Italianos da Basilicata em Leopoldina


Nem todos os imigrantes procedentes da Basilicata foram colonos. Entretanto, os descendentes das famílias procedentes desta região italiana estão hoje vinculados a muitos dos antigos moradores da Colônia Agrícola da Constança.

Arleo, Bianco, Brando, Campagna, Conti, Cunto, Damiani, Domarco, Esposito, Falabella, Gesualdi, Iennaco, Lamarca, Lammoglia, Lingordo, Maciello, Marchetti, Panza, Rinaldi, Schettini e Viola são sobrenomes de ancestrais de muitos leopoldinenses.

A situação na Itália, segundo o Ministério da Agricultura

Os inquéritos do Ministério da Agricultura italiano, do final dos oitocentos, tem sido uma boa fonte de consulta para conhecer um pouco sobre as condições em que viviam os imigrantes que chegaram a Leopoldina no final daquele século. Numa tentativa de classificar a situação descrita nos relatórios a que tivemos acesso, observamos:
  1. Cereais, seda e lã estavam sofrendo concorrência dos preços baixos dos produtos importados;
  2. aumento de impostos;
  3. irrigação dificultada pelo alto custo da água;
  4. aumento do preço da mão de obra que se tornava escassa por causa da emigração;
  5. oferta de terrenos públicos para os contadini se tornarem pequenos proprietários;
  6. crédito agrícola dificultado pela usura.
Interessante notar que, considerados como causas da crise agrícola na Itália, estes fatores são mencionados em literatura como argumentos para as solicitações dos grandes proprietários no sentido de diminuir impostos. Mas os mesmos autores informam que a crise atingia mais fortemente os pequenos proprietários ou arrendatários e que por isto o trabalho dos lavradores contratados era pago com "salários de fome".

Imigrantes do Veneto


No início de nossas pesquisas, quase todos os descendentes referiam-se a duas "cidades" como origem de seus antepassados: Padova e Venezia.
Como já era esperado, na medida em consultávamos os registros de nascimento descobríamos que alguns nasceram no interior daquelas províncias e não em suas capitais. E uma parte significativa era de outras províncias do Veneto. Só conseguimos localizá-los após longas buscas, geralmente partindo dos sobrenomes encontrados nas Liste di Leva.

Albertoni, Ambrosi, Anzolin, Artuzo, Baldo, Battisaco, Beatrice, Bedin, Bellan, Borella, Bronzato, Bullado, Calzavara, Cancelliero, Canova, Canton, Carraro, Cavallieri, Ceoldo, Chiata, Chinelatta, Coin, Colle, Dorigo, Farinazzo, Favero, Fazolato, Finotti, Fiorato, Fofano, Formenton, Gallito, Gallo, Gambato, Geraldini, Golinelli, Gottardo, Guarda, Guerra, Lamassara, Lazzarin, Lorenzetto, Magiollo, Maimeri, Malacchini, Manfrim, Maragna, Marangoni, Marcatto, Marchi, Marinato, Mattiazi, Meneghelli, Meneghetti, Modenese, Montagna, Montracci, Moroni, Netorella, Perdonelli, Perigolo, Pesarini, Pessata, Pighi, Pinzoni, Pradal, Principole, Rancan, Ranieri, Righetto, Rinaldi, Saggioro, Sampieri, Scantabulo, Simionato, Stefani, Toda, Togni, Tosa, Trevisan, Trombini, Venturi, Zaffani, Zamboni
Hoje sabemos que a informação de muitos descendentes estava equivocada, já que seus antepassados procediam de outras regiões da Itália. E ainda temos um grande número de famílias não localizadas. Até o momento podemos informar apenas os sobrenomes acima como procedentes de Venezia, Padova, Rovigo, Verona, Vicenza e Belluno.

Emigração Temporária

Leoni Carpi, em Dell'Emigrazione Italiani all'Estero, publicado em 1871, apresenta dados semelhantes aos encontrados na obra de Franchetti e Sonnino, no que diz respeito à cultura de emigrar como um fenômeno que fazia parte da vida do italiano desde tempos remotos. Considerando que Carpi incluiu informações sobre as províncias do norte, enquanto Franchetti e Sonnino trataram da Sicilia, a similitude de informações respalda conclusões extraídas das entrevistas com descendentes de imigrantes italianos que viveram em Leopoldina. Trata-se de considerar que os nossos colonos viviam numa sociedade em que as fronteiras nacionais não impediam deslocamentos frequentes para trabalhar na colheita ou em obras públicas dos países vizinhos.

A emigração temporária era assimilada pelos trabalhadores como um fato natural, permitindo que eles formassem uma boa poupança que garantia o sustento de suas famílias, com as quais geralmente conviviam quase que somente durante o inverno. Entre outros números, os autores citados mencionam os cerca de 10.000 indivíduos da província de Belluno e os 2.000 de Bergamo que passaram a temporada de 1872 longe de suas famílias. Quase todos os autores que consultamos utilizam as antigas obras sobre o assunto para afirmar que a emigração temporária sempre foi considerada uma fonte de riqueza para o Estado italiano.

Sendo assim, não nos surpreende que descendentes das famílias Anzolin, Casadio, Conti, Gottardo, Guersoni, Marchesini, Minelli, Rancan, Tazzari e Zamagna tenham mencionado as temporadas de seus antepassados em outros países. Em algumas delas, parece que o fato dos arregimentadores exigirem que trouxessem a família para o Brasil não foi percebido como contratação do "pacote completo", ou seja, que filhos e esposa aumentavam a força de trabalho disponível e seriam submetidos ao mesmo regime dos chefes de família. Por outro lado, a Itália negociou a vinda de seus habitantes no mesmo modelo praticado já de longa data, qual seja a de formação de colônias italianas no exterior.

Imigrantes do Marche



Desta região temos referência a imigrantes procedentes das províncias de Ancona e Macerata. Os sobrenomes até aqui identificados foram:
Bartoli, Bedin, Carboni, Gismondi, Griffoni, Marchesini, Marinozzi, Pelucci, Possenti, Toccafondo

Uma diferença entre os imigrantes em Leopoldina

Mandamos para o lado de lá dos mares a única mercadoria de que temos abundância: o homem.

Esta declaração do político italiano Giustino Fortunato, num discurso incluído na série de 1880 a 1910 publicada sob o título Il Mezzogiorno e lo Stato Italiano, nos faz pensar na união de dois interesses: a Italia entendia ser necessário exportar uma parte de seus habitantes e o Brasil buscava soluções para acabar com a escravidão.

Visto por este prisma, a chegada do imigrante italiano em nossas fazendas afasta qualquer tentativa de romancear o assunto. Entretanto, parece que os colonos transmitiram a seus descendentes uma outra visão, talvez por desconhecerem o que se passava na esfera do poder. Por outro lado, há que se considerar os não colonos, ou seja, os que se estabeleceram desde o início na área urbana e que talvez tenham contribuído para o nascimento das memórias familiares que tratam de fugas do alistamento militar e embarques ilegais. De modo geral, estas versões se referem aos italianos no mezzogiorno.

Segundo Gramsci em O Sul e a Guerra, o processo de unificação da Italia, realizado para atender aos interesses do capital, resultou na transferência "de todo dinheiro líquido do Sul para o Norte". Este aspecto da chamada "Questione Meridionale" parece ter sido uma das alavancas para a emigração no período imediatamente posterior à década de 1860.

Gramsci declara ser injusta a acusação de falta de iniciativa da população meridional como causa do baixo desenvolvimento da região. Para ele, o capital procura instalar-se onde são mais rentáveis os investimentos e o poder central não ofereceu condições de desenvolvimento industrial no sul. Para outros estudiosos da Questão Meridional, o carreamento de capital para o norte não deixou outra alternativa além do abandono da pátria, ainda que inicialmente pensada individualmente como temporária.

O estudo da trajetória dos que chegaram a Leopoldina antes do período denominado Grande Imigranção é dificultado pela falta de registros mais detalhados nas fontes que foram preservadas. Na pequena amosta que pudemos reunir, observamos que os chegados antes de 1888 nasceram na Campania (Pagano), Basilicata (Brando) ou Calabria, eram imigrantes com recursos próprios e viajaram sem subvenção. Portanto, não vieram estimulados pelos projetos de colonização agrícola. Entre eles estão os casos de viagens temporárias à Itália depois de aqui estabelecidos. E aqui cabe uma distinção importante.

Entre os imigrantes cuja primeira vinda ao Brasil ocorreu na última década do século XIX, indentificamos alguns casos de viagem de volta, ou seja, objetivando o retorno definitivo (Lupatini e Moroni). Mesmo que mais tarde uns poucos tenham voltado para o Brasil, classificamos como retorno definitivo as situações em que a família buscou embarque subvencionado e não deixou bens ou vínculos outros em Leopoldina. Até o momento, nesta classificação estão apenas italianos do norte.

A moradia dos colonos

La Sicilia nel 1876, obra de Leopoldo Franchetti e Sidney Sonnino, é leitura muito interessante para compreender as condições de vida dos imigrantes que se dispuseram a deixar a terra natal em busca de melhores condições de vida.

Os autores realizaram extensa pesquisa para escrever sobre as condições políticas e administrativas da Sicilia. Em muitos momentos, chama a atenção a opinião manifesta sobre o tipo de moradia que acreditamos poder resumir com o seguinte trecho (pág. 312-313):

La questione delle abitazioni della classe povera e che vive del lavoro delle sue braccia, è una delle più gravi dell’epoca nostra, e che in Sicilia ha una urgenza speciale.


Aliás, todo o capítulo II é muito esclarecedor. Sob o título Abitazioni Rurali, os autores nos fazem refletir sobre os sonhos que possam ter nascido entre aqueles que, não podendo oferecer um mínimo de conforto aos seus familiares, optaram por um país chamado Brasil, tão distante e do qual provavelmente pouco sabiam.

Quando resumimos nossos estudos sobre a moradia na Colônia Agrícola da Constança, para publicar uma coluna a respeito, não poderíamos nos estender como gostaríamos. Entretanto, acreditamos que todos quantos se dedicam ao estudo da imigração italiana para o Brasil já tiveram oportunidade de considerar que nossas Colônias Agrícolas ofereciam mais conforto para aqueles italianos.

Em Leopoldina temos referência à família Marsola, da Sicilia, provavelmente radicada no distrito de Ribeiro Junqueira. Embora pouco saibamos sobre eles, queremos crer que tenham encontrado em nossa cidade uma "habitação conveniente" como queriam Franchetti e Sonnino.

Imigrantes procedentes da Emilia-Romagna



Das províncias de Ravenna e Bologna foram encontrados, em Leopoldina, os sobrenomes Bertulli, Bertuzi, Casadio, Conti, Fachini, Federici, Franchi, Gigli, Gruppi, Guersoni, Lami, Lucchi, Mamedi, Marchesini, Martinelli, Mazzini, Mescoli, Minelli, Morotti, Pazzaglia, Pedrini, Samori, Santi, Tazzari, Vechi, Vigeti, Zamagna. Muitos deles passaram ao Brasil no início da grande fase da imigração, ou seja, entre 1888 e 1892.

Um diretor nascido na Umbria



Com a ajuda de nosso amigo Romulo Sellani, descobrimos a origem de uma família ligada à Colônia de um modo especial. É que Ferdinando Sellani foi seu primeiro diretor de obras, tendo sido também proprietário de um lote da Fazenda das Palmeiras que foi adquirido pelo estado para ampliação do território do núcleo. E Sante Sellani foi proprietário do lote de número 60 da Constança, dele tomando posse em junho de 1910. Segundo a lista de passageiros do vapor Città di Milano, a família passou ao Brasil em 1898 e instalou-se inicialmente em Juiz de Fora.

Outra família radicada em Leopoldina, com origem na Umbria, foi a De Angelis.

Pesquisa de Opinião

Todos os leitores que responderam a consulta desta semana disseram que sim, que Leopoldina deve comemorar o Centenário da Colônia Agrícola da Constança.

Esta semana temos uma nova enquete. Participe!

Lendas Familiares e Ideologia

Entre as informações recorrentes nas entrevistas com descendentes de imigrantes, algumas poderiam ser reunidas numa categoria denominada Lendas Familiares. Sabe-se que a transmissão oral e permanente de lendas está na base da tradição capaz de formar uma ideologia. Por este caminho é que tentamos compreender algumas falas.

Sabe-se que a História é construída de visões e perspectivas diversas. Cada um de nós recorre a uma série de informações para concluir sobre um fato. Em geral as conclusões estão sempre abertas a revisões que surjam a partir de novas informações. E assim tem sido no estudo da imigração em Leopoldina.

Reunindo-se estes dois pressupostos, e imaginando uma classificação dos temas das entrevistas, as Lendas Familiares de maior incidência podem ser reflexo de uma ideologia sobre a imigração entre as famílias que se transferiram para o Brasil. Pensando especificamente nos italianos, em que acreditavam quando se dispuseram a deixar seu país?

Para além de diversas outras posições, há um tipo de Lenda que interessa neste momento: a "certeza" de que a temporada no Brasil seria curta e voltariam à Itália com dinheiro suficiente para se estabelecerem como proprietários e não mais como empregados em latifúndios.

Há quem afirme que os candidatos a emigrar eram facilmente convencidos pela propaganda. Entretanto, alguns autores demonstram que a propaganda só surtiu efeito porque a cultura da emigração estava já presente no imaginário do italiano mais pobre. Tanto que, segundo um relatório de Geffcken, datado de 1889, desde a Unificação o italiano acreditava que sair de seu país era a solução para si e para a pátria que o receberia de braços abertos quando tivesse acumulado capitais trabalhando em terra estrangeira.

Casamento de Imigrantes

A revisão do trabalho A Imigração em Leopoldina vista através dos Assentos Paroquiais de Matrimônio permitiu refletir sobre algumas questões que ainda precisam ser abordadas. Uma delas refere-se à idade dos noivos, que contraria uma informação recorrente nas entrevistas realizadas com os descendentes, dando conta de que seus antepassados casavam-se por volta dos 15 anos de idade. Embora tal fato não tenha sido comprovado, levantamos a hipótese de tratar-se de uma ideologia transmitida pelos imigrantes a seus filhos.

Pesquisando sobre o assunto, observamos em Note sul Machiavelli, sulla politica e sullo Stato Moderno que Antonio Gramsci informa ser o casamento precoce uma característica do regime de propriedade fragmentada, no qual é exigido maior empenho do trabalhador e não permite o trabalho assalariado. Em outro trecho o autor aborda a limitação da fecundidade, ou diminuição da natalidade, que seria possível no estado moderno, ou Príncipe moderno por ele imaginado, em contraposição do Príncipe de Maquiavel que seria o estado monárquico que preservava os privilégios das classes superiores em detrimento das massas.

Casamento precoce e taxa de natalidade: dois temas para os próximos estudos.

Emigrados de Salerno

A presença de italianos da Campania em Leopoldina, nos anos que antecederam a grande imigração, parece confirmar o que alguns estudiosos citam como "tendência" que afetou a província de Salerno na década de 1880. Em algumas localidades, a população chegou a diminuir no período entre 1884 e 1901, dado que o número de habitantes que se dirigiam para a América era superior ao de nascimentos. Segundo Constantino Ianni, naquele período foram registradas 2.473 partidas de Castellabate, cuja população era de apenas 4.856 habitantes em 1881.

Salerno, província das mais citadas.


Entre as províncias da Campania, Salerno é a de maior incidência em Leopoldina.

Até aqui pudemos confirmar a origem na Campania das famílias
Andrea, Apprata, Brando, Caiafa, Cobucci, Eboli, Fermadi, Finamori, Gripp, Manza, Mauro, Mazzei, Pagano, Prete, Russo, Scaramucci e Sparanno.

Entre elas encontram-se os imigrantes com registro mais remoto na cidade, sendo citados já no ano de 1880.

Festa junina

Neste sábado, 27.06.2009, haverá festa junina na praça em Piacatuba, a partir das 18:00 horas, com forró, evento organizado pela Escola Dr. Pompílio Guimarães.
Não percam!

Apoio
Restaurante Bom Gosto
Praça Santa Cruz, 55
Piacatuba
Leopoldina (MG)
tel: (32) 3447-2277

Zampieri, Sampieri

Elisa Zampieri, de Portugal, pede-nos informação sobre a família Zampieri ou Sampieri. Sugerimos a leitura de nossas colunas publicadas em 01.05.2008, 15.11.2008, 15.04.2009 e 01.05.2009.

Tambasco

on Wednesday, June 24, 2009 at 3:54:41 pm
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nome: Emilia Macedo

cidade: São Paulo

estado: SP

observacoes: quem foi o primeiro italiano que chegou na cidade? Estou procurando Antonio Tamboschi, um italiano que morou em Minas. Uma filha dele nasceu em Leopoldina em 1871. quero saber onde ele nasceu.

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Não temos o sobrenome de seu interesse. Entretanto, sabemos que Antonio Tambasco e seu irmão Giovanni já estavam em Leopoldina no ano de 1879.

Os mais antigos registros encontrados em Leopoldina, citando origem na Itália, são posteriores à data que você indica. Não podemos, ainda, informar qual foi o primeiro imigrante italiano a chegar na cidade. Por enquanto sabemos que Giovanni Tambasco casou-se no dia 10 de maio de 1879 e Nicola Pagano casou-se em novembro do ano seguinte.

Reiff e Raipp


on Wednesday, June 24, 2009 at 11:57:48
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nome: Alexandre Janini

cidade: São Carlos

estado: SP

observacoes: Olá, bom dia.

Sou descendente de Teófilo (Theophilo) Reiff e estou pesquisando minha ascendência na internet. Encontrei o seu site e vi em uma das páginas o que me parece ser uma grafia alternativa para o sobrenome, Raipp. Gostaria de confirmar se é isso mesmo.

Mais especificamente, estou procurando a ascendência a partir de Franz Anthon Reiff, n c.1809 na Suíça; f. 1873 em Laranjal, MG.

Agradeço qualquer informação.

Alexandre

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Os dois sobrenomes - Reiff e Raipp - aparecem nos Relatórios da Colônia Agrícola da Constança. O primeiro refere-se a Francisco Antonio Reiff Júnior, que tomou posse do lote número 17 no dia 15 de julho de 1910. Pelo que foi possível apurar, seria filho de Franz Anton Reiff e foi casado com Mariana Mendes do Vale. Entretanto, em 1890 há um Francisco Antonio Reiff no distrito de Santa Isabel, hoje Abaíba. Não sabemos se seriam apenas homônimos.

O outro sobrenome é de João Simão Raipp, morador do lote número 22 a partir de 20 de outubro de 1910. Era casado com Francisca Maria de Aguiar, com quem teve os filhos Maria da Luz (1911) e Tomé (1912).

Ambrosi

Luiziane escreveu:
[...] gostaria de saber onde nasceu Pietro Ambrosi e se é o mesmo Pietro Ambri.

Resposta:
Rosa, filha de Pietro Ambrosi e Angela Bonfante, declarou ter nascido em Angiari, Verona. Por falta de resposta à consulta que fizemos a Verona, levantamos a hipótese de tratar-se de Anghiari, Arezzo. Entretanto, nossa consulta também não foi respondida.

Quanto a Pietro Ambri, podemos apenas informar que encontramos referência ao nome como sendo marido de Isabel Marangoni com quem teve a filha Angela Valentina, nascida no povoado de São Lourenço, em Leopoldina, no ano de 1899.

Imigrante Português

Descendente de Custódio Ribeiro Carvalhaes, imigrante que passou ao Brasil antes de 1878, procura informações sobre a família. Se você puder ajudar, escreva-nos.

Pesquisa de Opinião

Um leitor de nossa coluna no jornal Leopoldinense enviou diversas sugestões. Comentando a coluna de 1 de junho, A Imigração Italiana Mudou o Mundo, diz o leitor:
"Concordo que os nossos antepassados foram de muita importância para a cidade e não podem ser lembrados só nas páginas do jornal. Mesmo quem não é descendente tem algum benefício por causa do trabalho dos imigrantes."


E o leitor pediu para fazermos uma pesquisa de opinião. Enviou diversas perguntas e resolvemos acatar a sugestão aqui pelo blog. Escolhemos uma delas para esta semana e aí está, no lado direito.

Leopoldinenses com origem na Calábria



Em diversas entrevistas com descendentes de imigrantes italianos, a Calábria foi mencionada como origem de seus antepassados. Na maioria dos casos não foi possível checar a informação por falta de documentos que baseassem buscas do nome exato do local de origem. Por outro lado, encontramos algumas citações a nomes de províncias calabresas a título de sobrenome.



Como exemplo citamos o casal Luigi Cosenza e Giuseppina Longo. Em 1942, ambos declararam residência na Colônia Agrícola da Constança e serem naturais da Calábria. No Brasil o pai de Luigi ficou registrado como Francesco Cosenza, embora o único documento italiano que dele obtivemos indicasse o sobrenome Bloise, procedente do comune de Saracena, na província de Cosenza, Calábria. Já a Giuseppina seria natural de Santa Caterina dello Iónio, em Catanzaro, também na Calábria.

Situação semelhante foi observada em outros casos. Encontramos um Archangelo Cosenza cujo sobrenome parece ter sido Morelli, nascido em Malvito, Cosenza. E um Antonio Cosenza, que seria Antonio Carnevalli, procedente de San Francesco, Cosenza. Da mesma forma, suspeitamos que nem todos os imigrantes conhecidos como Zamboni eram de fato desta família. Pelo menos um dos casos se refere à família Rizzo, natural da estação de Zambrone, província Vibo Valentia.

Conforme temos repetido, ainda são necessários muitos estudos para resgatar a memória de todos aqueles imigrantes que viveram em Leopoldina no final do século XIX e início dos novecentos. Esperamos que a comemoração do Centenário da Colônia Agrícola da Constança sirva de incentivo para que outras pessoas prossigam com a pesquisa.

Da Toscana e da Sardegna


Os sobrenomes Barbaglio, Minicucci, Pierotti, Prosperi e Vitoi são de imigrantes procedentes da Toscana que viveram no município de Leopoldina.

Da Sardegna temos Agus, Cadeddu, Cappai, Cucco, Duana, Fanni, Fois, Gessa, Lai, Mona, Picci, Porcu, Locci, Vargiolo e Zotti que foram encontrados em várias partes do território de Leopoldina.

Dois aspectos nos levam a reunir estas famílias. O primeiro é que parte delas se radicou no território de um distrito que hoje é o município de Argirita. O outro motivo é que os casamentos entre descendentes nos apontaram pelo menos um caso de vínculo nascido ainda na Italia, quando migrantes sardos se instalaram na Toscana e só mais tarde passaram ao Brasil.

Imigrantes que vieram da Lombardia para Leopoldina

Leopoldina recebeu imigrantes procedentes de várias províncias da Lombardia. Entre eles podemos citar os sobrenomes:

Bernardi
Bolzoni
Campana
Carminatti
Cosini
Filipoli
Gobbi
Lupatini
Macchina
Mancastropa
Moroni
Sangalli
Sardi
Zanetti

Friuli-Venezia Giulia

Após informamos os sobrenomes encontrados em Leopoldina, relativos a imigrantes procedentes do Piemonte, recebemos algumas consultas sobre outras regiões da Itália. Hoje respondemos sobre Friuli-Venezia Giulia. Mas queremos deixar claro que não temos, ainda, o local de nascimento de todos os italianos que passaram pela cidade. Pelo que nos foi dado apurar até o momento, nasceram nesta região os seguintes:

Augusto Miani

Pierina Galasso

Rosa Pasianot

Italianos procedentes do Piemonte


Recebemos consulta de um pesquisador italiano que procura descendentes de famílias que saíram da região do Piemonte para a América do Sul, especialmente para o Brasil. Informamos os sobrenomes abaixo, encontrados na documentação que pesquisamos sobre a Imigração Italiana em Leopoldina. Entretanto, não temos e-mail de atuais descendentes. Sendo assim, pedimos a colaboração dos leitores deste blog que possam fornecer contatos de pessoas de Leopoldina relacionadas a tais famílias.
Filoti
Fontanella
Geraldi
Gronda
Lazzaroni
Misalulli
Vaula

Quais as terras que fizeram parte da Colônia?

Aos leitores que pediram mais esclarecimentos sobre o território da Colônia Agrícola da Constança, informamos que abrangia as terras que contornam, por todos os lados, o chamado "trevo de Juiz de Fora". A partir do entroncamento da BR 116 (rodovia Rio - Bahia) com a BR 267 (estrada Leopoldina - Juiz de Fora), pelas duas margens desta última e até as proximidades do distrito de Tebas, praticamente tudo fez parte da Colônia. Os lotes da margem esquerda da BR 267 teriam seus fundos ou divisas no alto da serra da Vileta. Pela margem direita, no sentido Leopoldina - Juiz de Fora, o loteamento se aprofundava até próximo das propriedades denominadas Bonfim e Taquaril, perto do que se conhece hoje como Samambaia. Desde ponto, e numa linha mais ou menos paralela à BR 267, seguindo até encontrar novamente a BR 116 nas proximidades da Igreja de Santo Antonio, no bairro da Onça, os dois lados pertenciam à Colônia.

Da Igreja até o trevo de Juiz de Fora, o lado direito da Rio Bahia fazia parte da Colônia. No sentido inverso, ou seja, da Igreja para o centro da cidade, até o Posto da Polícia Rodoviária o lado esquerdo continha lotes da Constança.

Hoje a área da Colônia é geralmente conhecida como os bairros rurais da Onça - na parte mais próxima à sede municipal, Boa Sorte e Constança - no trecho que vai do trevo de Juiz de Fora até as proximidades do distrito de Tebas.

A parte que hoje é conhecida como Boa Sorte é cortada por estrada municipal de boa conservação, com linha regular de ônibus municipal e oferece um belo trajeto para um passeio de bicicleta ou uma cavalgada.

Veja, ainda, o post Localização da Colônia, que traz um mapa do local.

Passeio de Bicicleta pela Colônia

O caderno Boa Viagem, do jornal O Globo de hoje, traz matéria sobre passeios de bicicleta. Imediatamente nos lembramos de uma das sugestões para comemorar o Centenário da Colônia Agrícola da Constança. A ideia é que as pessoas pedalem pelos caminhos da Colônia, lembrando aqueles bravos imigrantes que implantaram em Leopoldina uma nova forma de produção agrícola, desenvolvida em suas pequenas propriedades, e contando com o empenho de todos os membros da família.

Conforme está na matéria, quem faz uma viagem motorizada nem sempre observa o trajeto, ou seja, não curte a própria viagem. Já os deslocamentos de bicicleta permitem que o viajante perceba paisagens diferentes daquelas flagradas pela janela do veículo ou nas rápidas paradas na beira das estradas.

Quando sugerimos que se faça um passeio de bicicleta pelas estradas da Colônia, a ideia é convidar o participante para um agradável passeio de reconhecimento. Ver ou rever o local que abrigou inúmeros imigrantes que chegaram a Leopoldina no final do século XIX. Deixar a imaginação fluir através da paisagem que se descortina. E, acima de tudo, comemorar a marca que os colonos deixaram em nossa cidade, com seus exemplos de honradez e de trabalho profícuo.

Todos nós, leopoldinenses, somos herdeiros daqueles imigrantes. Ainda que não o sejamos de sangue, deles recebemos o legado de uma parte importante da nossa história. Portanto, abrace a ideia de comemorar o Centenário da Colônia Agrícola da Constança e os 130 anos de Imigração Italiana em Leopoldina.

Colônias de Imigrantes em Minas Gerais

O quadro a seguir contém informações sobre os núcleos coloniais mineiros, extraídas dos Relatórios da Presidência da Província de Minas Gerais e do trabalho pioneiro de Norma de Goes Monteiro, publicado pela Editora Itatiaia em 1994, sob o título migração e Colonização em Minas 1889-1930



Nome do Núcleo Fundação Local
1
São João del Rei Antes de 1899 São João del Rei
2
Rodrigo Silva Antes de 1899 Barbacena
3
Francisco Sales 1893 Pouso Alegre
4
Carlos Prates 1899 Subúrbio da Capital
5
Américo Werneck 1899 Subúrbio da Capital
6
Afonso Pena 1899 Subúrbio da Capital
7
Bias Fortes 1899 Subúrbio da Capital
8
Adalberto Ferraz 1899 Subúrbio da Capital
9
Nova Baden 1900 Lambari
10
Vargem Grande 1907 Subúrbio da Capital
11
Itajubá 1907 Itajubá
12
João Pinheiro (federal) 1908 Sete Lagoas
13
Constança 10.4.1910 Leopoldina
14
Santa Maria 20.4.1910 Astolfo Dutra
15
Barão de Ayuruoca 1910 Mar de Espanha
16
Inconfidentes (federal) 1910 Ouro Fino
17
Major Vieira 1911 Cataguases
18
Rio Doce 1911 Ponte Nova
19
Wenceslau Braz 1912 Sete Lagoas
20
Pedro Toledo 1912 Carangola
21
Guidoval 1913 São Domingos do Prata
22
Joaquim Delfino 1914 Cristina
23
Vaz de Melo 1915 Viçosa
24
Álvaro da Silveira 1920 Pitangui
25
David Campista 1921 Bom Despacho
26
Júlio Bueno Brandão 1921 Peçanha
27
Francisco Sá 1921 Teófilo Otoni
28
Padre José Bento 1923 Pouso Alegre
29
Brucutu 1924 Santa Bárbara
30
Raul Soares 1926 Pará de Minas
31
Mucuri 1927 Teófilo Otoni