduardo da Gama de Castro Lacerda e Aurelia Monteiro de Barros
  • Manoel Antonio de Oliveira, filho de Antonio Manoel de Oliveira e Emilia Teodora de Lacerda

O primeiro Livro de Batismos de Leopoldina

No dia 18 de fevereiro de 1855 foi aberto o Primeiro Livro de Batismos, com o assento relativo a Cristina, filha de Francisco de Vargas Corrêa e Venância Esméria de Jesus, neta paterna de Francisco de Vargas e Teresa Maria de Jesus e neta materna de Antonio Rodrigues Gomes e Rita Esméria de Almeida. Há, porém, uma questão ainda não solucionada sobre este assento. Segundo a lápide do túmulo de Cristina, ela nasceu aos 21 de janeiro de 1853. Teria sido um engano da época do óbito, em 1907?


Quando se procura pelos primeiros livros de batismos em Leopoldina, verifica-se que o volume tido oficialmente como número 1 é uma transcrição iniciada pelo Padre José Francisco dos Santos Durães no dia 10 de abril de 1885 e concluída pelo Cônego José Ribeiro Leitão aos 28 de dezembro de 1958. O original não foi preservado e as datas demonstram que o trabalho não parece ter sido realizado com os devidos cuidados. Neste volume não há referência ao Termo de Abertura do original e o primeiro batismo é de 1852, de uma criança da família Monteiro de Barros. Os seis assentos seguintes, na mesma página, são de batismos dos anos de 1861, 62 e 63. No verso, o primeiro é de 1863 e a seguir vem a transcrição do batismo de Cristina, acima citado, acrescentando que ela teria nascido em dezembro de 1854.

A propósito, esclareça-se que os batismos realizados ao tempo do ainda Curato de São Sebastião do Feijão Cru devem ter sido lançados nos livros da Freguesia, que ainda não foram localizados. É possível que se encontrem no arquivo da Arquidiocese do Rio de Janeiro, a cujo bispado o Feijão Cru estava subordinado.



Emilia Falcão: centenário de nascimento

Nasceu em Leopoldina no dia 22 de janeiro de 1911, filha de Jerônimo Botelho Falcão e Clotilde Eucheria de Jesus.

Descaso com Material Arquivístico em Leopoldina

Os livros de assentos paroquiais faziam parte da burocracia administrativa ao tempo em que Leopoldina foi elevada a município. Assim é que, no primeiro dia útil após a instalação, foram abertos os livros de casamentos, nascimentos e óbitos. Entretanto, por incúria administrativa, os originais não foram preservados. Só foi possível reconstruir alguns fatos através da interpretação de outras fontes.

Analisando transcrições feitas no início do século XX, pelo então vigário Aristides de Araújo Porto, verificamos que os primeiros livros foram abertos no dia 21 de janeiro de 1855, justamente o primeiro dia útil de funcionamento da administração municipal. Um único original desta época foi encontrado: o livro de assentos matrimoniais de escravos. Ainda assim, embora em outras fontes seja possível verificar que vários escravos se casaram nos anos de 1855 e 1858, o primeiro assento ainda existente é o registrado na página 10 daquele livro, datado de 28 de agosto de 1861, relativo ao casamento dos escravos Agostinho e Tereza, pertencentes Vicente Ferreira Monteiro de Barros. Curiosamente o Termo de Abertura encontra-se no verso desta folha com a data 21 de janeiro de 1857.

Não foi possível identificar os motivos que levaram ao lançamento do Termo de Abertura no verso da décima folha do livro. Ficou bem claro que o livro já estava em uso porque no anverso constam dois registros de casamentos realizados nos dias 28 de agosto e 10 de setembro de 1861 e o próprio termo está no meio de outro assento. Além disso, o ano 1857 diverge das declarações do padre Aristides, apostas na contra capa do livro em que transcreveu casamentos realizados a partir de maio de 1877. Acrescente-se a informação de que escravos de Manoel Antonio de Almeida casaram-se em 1855, conforme assento transcrito desordenamente em outro livro paroquial, conclui-se que os livros realmente foram abertos tão logo iniciou-se a administração municipal de Leopoldina.

Ao fazer este registro, a intenção é chamar a atenção para uma ocorrência que remonta a meados do século XIX e que se repete até os dias atuais em Leopoldina. Apesar de normativos legais exarados pelo governo de Minas Gerais, bem como por órgãos da administração federal, as fontes documentais em Leopoldina continuam sendo tratadas com descaso, ou melhor, não são tratadas.

Convidamos para a leitura de postagem da professora Natania Nogueira sobre o assunto, neste endereço.

Vitor Lorenzetto: centenário de nascimento

Nasceu em Leopoldina no dia 20 de janeiro de 1911, filho de Ulisses Lorenzetto e Olinda Ferreira dos Santos.

Instalação do Município de Leopoldina

Criado pela Lei Provincial número 666, de 27 de abril de 1854, o município de Leopoldina foi solenemente instalado no dia 20 de janeiro de 1855, data religiosa que homenageia São Sebastião, padroeiro da localidade. 

Portanto hoje, 20 de janeiro de 2011, Leopoldina está em festa comemorando seu padroeiro e também os 156 anos do dia em que os órgãos públicos locais começaram a funcionar de maneira autônoma, atendendo uma expectativa que já se arrastava por três décadas. Os migrantes mineiros que se transferiram do centro da província para o Feijão Cru, organizando um arraial  e construindo uma capela em honra de São Sebastião, muito trabalharam para que em apenas nove meses os equipamentos necessários estivessem prontos para funcionar.

João Batista e Sebastião: centenário de nascimento

No dia 18 de janeiro de 1911 nasceram em Leopoldina:

João Batista, filho de Antonio Montagna e Josefina da Silva


Sebastião, filho de Silvestre João Gonçalves e Tecla Maria do Carmo 


    Interessante notar que o ano de nascimento de Sebastião pode não ter sido lançado de forma correta, uma vez que sua irmã Carmen teria nascido no dia 17 de março de 1911.

    Maria José de Rezende: centenário de nascimento

    Nasceu em Leopoldina no dia 16 de janeiro de 1911, filha de Agostinho Silvino Teixeira de Rezende e Emilia Constança de Rezende.

    Elvira: centenário de nascimento

    Nasceu em Leopoldina no dia 10 de janeiro de 1911, filha de Teófilo Otoni Machado e Albertina Rodrigues Martins.

    Fazer História, Escrever a História

    Com o subtítulo 'sobre as figurações do historiador no Brasil oitocentista' Maria da Glória de Oliveira escreveu sobre a historiografia brasileira no século XIX, com o objetivo de "analisar as figurações que definiam qualidades e deveres para o estudo e a escrita da história, tais como esses atributos foram sendo circunscritos nas biografias de alguns "homens de letras", publicadas na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro ao longo do Oitocentos".

    O artigo, publicado na Revista Brasileira de História vol.30 nº.59 em junho de 2010 pode ser lido neste endereço.E para os que se interessaram pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, eis o site.



    Registro de Terras

    Uma das fontes para localizar os antigos moradores de cada lugar é o Registro de Terras realizado em nossa região entre 1854 e 1856. Até então era necessário ir ao Arquivo Público Mineiro ou comprar uma cópia destes documentos. Agora encontram-se digitalizados e disponíveis no site. A forma mais rápida de acesso é a busca pelo nome da localidade. Entretanto, em alguns casos é preciso fazer a busca avançada ou tentar pelos antigos nomes, já que nem sempre estão indexados pelos atuais municípios.

    Para entender como funcionava, há bastante literatura a respeito. Uma delas:
    SILVA, Lígia Osorio. Terras Devolutas e Latifúndio: Efeitos da Lei de 1850. Campinas, SP: UNICAMP, 1996

    O regulamento para execução da Lei nº 601 de 18 de setembro de 1850, sobre Terras Públicas foi publicado pelo Decreto nº 1318 de 30 de janeiro de 1854
    No capítulo IX – Do registro das terras possuídas, o Artigo 93 determina que
    As declarações para o registro serão feitas pelos possuidores, que as escreverão, ou farão escrever por outrem em dois exemplares iguais, assinando-os amboa, ou fazendo-os assinar pelo individuo que os houver escrito, se os possuidores não souberem escrever.
    Já o Artigo 100 esclarece que
    As declarações de terras possuídas devem conter o nome do possuidor; a designação da Freguesia em que estão situadas; o nome particular da situação, se o tiver; sua extensão, se for conhecida; e seus limites.

    Para conhecer a íntegra deste documento, visite este endereço.

    Orlandina: centenário de nascimento

    Nasceu em Leopoldina, dia 1 de janeiro de 1911, filha de Olympio José de Almeida Ramos e Idalina Francisca de Paula.