Mandamos para o lado de lá dos mares a única mercadoria de que temos abundância: o homem.
Esta declaração do político italiano Giustino Fortunato, num discurso incluído na série de 1880 a 1910 publicada sob o título Il Mezzogiorno e lo Stato Italiano, nos faz pensar na união de dois interesses: a Italia entendia ser necessário exportar uma parte de seus habitantes e o Brasil buscava soluções para acabar com a escravidão.
Visto por este prisma, a chegada do imigrante italiano em nossas fazendas afasta qualquer tentativa de romancear o assunto. Entretanto, parece que os colonos transmitiram a seus descendentes uma outra visão, talvez por desconhecerem o que se passava na esfera do poder. Por outro lado, há que se considerar os não colonos, ou seja, os que se estabeleceram desde o início na área urbana e que talvez tenham contribuído para o nascimento das memórias familiares que tratam de fugas do alistamento militar e embarques ilegais. De modo geral, estas versões se referem aos italianos no mezzogiorno.
Segundo Gramsci em O Sul e a Guerra, o processo de unificação da Italia, realizado para atender aos interesses do capital, resultou na transferência "de todo dinheiro líquido do Sul para o Norte". Este aspecto da chamada "Questione Meridionale" parece ter sido uma das alavancas para a emigração no período imediatamente posterior à década de 1860.
Gramsci declara ser injusta a acusação de falta de iniciativa da população meridional como causa do baixo desenvolvimento da região. Para ele, o capital procura instalar-se onde são mais rentáveis os investimentos e o poder central não ofereceu condições de desenvolvimento industrial no sul. Para outros estudiosos da Questão Meridional, o carreamento de capital para o norte não deixou outra alternativa além do abandono da pátria, ainda que inicialmente pensada individualmente como temporária.
O estudo da trajetória dos que chegaram a Leopoldina antes do período denominado Grande Imigranção é dificultado pela falta de registros mais detalhados nas fontes que foram preservadas. Na pequena amosta que pudemos reunir, observamos que os chegados antes de 1888 nasceram na Campania (Pagano), Basilicata (Brando) ou Calabria, eram imigrantes com recursos próprios e viajaram sem subvenção. Portanto, não vieram estimulados pelos projetos de colonização agrícola. Entre eles estão os casos de viagens temporárias à Itália depois de aqui estabelecidos. E aqui cabe uma distinção importante.
Entre os imigrantes cuja primeira vinda ao Brasil ocorreu na última década do século XIX, indentificamos alguns casos de viagem de volta, ou seja, objetivando o retorno definitivo (Lupatini e Moroni). Mesmo que mais tarde uns poucos tenham voltado para o Brasil, classificamos como retorno definitivo as situações em que a família buscou embarque subvencionado e não deixou bens ou vínculos outros em Leopoldina. Até o momento, nesta classificação estão apenas italianos do norte.
Visto por este prisma, a chegada do imigrante italiano em nossas fazendas afasta qualquer tentativa de romancear o assunto. Entretanto, parece que os colonos transmitiram a seus descendentes uma outra visão, talvez por desconhecerem o que se passava na esfera do poder. Por outro lado, há que se considerar os não colonos, ou seja, os que se estabeleceram desde o início na área urbana e que talvez tenham contribuído para o nascimento das memórias familiares que tratam de fugas do alistamento militar e embarques ilegais. De modo geral, estas versões se referem aos italianos no mezzogiorno.
Segundo Gramsci em O Sul e a Guerra, o processo de unificação da Italia, realizado para atender aos interesses do capital, resultou na transferência "de todo dinheiro líquido do Sul para o Norte". Este aspecto da chamada "Questione Meridionale" parece ter sido uma das alavancas para a emigração no período imediatamente posterior à década de 1860.
Gramsci declara ser injusta a acusação de falta de iniciativa da população meridional como causa do baixo desenvolvimento da região. Para ele, o capital procura instalar-se onde são mais rentáveis os investimentos e o poder central não ofereceu condições de desenvolvimento industrial no sul. Para outros estudiosos da Questão Meridional, o carreamento de capital para o norte não deixou outra alternativa além do abandono da pátria, ainda que inicialmente pensada individualmente como temporária.
O estudo da trajetória dos que chegaram a Leopoldina antes do período denominado Grande Imigranção é dificultado pela falta de registros mais detalhados nas fontes que foram preservadas. Na pequena amosta que pudemos reunir, observamos que os chegados antes de 1888 nasceram na Campania (Pagano), Basilicata (Brando) ou Calabria, eram imigrantes com recursos próprios e viajaram sem subvenção. Portanto, não vieram estimulados pelos projetos de colonização agrícola. Entre eles estão os casos de viagens temporárias à Itália depois de aqui estabelecidos. E aqui cabe uma distinção importante.
Entre os imigrantes cuja primeira vinda ao Brasil ocorreu na última década do século XIX, indentificamos alguns casos de viagem de volta, ou seja, objetivando o retorno definitivo (Lupatini e Moroni). Mesmo que mais tarde uns poucos tenham voltado para o Brasil, classificamos como retorno definitivo as situações em que a família buscou embarque subvencionado e não deixou bens ou vínculos outros em Leopoldina. Até o momento, nesta classificação estão apenas italianos do norte.