Posse na Colônia em março de 1911

Quase um ano já se passara e ainda existiam terras livres na Colônia Agrícola da Constança. No dia 30 de março de 1911 foi a vez do imigrante Angelo Secanelli tomar posse do lote número 38. Assim como de outros ocupantes, deste colono obtivemos apenas a data de posse no Relatório da Colônia para o exercício de 1911. Não se sabe se permaneceu na atividade agrícola ou se abandonou a terra e a cidade. As profundas alterações nos sobrenomes estrangeiros tornam difícil identificar a trajetória de muitos colonos.

Faltam 11 dias

Nos dias 10 e 11 de abril de 1910 estaremos comemorando os 130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina e o Centenário da Colônia Agrícola da Constança. 


De Maria Luiza Bonini para os Bonini de Leopoldina

 ASSIM É A SAUDADE

Assim é a saudade,
quando entra no coração,
deixando apenas a recordação
do que um dia foi felicidade...

Aquela doce lembrança,
daqueles tão doces beijos,
carregados de desejo,
que de apenas lembrar, a alma balança...

Apenas lembranças perdidas,
de lindas coisas vividas,
que amenizam a solidão...

Aquela gostosa felicidade,
que agora é apenas saudade,
machucando o coração...

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A MINHA SAUDADE

  É diferente da tua, a minha saudade
Enquanto a que sentes é nostalgia
A minha é o alimento que minh'alma invade
Transformando lembranças em poesia

É diferente da tua, a minha saudade
Faz perder-me a devanear lembranças
Tal como se ainda vivesse naquela realidade
É uma saudade com pitada de esperança

É diferente da tua, a minha saudade
Pois ela me transporta ao passado
Deleita-me como fiel cúmplice aliada

É tão diferente da tua, a minha saudade
Secreto prazer que vai comigo
Acompanhando-me, fiel, à eternidade



Festival de Massas no dia 11 de abril em Leopoldina

O Ristorante Italia Nobre abraçou a ideia de comemorar o Centenário da Colônia Agrícola da Constança e os 130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina, programando um festival de massas para o dia 11 de abril.
Endereço: rua Presidente Carlos Luz, 644 - Centro - Leopoldina, MG
Reserve sua mesa pelo telefone 32-3441.2267

Zecchini ou Zachini?

Duas foram as razões para optarmos por responder aos comentários de nossos leitores através de novas postagens. A primeira é que o conteúdo nem sempre se relaciona à postagem onde foi feito o comentário. Tem sido comum receber perguntas sobre assuntos completamente diferentes e, se autorizássemos a publicação do comentário e ali o respondêssemos, seria difícil que outros interessados o localizassem.

O segundo motivo é a preservação do endereço de e-mail de nossos correspondentes. É fundamental que o leitor indique um endereço para resposta mas não queremos que sejam identificados pelos robots e se tornem alvo de spam. Por isto, ao mesmo tempo em que enviamos resposta direta a quem fez o comentários, publicamos aqui a nova postagem.

Um leitor pergunta se Zachini e Zecchini são o mesmo sobrenome e acrescenta que encontrou a forma Sachim e Sechine em sua família. O que podemos informar é que o genearca Gaetano Zecchini, procedente da Emilia-Romagna, era casado com Luigia Loffi e foi pai de Emma, nascida na Italia, e de Irma, nascida no distrito de Providência em 1899. O casal pode ter tido outros filhos que não localizamos.

De Antonio Zachini, casado com Annunciata Toccafondo, não temos informações muito seguras. É possível que ele seja o passageiro do vapor Les Andes que saiu da Hospedaria Horta Barbosa em 1887 com destino a Matias Barbosa. Neste caso, a origem da família é Arezzo, na Toscana e Antonio ficou viúvo ainda em Matias Barbosa, por volta de 1900. 

Os Toccafondo passaram ao Brasil em 1896 e também foram para Matias Barbosa. Annunciata Toccafondo e Antonio Zachini foram pais de Delina, nascida por volta de 1906 em Matias Barbosa e casada com Saul Antonio Maimeri, Francisco casado com Maria de Lourdes Rodriguez, Pedro casado com Nizia Lacerda, Helena e João.

Não temos referência às outras duas variações indicadas pelo leitor. Conhecemos apenas a forma Zaquine em Leopoldina, relativa aos descendentes do último casal acima citado.

Italianos no distrito de Providência - final

O leitor interessado nos italianos do distrito de Providência listou alguns nomes que não constam de nossos arquivos. Talvez por serem variações de grafia. Como ele não incluiu o e-mail no comentário, concluímos nossa resposta aqui pelo blog, citando alguns personagens que podem corresponder às últimas famílias consultadas por ele.
  • Brandi - Assim como Brand e Brando, é uma variação da palavra germância branda que significa espada ou gládio. O sobrenome tem o sentido de guerreiro. Em Leopoldina encontramos, além dos descendentes de Braz Brando que viveu na Colônia Agrícola da Constança, referência a Vincenzo Brandi que foi sepultado na sede municipal em 1917.
  • Breschiliaro, Antonieta  - nasceu em 1897 em Providência, filha de Pietro Breschiliano e Luigia Zanetti.
  • Bruni, Albina  - era casada com Giacomo Minelli, família contratada para Providência mas que se espalhou pelo município, com forte incidência em Ribeiro Junqueira. Alvina faleceu na sede municipal em 1916.
  • Bugghaletti, Rigo  - nasceu em 1897 em Providência.
  • Guidotti - Pietro Guidotti com a esposa Vida Matuzzi e três filhos foram para fazenda de São Martinho em 1897. Nomes dos filhos: Alfredo, Silvio, Emilio. Em Providência nasceram Vicente (1899) e Silvio (1902).
  • Lovisetti, Maria Marcolina  casou-se em 1901, no distrito de Ribeiro Junqueira, com Domenico Claudio Finotti. Migraram para Carangola, MG.
  • Scarelli, Adolfo - nasceu em 1898 no distrito de Providência, filho de Francesco Scarelli e Teresa Federici.
  • Vavassovi - Alessando Vavassovi e a esposa Angela Marchetti viviam no distrito de Providência em 1897, quando nasceu um filho do casal falecido no mesmo ano. Este filho aparece em fontes documentais como Giuseppe Vavassovi e também como Joseph Brasile Vavassovi.
  • Zini - Antonio Zini passou ao Brasil em 1877, instalando-se na Colônia Grão Pará, atual município de Orleans, Santa Catarina. Em 1895 já estava em Leopoldina, tendo falecido no distrito de Piacatuba em 1902. Seus filhos constituiram família na cidade: Luigi casou-se com Rosa Farinazzo e Giuseppe casou-se com Orsola Cagliari. Alguns descendentes migraram para a região de Governador Valadares.

Zignago e Bogonhe

Do distrito de Piacatuba recebemos uma pergunta:
Zignago e Bogonhe são sobrenomes italianos?
Recorremos ao Dicionário de Sobrenomes Italianos, de Ciro Mioranza, para informar que existe o sobrenome Zignago, como locativo de região setentrional da Itália, cuja origem remonta a Zignaculum do latim médio que, por sua vez, pode ser uma composição de Junus com o sufixo diminutivo àculum, significando pequenas terras do cidadão Junius.

Lembrando que a letra "J" é rara em italiano, Junius transformou-se em Giugno e é o nome do sexto mês do ano civil. Em outras localidades brasileiras encontramos Giugnano e Giugnago sem contudo termos identificado relações com os Zignago que nasceram em Piacatuba no final do século XIX.

Quanto ao Bogonhe, por coincidência conversamos, na semana passada, com a amiga Joana Capella que está pesquisando a Colônia Major Vieira, fundada na região que hoje marca a divisa entre Itamarati de Minas, Piacatuba e Cataguases. Em Piacatuba temos referência a Angelina Bogonhe que ali se casou com Alexandre Possenti em 1906. Talvez seja uma variação brasileira do sobrenome Bologni, locativo referente à província de Bologna, na Emilia-Romagna. Mas os pais de Angelina e Alexandre não residiam no município de Leopoldina que é o objeto de nossos estudos. É provável que o casamento tenha sido realizada na Matriz de Nossa Senhora da Piedade, assim como de alguns outros italianos residentes nos municípios vizinhos, por maior facilidade de acesso.

Convite para o evento no Globo On Line

O Conversa Mineira desta semana convida os leitores do Blog do Noblat / Maria Helena para o evento comemorativo do Centenário da Colônia Agrícola da Constança e os 130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina.

130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina

Continuamos hoje a responder nosso leitor que consultou sobre imigrantes italianos em Providência. E acrescentamos uma informação: a definição de 130 anos da Imigração em Leopoldina baseou-se na análise dos livros paroquiais. No ano de 1880 começam a aparecer os registros de italianos, sendo que os mais antigos remetem ao distrito de Campo Limpo, hoje Ribeiro Junqueira, como os De Marchi, os Rossi e Tambasco.

  • Binato, Doroteo  - nascido em Além Paraíba, casou-se em 1929, em Leopoldina, com Olga Gadas. Ela era natural do Egito e seu pai radicou-se no distrito de Ribeiro Junqueira depois de casar-se, em Providência, com a italiana Engracia Marsola.
  • De Marchi, Giovanni - radicado em Ribeiro Junqueira desde a chegada ao Brasil, em 1888, uma de suas filhas permanecia naquele distrito em 1942. Mas há um Marcelino de Marchi que chegou da Italia no mesmo ano e que pode ter vivido em Providência. Não era parente de Giovanni.
  • De Vitto, Michele  - casou-se em Leopoldina, em 1897, com a também italiana Angela Iborazzatti. Não sabemos onde residia.
  • Detabian, Giudetta Enricheta  - chegou a Leopoldina em 1888, casada com Domenico Zotti. Faleceu na sede municipal em 1911. Seus descendentes migraram para Simonésia, MG.
  • Fortunata, Alba  - casada com Daniele Locci, chegou em 1897 e foi morar em São Martinho, Providência.
  • Grace, Rosa  - italiana, em 1942 residia em Ribeiro Junqueira. Foi casada com Abrahão Miguel, provável imigrante sírio que mascateava em Providência por volta de 1910.

Convite

Você está convidado a comemorar conosco o Centenário da Colônia Agrícola da Constança e os 130 Anos da Imigração Italiana em Leopoldina.

Dia 10 de abril de 2010, sábado.
  • 19:00 horas – Banda Princesa Leopoldina
  • 20:00 horas – A Tarantela – Dança com o Grupo Assum Preto
  • 20:45 horas – Coral Encanto
  • 21:00 horas – Banda Primeiro de Maio
  • 21:30 horas – Coral Antique

Dia 11 de abril de 2010, domingo.

  • 09:30 horas – Concentração da Associação de Veículos Antigos de Leopoldina – AVAL e colecionadores de associações de outros municípios, na Praça João XXIII, saindo em carreata para a Capela de Santo Antonio, no Bairro da Onça.
  • 11:00 horas - Missa campal comemorativa.
  • 12:00 horas – Almoço (adesão)
  • Após o almoço, apresentação de paraglider.

Local: Pátio da Capela de Santo Antonio de Pádua, no Bairro da Onça, Leopoldina-MG, Rodovia BR-116, km 770. Veja mapas e imagens do local.

Seja você um descendente de nossos imigrantes ou não, venha comemorar e traga a sua família e amigos.

Italianos no distrito de Providência

Recebemos uma longa lista de sobrenomes italianos que seriam de famílias radicadas no distrito de Providência. De fato aquele distrito concentrou uma grande comunidade italiana mas permitimo-nos discordar do leitor num aspecto: não foi maior do que a radicada nas outras áreas do município de Leopoldina. Como sempre informamos, não temos a preocupação em quantificar. Entretanto, sabemos que outros distritos, assim como a sede municipal, abrigaram um número tão expressivo de imigrantes quanto Providência.

Ainda não nos foi possível analisar cada um dos sobrenomes informados pelo leitor, especialmente por conta das variações ortográficas. No momento podemos dizer apenas que:
  • Antonin, Salvatore - italiano, falecido e sepultado em Leopoldina aos 09 de junho de 1906;
  • Baqueca, Eugenia - italiana cujo sobrenome original ainda não identificamos, casou-se em Leopoldina aos 29 de abril de 1893 com o imigrante espanhol Romão Lomba;
  • Barboni, Giuseppe - casado com Vitonia Menecci, vivia em Providência em 1899 quando sua filha Annunziata casou-se com Giuseppe Betti, cuja família viveu em Além Paraíba e depois em Leopoldina;
  • Beccari, Aldo - nasceu em Providência aos 3 de março de 1898, filho de Enrico Beccari e Adolfa Bighelli, cujo sobrenome pode ser Biglietti e ter parentesco com Luigi Bigleiro ou Biglietti, morador do distrito de Ribeiro Junqueira na mesma época;
  • Berlandi, Carmela - sobrenome original também ainda não identificado, veio da Itália casada com Pietro Tartaglia que foi contratado em 1896 para trabalhar em fazenda do distrito de Providência;
  • Bertocchi, Pietro - saiu da Hospedaria Barbosa em dezembro de 1888, com destino a Leopoldina e provavelmente migrou depois para o município de Palma;
  • Rossi, Domenico - morador em Ribeiro Junqueira  em 1880, sendo um dos primeiros italianos a chegar no município de Leopoldina na fase da Grande Imigração; pai de Maria Clara Rossi que se casou com Luigi Bigleiro ou Biglietti acima citado.

Localização da Capela de Santo Antônio, Leopoldina, MG

Navegue pelo Google Maps para conhecer o local onde foi fundada a Colônia Agrícola da Constança.
E, se quiser, veja outras imagens aqui.



Visualizar Colônia Agrícola da Constança em um mapa maior

Qual a forma correta de escrever meu sobrenome?

Em primeiro lugar, vamos lembrar que, pelas Instruções para a Organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, conforme constante no VOLP de 2009 publicado pela editora Global, de São Paulo, temos na página LXXVI:
XI – Nomes Próprios
39. Os nomes próprios personativos, locativos e de qualquer natureza, sendo portugueses ou aportuguesados, serão sujeitos às mesmas regras estabelecidas para os nomes comuns.
Com pequenas variações que não invalidam o conteúdo, as normas em outras línguas são as mesmas. Ou seja:
X – Parônimos e Vocábulos de Grafia Dupla
33. Deve-se registrar a grafia que seja mais conforme à etimologia do vocábulo e à sua história.
Em outra oportunidade já abordamos este tema, especialmente quanto à duplicidade de grafia de vários sobrenomes encontrados em Leopoldina. Se consultarmos os autores italianos, verificaremos que o mesmo ocorre por lá. Traduzimos, a título de exemplo, a declaração de Paola Marongiu na obra Breve Storia della Lingua Italiana Per Parole, publicada em 2000 pela editora Le Monnier, de Firenze: (pag. 111)
usa-se a língua para escrever e o dialeto para falar
Na mesma obra podemos aprender que “língua” é a forma como se referem à forma padrão, também indicada como “o italiano”. A autora esclarece que as variedades regionais continuam sendo adaptadas ao “italiano standard” que é o modelo da língua escrita e foi estabelecido a partir do dialeto da Toscana, mais especificamente da língua falada em Firenze e imediações.

E já que estamos abordando o assunto, não podemos deixar de citar Gramsci, para quem
o caráter elitista da língua italiana [decorre de ter sido] elaborada pela classe dominante, sendo necessário dar acesso a esta língua aos estratos inferiores da sociedade para resgatá-los da condição de inferioridade.
(tradução livre de um trecho do Quaderni del Carcere, publicado em 1950).

Ou seja: nada diferente do que acontece em outras línguas. Em Leopoldina há até uma lenda a respeito de uma grande família na qual existiam pessoas com bom poder aquisitivo e outras que passavam por grandes dificuldades. Contam os antigos que uma pessoa desta família decidiu marcar a diferença entre os seus, que eram mais ricos, e aqueles parentes muito pobres, exigindo que o oficial do Cartório registrasse seus filhos duplicando uma determinada letra do sobrenome.

Independente das lendas, o fato é que encontramos, em diversas famílias italianas, duas grafias diferentes. Num destes casos consultamos o Archivio di Stato di Venezia e recebemos a seguinte resposta:
XXX ma poi individuato come YYY
Sendo assim, reiteramos o que já comentamos em postagem recente: é preciso pesquisar a etimologia do nome e escolher a metodologia de trabalho. No nosso caso, optamos pela grafia encontrada em documento italiano ou, na falta deste, na mais antiga fonte documental brasileira.

Não é possível extrair conclusões em uma busca apressada. Um exemplo envolve Dalsin e Dalassim que um leitor julgou como variações de um mesmo sobrenome. Segundo Ciro Mioranza, no Dicionário dos Sobrenomes Italianos que utilizamos, Dall’Asen é a composição de dall (do em português) com àsen (asno, em latim) e significa o criador ou mercador de asnos, bestas de carga, cavalos. Já o sobrenome Da Lasen é um locativo por referência a uma região nos alpes denominada Làsen, cujo nome tem origem no etrusco Lasinius e atualmente tem a variação Dalsin.

Estes dois sobrenomes aparecem em Leopoldina em Ursula Dalsin, mulher de Giovanni Batista Pradal e em Luigi Dalassim, cuja filha Magdalena casou-se com Domenico Meneghetti. Lembramos que a primeira veio do norte de Treviso e o segundo do sul de Venezia mas não temos elementos para identificar origem remota igual ou diversa para as duas famílias. Sendo assim, optamos por registrar as duas formas.

Caso diferente nos parece ser o de Venturi e Venturini, sobre os quais um outro leitor alegou serem descendentes de um único personagem. Mioranza dá a mesma origem para os dois sobrenomes: Ventura, redução popular e coloquial de Bonaventura, significando pessoa de sorte.

Descobrimos que Carlo Venturi, o genearca do grupo radicado em Santa Isabel (hoje Abaíba) na década de 1890, procedia de Verona. Já o Carlo Venturini vivia na divisa de Piacatuba com Itamarati na mesma época e procedia de Ravenna, na Emilia-Romagna.

Consultamos pesquisadores italianos e fomos informados de que Carlo Venturini era descendente de Francesco Venturini, nascido em Parma, Emilia-Romagna, em 1744, e que esta família ali existia desde dois séculos antes. Através de outro colaborador italiano, soubemos que Carlo Venturi pertence à família de Domenico Venturi, radicada desde 1723 em Catanzaro, na Calabria. Evidentemente não podemos eliminar a hipótese de migração interna de membros desta família. Na falta de comprovação, mantivemos as duas formas.

Genealogia dos nossos Imigrantes

Onde eu encontro a genealogia do sobrenome X?

Esta é mais uma questão que demanda algumas explicações. Em primeiro lugar, lembramos de uma afirmação de Rivers, em O Método Genealógico na Pesquisa Antropológica, em que ele declara que
"as genealogias incluem enorme quantidade de informações valiosas para um estudo exato de vários problemas".
De fato, o conjunto de genealogias dos imigrantes que viveram em Leopoldina comprovou que o método permite conhecer uma quantidade expressiva de informações importantes para resgatar a memória daquele grupo social. Entretanto, é preciso ter em mente que a “árvore genealógica” é construída a partir de indivíduos e não a partir de sobrenomes. Para atendermos consultas sobre as genealogias, é preciso que nos informem o nome do personagem e nos forneçam algumas pistas como datas e locais de nascimento, casamento ou óbito. Para os que nasceram em Leopoldina antes de 1930, provavelmente teremos alguma informação.

Como temos feito nas demais respostas, aqui citamos como exemplo a consulta sobre um personagem de sobrenome Franzone. No desenrolar da troca de mensagens, o leitor descobriu que seu antepassado não pertencia à família do imigrante Luigi Franzone. Isto só foi possível porque nosso leitor construiu a sua própria “árvore de costado”, ou seja, coletou informações de seus pais e avós e nos informou a data e o local de nascimento do personagem que acreditava ser filho do imigrante. De imediato levantamos a hipótese de pertencer a outro grupo familiar, já que a pessoa nasceu em outra região brasileira e em data incompatível com a idade da mãe.

Segundo as fontes que basearam a inclusão do personagem em nosso banco de dados, em sua maioria documentais, Luigi Franzone passou ao Brasil em 1895, com a esposa Emilia Filoti e os filhos Cecilia, Fiorenzo e Maria. Foram contratados para trabalhar numa fazenda em Recreio e tiveram, pelo menos, mais 3 filhos: Carmen, Hercilia e José. Estes dois últimos nasceram, respectivamente, em 1901 e 1903, em Leopoldina. Pelo registro de entrada no Brasil, Luigi nasceu em 1864 e Emilia em 1869, ambos em Candia, Torino, Piemonte. Outras datas importantes: o casal é mencionado como residente em Leopoldina em assentos paroquiais dos anos de 1911, 1912, 1914, 1918 e 1926. Portanto, é pouco provável que tenham tido um filho na Bahia, em 1926. Ainda mais se considerarmos que, nesta época, Emilia Filoti estaria com 57 anos.

É possível que Luigi Franzone e Emilia Filoti tenham tido um filho homônimo do pai e que, por coincidência, tenha se casado com homônima de sua mãe. Tal personagem, entretanto, não aparece nas fontes que consultamos. Tampouco encontramos genros ou noras de mesmo nome. Pelo que nos foi dado apurar, Maria Franzone casou-se no povoado de São Martinho com Antonio Carlos Bittencourt; Carmen casou-se em Providência com Alfredo Antinarelli; Hercilia casou-se com César Augusto Borella e José Franzone casou-se com Anatilde Spinola em Leopoldina.

A última notícia que tivemos de nosso leitor talvez explique as informações desencontradas. Segundo ele, um seu primo copiou a árvore genealógica da internet e não sabia as fontes utilizadas pelo autor do trabalho. Aí está um ponto fundamental: é preciso analisar a procedência da informação, preferencialmente fazendo uma comparação entre diversas fontes e analisando a lógica dos acontecimentos, antes de assumir que fulano é filho de beltrano.

Contagem Regressiva nr. 7


CONTAGEM REGRESSIVA
Boletim sobre o Centenário da Colônia Agrícola da Constança
Número 7
10 de março de 2010


Diversos leitores deste boletim pedem as edições anteriores, seja por não terem assinado desde o início ou por algum problema de recepção. Vejam as opções:

No decorrer desta semana deverá ser finalizada a programação do sábado, dia 10 de abril, que será enviada aos leitores no próximo boletim.


Contagem Regressiva é um informativo sobre a Colônia Agrícola da Constança, da cidade de Leopoldina, MG. Trará destaques sobre o projeto de resgate de sua história e notícias do movimento para comemorar o Centenário em abril de 2010.

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Significado de Sobrenomes

Continuando com a série de questões frequentes nas mensagens de nossos leitores, hoje apresentamos um resumo sobre o Estudo da Origem e do Significado de Sobrenomes. Esclarecemos tratar-se de noções básicas com o objetivo auxiliar o início de um trabalho de pesquisa sobre o tema.

Em primeiro lugar queremos chamar a atenção para alguns termos.
- Onomástica é o ramo da Linguística que se refere ao estudo explicativo dos nomes próprios;
- Antroponímia é a divisão da Onomástica que estuda o significado dos nomes próprios;
- Etimologia é a parte da Gramática que trata da origem e formação das palavras.
Algumas pessoas se assustam quando encontram os termos acima e até mesmo desistem de prosseguir por julgarem tratar-se de alguma coisa muito complexa e inatingível. Ledo engano! Todos nós, que nos interessamos pelo estudo de nossas origens, em algum momento vamos entrar por este caminho. E podemos encontrar termos como os seguintes.
- Patronímico é o sobrenome derivado do nome do pai;
- Toponímico é o sobrenome que se refere a um local, à toponímia de um lugar, ou seja ao seu nome;
- Gentílico designa a Nação ou Estado a que pertence.
Há muitas obras publicadas sobre o assunto e inúmeros sites que o abordam. Cabe a cada um de nós escolher aquela fonte que passar pelo nossa crítica. Como aproximação do assunto, e considerando que estamos comemorando os 130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina, vamos comentar o significado de alguns sobrenomes a partir do Dicionário dos Sobrenomes Italianos, de Ciro Mioranza, publicado pela Editora Escala de São Paulo. Nesta obra o autor retoma o contido em sua obra anterior - Filus Quondam, A Origem e o Significado dos Sobrenomes Italianos - publicada pela Editora São João de Guarulhos, SP.

Segundo Ciro Mioranza,
"prefixos e sufixos constituem a chave-mestra para entender os sobrenomes italianos e seu significado. Os prefixos são poucos. Os sufixos, porém, são muitos e se combinam e se aglutinam de todas as formas."
Para não tornar cansativa esta exposição, destacamos alguns sufixos comuns em sobrenomes italianos, segundo este autor. A primeira forma é singular, seguida do plural.
- àccio, acci - aumentativo, pejorativo
- acco, acchi - diminutivo, indica local de origem
- ardo, ardi - onomástico, toponímico, diminutivo pejorativo
- engo, enghi - ressalta relação de parentesco
- eno, eni - noção de numeral, coletivo
- ente, enti - qualidade, profissão, gentílico
- oto, oti - étnico, gentílico das áreas meridionais
- tore, tori - profissão, arte e ofício, função
- trice, trici - feminino do anterior
No estudo dos sobrenomes, nós precisamos analisar a etimologia da palavra. É fundamental identificar o radical, os sufixos e prefixos. Só assim poderemos chegar ao significado.

Um exemplo: Gallo, segundo Ciro Mioranza, é proveniente
"do latim gallus, galo ou gaulês, ou seja, habitante da Gália. Gallus era sobrenome de prestígio na sociedade romana e se referia tanto à ave, como à etnia gaulesa. O sobrenome, portanto, pode indicar 'oriundo da Gália' como recordar os atributos do galo, a vigilância, a altivez, a sobranceria, o comando. Pode, ainda, ser uma referência ao habitante oriundo de uma das duas cidades ou de uma das várias povoações chamadas Gallo".
Em Leopoldina este sobrenome aparece em descendentes de Pietro Gallo, procedente de Longare, Vicenza, Veneto. Ele passou ao Brasil em 1896 e foi contratado para trabalhar em fazenda de Além Paraíba, onde já viviam parentes seus. Posteriormente a família surge em fontes relativas a Providência, distrito de Leopoldina.

Pietro era casado com Corina di Lamassara com quem teve os filhos Giorgio, Guglielmo, Silvestre , Catterina, Maria e Angela. Esta última filha casou-se, no distrito de Providência, com Luigi Fermadi. Diferentemente da maioria dos filhos de italianos que usavam apenas o sobrenome paterno, como é comum na Itália, alguns filhos de Angela Gallo e Luigi Fermadi foram registrados com o sobrenome duplo: Gallo Fermadi.

Ainda não temos o significado dos dois outros sobrenomes mencionados neste texto, Lamassara e Fermadi, por não termos conseguido chegar ao original. Provavelmente são variações ortográficas. Talvez o primeiro seja "La Massaro", sendo que "la" é o artigo feminino correspondente ao "a" em português. Massaro, segundo Mioranza, vem do latim massarius, derivado de massa, ou seja, latifúndio. O autor destaca que este sobrenome refere-se ao administrador ou feitor de uma grande propriedade agrícola, podendo também designar o colono que trabalha em tal propriedade. Uma outra possibilidade, ainda segundo Mioranza, é de que este sobrenome identifique o administrador de bens de uma comunidade, ou seja, "a massa" de bens da paróquia local, por exemplo.

Este texto foi enviado para uma professora de Leopoldina que nos consultou sobre o significado de alguns sobrenomes. Em seguida ela nos escreveu para declarar que não imaginava as múltiplas possibilidades oferecidas pelo projeto Conhecendo suas Raízes. Esta professora está pensando em ampliar o alcance para seus alunos do Ensino Médio, por acreditar que eles se sentirão mais estimulados para estudar Linguística. 

Nós nos sentimos recompensados ao perceber que nossos estudos sobre a Imigração em Leopoldina podem, finalmente, entrar na pauta das escolas. Sempre o dissemos e aqui repetimos: o passado da nossa cidade abre portas para o nosso futuro até por vertentes que não conseguimos perceber de imediato.

Brasões, Ascendência e Descendência

Hoje falaremos de duas colocações frequentes:
1 – Eu tenho descendência italiana.

2 – Estou procurando o brasão de minha família.

Em primeiro lugar, vamos pensar no significado das palavras ascendência e descendência. Usaremos um dicionário de consulta on line, o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.
Ascendência - Parentesco com os pais e outros antepassados.

Descendência - Série de indivíduos provenientes do mesmo progenitor.

Portanto, se você quer dizer que seus antepassados são italianos, você deve usar o termo ascendência. Você tem ascendência italiana quando seus antepassados nasceram na Itália. E terá descendência italiana se seus filhos, netos e bisnetos nascerem na Itália.

Nós estudamos a imigração em Leopoldina através dos descendentes daqueles que aqui chegaram a partir do final do século XIX.

Quanto à segunda colocação, é preciso, antes de mais nada, entender o que é um brasão. Não somos especialistas em heráldica e, portanto, daremos apenas informações básicas.

Um Brasão de Armas é um desenho criado de acordo com as normas heráldicas para identificar famílias, cidades, países etc. Na Idade Média estes desenhos eram usados nos escudos dos cavaleiros que iam à guerra, em alguma parte do vestuário ou na bandeira que eles carregavam. Por terem sido usados no vestuário de proteção usado pelos guerreiros, vestuário que tinha o nome de cotas, os brasões são também denominados Cotas de Armas. Quando apresentado no escudo, recebe o nome de Escudo de Armas.

Os brasões não eram concedidos ao acaso. Em alguns filmes sobre a Idade Média pode-se observar a cerimônia em que um chefe de clã entrega o Escudo de Armas a um guerreiro que irá usá-lo nas lutas de defesa da propriedade ou de alguma outra questão. Neste caso, o brasão tem por objetivo identificar a que “exército” pertence o guerreiro e não a que família ele pertence. O mesmo ocorre quando um guerreiro, ao voltar das lutas, recebe do Senhor das Terras que defendeu a insígnia que identifica aquele burgo. É uma homenagem que se assemelha, de certa forma, às medalhas que são concedidas aos combatentes das guerras atuais.

Com o passar do tempo, os brasões passaram a significar o status das pessoas a quem eram conferidos. Para alguns heraldistas, vem daí a prática de mandar desenhar Brasões de Armas para concedê-los àqueles que se destacavam por atos de coragem. Desta prática surgiu a Carta de Brasão de Armas, ou CBA, que identificava o beneficiado e também o uso a que se destinava. Portanto, nem todo usuário de um sobrenome localizado num documento heráldico tem o direito de usar o brasão e as armas ali descritas. Há todo um sistema de transmissão que não se resume ao uso do sobrenome. Por exemplo: em determinado tempo e lugar o uso do Brasão de Armas poderia ser transmitido aos filhos do sexo masculino ou somente para o filho mais velho.

Mais adiante o Brasão de Armas tornou-se o distintivo das famílias nobres, identificando seu grau social, e só poderia ser transmitido aos descendentes diretos. Neste caso, se o brasão foi concedido a uma pessoa, só os descendentes daquele personagem podem utilizá-lo, sendo vedado aos sobrinhos, irmãos ou outros familiares de mesmo sobrenome.

No século XIX, quando a aristocracia deu lugar à burguesia, o prestígio do brasão entrou em declínio. No século XX voltou a ter importância como designativo de municípios, instituições e estados.

Hoje é relativamente fácil encontrar falsos brasões à venda. A maioria não é considerada verdadeira por desobedecer às normas da heráldica, que é a arte que norteia sua produção.

Se você está em busca de um brasão de família, pesquise sua linhagem até encontrar o personagem de sua ascendência a quem tenha sido concedido um Brasão de Armas ou que o tenha mandado desenhar. Estude as condições da concessão e da transmissão. Ou contrate um heraldista para desenhar o símbolo que identificará você, seus filhos e netos, se assim o desejar.

Nos tempos atuais, é comum que se mande desenhar um logotipo para identificar uma instituição ou empresa. Em seguida faz-se o registro para evitar o uso indevido. Guardadas as devidas proporções, o mesmo se dava com os Brasões de Armas.

Conhecendo suas Raízes

Uma professora pergunta:
Como ensinar meus alunos a descobrirem qual é o verdadeiro sobrenome italiano em suas famílias?

Esta questão é importante. Ao longo de nossas buscas, inúmeras vezes nos deparamos com informações orais sobre ascendentes italianos cujo nome nos pareceu estranho. Como foi o caso de uma família que disse descender dos Terceira Rocha. Até o momento não conseguimos identificar o sobrenome real desta família.

Em outros casos, felizmente a maioria, colhemos as variações nos assentos paroquiais e fomos montando o grupo familiar através da indicação de pais, mães e eventualmente avós que tenham sido indicados nos batismos. Foi um grande quebra cabeça, com certeza. Hoje, 15 anos depois do início da montagem, nos colocamos à disposição dos interessados para fornecer as informações constantes em nosso banco de dados. Desta forma estaremos ajudando aos alunos envolvidos no projeto Conhecendo suas Raízes, das secretarias municipais de Cultura e Esporte e Lazer de Leopoldina. Isto porque, num primeiro momento, talvez não seja possível apresentá-los aos meandros de uma pesquisa desta natureza.

Vejamos um caso clássico. Há alguns anos recebemos consulta de um leitor de nossas colunas que desejava descobrir a origem de sua família. Informou-nos que o sobrenome de uma avó era Bastos Perdão. Assim como em inúmeros outros casos, foram necessárias trocas de mensagens que nos esclarecessem e pudéssemos identificar os prováveis ascendentes. Chegamos a Giuseppe Perdonelli e Giovanna Bagetti, pais de Luigia, Maria e Tereza.

Luigia, nascida na província de Vicenza, casou-se no distrito de Providência com Federico ou Frederico Canova, italiano de Codevigo, Padova, filho de Pietro Canova e Santa Varoti.

Maria Perdonelli casou-se com Luigi Richardelli também em Providência. Ele era filho de Domenico Richardelli e Rosa Sangiorgio, família que passou ao Brasil em 1896 e estabeleceu-se naquele distrito. Além de Luigi, o casal teve os filhos Carlo Domenico casado com Ida Zamagna, Maria, Ernesta, Tereza casada com Manoel Furtado, Gaspare, Luigia casada com Antonio Luiz de Moura e Pasquina casada com Eugenio Francisco de Souza.

A família Richardelli trabalhou na Fazenda Albion. Uma das filhas de Maria Perdonelli e Luigi Richardelli casou-se com Sante Antonelli, filho de Serafino Antonelli e Santa Gentilini. Com a ajuda de uma descendente, descobrimos que os Antonelli viveram em Providência até, pelo menos, 1941.

Tereza Perdonelli casou-se em Providência com Augusto Mario. Ele nasceu em Palma, filho dos italianos Maria e Giacomo Mario.

O uso do sobrenome original nos permite identificar adequadamente as famílias. Entretanto, não é simples perceber que Bastos Perdão quer dizer Bagetti Perdonelli. Assim também os inúmeros descendentes de imigrantes que vivem em Leopoldina nem sempre conseguem localizar-se no seio daquele grupo que chegou ao município a partir de 1880. Mas se a criança começa a trabalhar com suas próprias raízes, cedo descobrirá não apenas de onde procede como uma série de outras informações que ampliam seu universo cultural.

Em todas as reuniões e contatos que fizemos com instituições, autoridades e moradores de Leopoldina nestes últimos anos, sempre dissemos que a comemoração do Centenário da Colônia Agrícola da Constança e dos 130 anos de Imigração Italiana em Leopoldina poderia alavancar diversos aspectos. Inclusive, e talvez principalmente, ajudando os alunos num estudo interdisciplinar sobre suas origens familiares.

Disse-nos Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, que “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Quanto aprenderemos com a pesquisa de nossos estudantes para o projeto Conhecendo suas Raízes? Quantos deles virão nos contar coisas que não suspeitávamos sobre o lazer, o trabalho e as relações sociais da Leopoldina dos imigrantes? E quantos despertarão para atividades profissionais ligadas aos conhecimentos que precisarão acessar ao buscarem suas origens?

Imigrantes de São Lourenço representados no evento do dia 11 de abril

Edson Jenevain Lupatini descende daqueles imigrantes que viveram em São Lourenço e que se farão representar no evento comemorativo dos 130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina e do Centenário da Colônia Agrícola da Constança. Filho de Vera Lucia Jenevain, é neto materno de Dalvina Maria de Jesus que, por sua vez, é filha de Luigi Maimeri e Carolina Rancan.

Nosso amigo Edson foi um dos primeiros a abraçar a ideia da comemoração, movimentando a Associação de Veículos Antigos de Leopoldina que abrirá as comemorações no domingo, dia 11, partindo em carreata da Praça João XXIII. Companheiros de Edson na AVAL também descendem de nossos imigrantes, como demonstram os sobrenomes que aqui vão na forma original:
Alex Sander Sangalli Zachini
Antonio Custodio Zachini
Cleber Venturini
José Cassio Venturini
Norivan Campana de Oliveira
Provavelmente outros sócios também descendam de imigrantes. Entretanto, não os identificamos ainda. Se você faz parte deste grupo sócios, por favor, diga-nos a que família pertence.

Italianos no arraial de São Lourenço, Leopoldina, MG

Recebemos diversas consultas sobre famílias que, segundo os remetentes, teriam vivido na Colônia Agrícola da Constança e não foram citados em nossas colunas no jornal Leopoldinense.

Em primeiro lugar, gostaríamos de esclarecer que o portal deste jornal foi lançado em 2009 e nossas colunas começaram bem antes. Por ocasião dos 90 anos da Colônia, publicamos nossos textos em outro jornal da cidade cujo editor posteriormente fundou o Leopoldinense. Para os textos publicados entre 1999 e 2001, convidamos o leitor a visitar este endereço.

Já para as colunas publicadas a partir de 2006, o endereço é este.

Uma das consultas que recebemos nos últimos dias refere-se à família de Ramiro José. Infelizmente o leitor fez o comentário aqui no blog e não deixou seu e-mail para resposta.

Acreditamos tratar-se do italiano Giuseppe Ranieri, filho de outro do mesmo nome e de Celestina Farinone ou Farinazzo, também referida em algumas fontes como Caterina Desboto. Ao que sabemos, Giuseppe (filho) residia no arraial de São Lourenço em fevereiro de 1899, quando foi batizado seu filho Marcelino. Era casado com Catarina Zerbati, também italiana. Não localizamos a entrada da família no Brasil nem outras referências em Leopoldina.

Sabemos apenas que Giuseppe Ranieri (filho) era irmão de Luigia Ranieri que se casou em Leopoldina, no ano de 1896, com Pietro dal Canton, filho de Giovanni dal Canton e Ana Chinellata.

Através do casamento de Luigia descobrimos que a família Ranieri tinha origem na Parrochia Altissimo, em Vicenza, Veneto. Pela data do casamento, podemos afirmar apenas que os Ranieri passaram ao Brasil antes de novembro de 1896.

Já os Dal Canton procediam de Martellago, Venezia, Veneto e chegaram ao Brasil em setembro de 1895. Foram contratados para trabalhar em uma fazenda do então distrito de Santa Izabel, hoje Abaíba. Ali Pietro conheceu Luigia, com quem se casou um ano depois.

Dos irmãos de Pietro sabemos que Angelo dal Canton casou-se em 1898 com Elisetta Marcelina Baldo, procedente de San Mauro di Saline, Verona, e cuja família chegou ao Brasil em abril de 1896, sendo contratada também para uma fazenda de Santa Izabel, por Antonio Carlos de Barros Faria. Referências aos pais de Elisetta – Giovanni Battista Baldo e Lucia Caloi indicam que seus filhos Giuseppe, Ermelinda, Anetta e Maria Teresa viviam no arraial de São Lourenço nas três primeiras décadas do século XX. Ermelinda Baldo foi casada com Pietro Castagna, natural de Velo Veronese, Verona, e cuja família transferiu-se de Leopoldina para Belo Horizonte na década de 1930.

Pietro dal Canton faleceu antes de 1909, quando a viúva Luigia Ranieri casou-se pela segunda vez com o cunhado Luigi dal Canton.

Anetta Baldo, irmã da esposa de Angelo dal Canton, casou-se também com um cunhado – Vittorio dal Canton. Os outros filhos de Giovanni dal Canton e Ana Chinellata foram Antonio, Lugia que se casou com Luigi Rancan, Angela e Benvenuto.

Sobre os Rancan, do marido de Luigia dal Canton, sabemos que o casal Francesco Rancan e Angela Corradin procedia de Mizzole, Verona e passou ao Brasil em 1896, sendo também contratado para fazenda nas imediações do arraial de São Lourenço. Com eles vieram os filhos Giuseppe que se casou com Giulia Fovorini, Carolina que se casou com Luigi Maimeri, Angelo e Maria que se casou com Emilio Giovanni Raimondi.

Reunindo as informações sobre estes personagens, verificamos que os Baldo, Castagna, Dal Canton, Fovorini, Maimeri, Raimondi, Rancan e Ranieri viviam em São Lourenço e não na Colônia Agrícola da Constança. Como temos dito em diversas oportunidades, a Colônia foi apenas um dos núcleos onde viveram muitos imigrantes, especialmente italianos. Mas no ano em que comemoramos os 130 anos de Imigração Italiana em Leopoldina, não podemos nos esquecer de tantos que, estabelecidos nos distritos da cidade, ajudaram a modificar o panorama do município.

Famílias Não Citadas na Constança

Por que vocês não citaram “fulano de tal” que viveu na Colônia Agrícola da Constança?

Esta é outra questão recorrente. No início de nossas buscas, recebemos várias informações sobre colonos da Constança cujos nomes não apareciam nos respectivos registros. Aos poucos fomos percebendo que algumas pessoas sabiam muito pouco sobre seus avós e bisavós, limitando-se a identificá-los como colonos. Porém, o fato de terem sido colonos não significa que tenham vivido na Colônia Constança. Muitos imigrantes foram sim, colonos, mas de uma das inúmeras fazendas que receberam imigrantes no final do século XIX. Na medida em que começamos a escrever sobre a Constança, diversas pessoas passaram a entender que, se os antepassados foram colonos, viveram na Constança.

Este parece ser o caso da família Saggioro, em que um descendente afirma que foram proprietários da “fazenda Constança”. Não nos parece que tal tenha ocorrido.

Sabemos que Giuseppe Saggioro passou ao Brasil em 1896, desembarcando do vapor Arno no Rio de Janeiro. Da Hospedaria Horta Barbosa saiu contratado para trabalhar numa fazenda em Providência. Estava acompanhado da esposa Catterina Bovolin e dos filhos Elisabetta, Antonio e Angela. Segundo um de nossos leitores, o casal foi pai também de Domenico Saggioro que se casou com Carmela Marotti. Mas não encontramos referência a estes dois últimos personagens em Leopoldina.

Quatro meses depois da chegada de Giuseppe Saggioro, desembarcou no Rio a família de Antonio Saggioro, que saiu da Hospedaria com destino à própria cidade de Juiz de Fora. No desembarque consta que Antonio tinha um filho de nome Domenico mas seus descendentes informam que ele era filho de Giuseppe e imigrou em companhia do tio Antonio.

Através do Registro de Estrangeiros de um dos filhos de Giuseppe, soubemos que a família procedia de Verona. Consultado o arquivo respectivo, formos informados que o nome da esposa era Catterina Frigo. Se Domenico era filho de Giuseppe e este era irmão de Antonio, é possível tratar-se mesmo da família que procedia de Legnago, Verona, onde viveu Bartolomeo Saggioro, pai de Antonio e Giuseppe e, Domenico Frigo, pai de Catterina Frigo.

Em Leopoldina temos apenas informações sobre os filhos de Giuseppe Saggioro e Catterina Bovolin ou Frigo, como residentes no distrito de Providência.

Elisabetta Saggioro casou-se com Giacomo Farinazzo, filho de Giuseppe Farinazzo e Giovanna Giacomelle, tendo vivido na Fazenda Paraíso nos primeiros anos novecentos.

Antonio Saggioro (filho) casou-se com Ottavia Lorenzetto, filha de Giuseppe Lorenzetto e Angela Rinaldi. É possível que a esposa de Antonio se chamasse Maria Ottavia ou Antonia Ottavia , já que é algumas vezes referida como Maria e também como Antonia. Este casal vivia no Sítio Humaitá em 1942 e a mãe de Ottavia, Angela Rinaldi, na mesma época residia no sítio Caeté.

Angela Saggioro casou-se com Emilio Lorenzetto, irmão de Ottavia acima citada. Segundo pesquisadores do sul do Espírito Santo, filhos de Angela e da irmã Elisabetta teriam migrado para aquele estado.

Portanto, não citamos os Saggioro como colonos da Constança porque nenhum deles aparece nas fontes relativas àquele núcleo colonial no período de 1910 a 1930. Mas foram sim, imigrantes italianos que viveram em Leopoldina onde estamos comemorando, neste ano de 2010, os 130 anos do início de sua chegada ao nosso município.

A Pesquisa em Leopoldina II

Uma pergunta frequente nas mensagens de nossos leitores:
Quantos sobrenomes italianos existem em Leopoldina?

Geralmente nós começamos a resposta com um caso clássico. Trata-se do imigrante Sancio Maiello que passou a ser identificado como Francisco Ismael, sendo Ismael o sobrenome usado pelos descendentes. Donde perguntamos aos nossos interlocutores: neste caso, devemos dizer que é um ou que são dois sobrenomes?

Agora convidamos nossos leitores para analisar um outro caso.

Teresa Trombini, nascida em Porto Tolle, Rovigo, era casada com Candido Leone Finotti. Foram pais de Giovanni Sante (1868), Battista (1871), Pietro Antonio (1873), Domenico Claudio (1876), Lorenzo (1881), Angelo (1883) e Giuseppe, todos nascidos na Itália. Muitos deles migraram para a região de Carangola e para o Espírito Santo, sendo que atualmente há descendentes também na região de Governador Valadares.

O filho Giovanni Sante Finotti foi casado duas vezes: com Ema Craciotoni e com Emilia Bellan. O segundo casamento foi realizado no distrito de Ribeiro Junqueira, em 1898, e a noiva era filha de Angelo Bellan e Maria Piovesan. Aqui temos um aspecto que pode gerar confusão numa busca apressada: no casamento de Giovanni, consta que ele era viúvo de Tereza Trombini que, na verdade, era sua mãe.

Outro filho, Battista Finotti, casou-se com Maria Dorigo em 1896, também em Leopoldina. Maria era filha de Gaetano Dorigo e Felicitá Omilio. Mais uma dúvida: a mãe de Maria é referida, em algumas fontes, como Emilia Felicitá.

Ocorre que Candido Leone Finotti, o genearca deste grupo, foi casado também com Pierina Marangoni, que, por sua vez, tinha sido casada com Antonio Nacav, cujo sobrenome aparece como Nocori e Nacaré.

Até aqui mencionamos os sobrenomes Bellan, Craciotoni, Dorigo, Finotti, Marangoni, Nacav, Omilio, Piovesan e Trombini. Poderíamos, então, definir como sendo nove os sobrenomes italianos encontrados neste grupo? Ou deveríamos acrescentar a quantidade de variações ortográficas? Deveríamos somar Felicitá como variação de Omilio?

Como um estudante, que está começando a se aproximar de sua própria história familiar, poderia responder à questão: 
Quantos sobrenomes italianos há em sua família?
Para ampliar um pouco mais a dificuldade, alguns descendentes do grupo aqui mencionado adotaram, como sobrenome, o primeiro ou o segundo nome do pai. Muitas vezes isto ocorre porque o italiano, ao informar como se chama, responde com o sobrenome antes do nome. Donde, nesta família, encontramos pessoas com sobrenome Battista, Domenico, Leone, Lorenzo, Pietro e Sante e suas variações ortográficas.

Ao longo destes quinze anos de pesquisas nós descobrimos muitos outros casos semelhantes. Por esta razão, julgamos inadequado quantificar os sobrenomes imigrantes presentes em Leopoldina. Consideramos que, muito mais importante do que um número redutor, são as pessoas que estão representadas na população leopoldinense. Os atuais descendentes nem sempre se sentirão incluídos no grupo se não souberem que usam, por sobrenome, uma variação do que estaria registrado em alguma lista totalizante.

Cada pesquisador escolhe a melhor metodologia para atingir os objetivos de sua pesquisa. No nosso caso, decidimos usar o sobrenome original para vincular o grupo familiar. E estamos disponíveis para ajudar a todos os leopoldinenses, através do acervo de informações que reunimos, a descobrirem o grupo ao qual pertencem.

130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina

Após a distribuição do Projeto Conhecendo suas Raízes, elaborado pelas secretarias de Cultura e Esporte e Lazer de Leopoldina, recebemos diversas consultas que versam sobre o mesmo tema. Optamos por respondê-las através do blog por acreditarmos que podem interessar a outras pessoas. Vamos reuni-las sob o marcador "A pesquisa em Leopoldina".

Considerando que 2010 marca os 130 anos da imigração italiana em Leopoldina, dois tipos de pedidos são muito incidentes:
1 - enviar tudo sobre a Imigração Italiana em Leopoldina;
2 - informar todos os italianos que viveram no município.

Prezados amigos, leitores e seguidores: infelizmente não temos como atender a estes pedidos em uma simples mensagem ou postagem. O volume de informações é de tal monta que tornaria inviável a leitura em pouco tempo, além de constituir um arquivo maior do que o permitido para trânsito em programas de e-mail.
 
Se nos permitem a brincadeira, toda pesquisa tem um "o quê", um "por quê", um "para quê" e um "como".Ou seja, uma pesquisa 
- busca responder a uma questão ou problema levantado a partir de um tema; 
- tem uma justificativa; 
- pretende atingir um ou mais objetivos;
- é realizada através de determinada metodologia.
Ao preenchermos estes quatro itens, e alguns outros que são igualmente necessários, formulamos nosso projeto de pesquisa. Uma sugestão: quando buscarem ajuda, procurem indicar claramente estes quatro itens. Estabeleçam a ideia chave que identifique cada um deles e nos enviem. Desta forma poderemos consultar nosso banco de dados e responder mais rapidamente.

Deixamos um exemplo de pedido recebido há dois dias. O correspondente pediu "tudo sobre a imigração em Leopoldina". Após trocarmos algumas mensagens, descobrimos que a pessoa queria saber se os Zaffani estavam incluídos entre os imigrantes que viveram no município. E assim pudemos informar que, segundo as fontes consultadas, Lavinia Zaffani, nascida em Casaleone, Verona, aos 21 de abril de 1863, filha de Rinaldo Zaffani e Regina Bonvicini, passou ao Brasil em 1895, desembarcando do vapor Sempione no porto do Rio de Janeiro no dia 31 de outubro. Era casada com Giovanni Meneghelli, filho de Candido Meneghelli e Luigia Marcomini, nascido aos 21 de julho de 1858 em Gazzo Veronese, Verona. O casal deixou a hospedaria Horta Barbosa no dia 4 de novembro de 1895, com destino à estação Santa Isabel, atual Abaíba. 

Não temos conhecimento de outros Zaffani em Leopoldina e os filhos de Lavinia, conforme é habitual entre os italianos, não usavam o sobrenome materno.  Sabemos que Giovanni Meneghelli migrou para Alegre, no Espírito Santo, por volta de 1920, provavelmente indo ao encontro de parentes de sua esposa. Pelo menos uma das filhas permaneceu em Leopoldina. Dos filhos do casal, Corina (1885), Evaristo (1886), Salmista (1888), Aristea (1890), Angelo (1892), Crocilla (1895), Jorge (1902), Ana Maria (1907), Maria e Cirilo, só os quatro últimos nasceram no Brasil.

Através do casamento dos filhos, os Meneghelli se uniram aos Piccoli e Borella pela filha Corina, aos Battisaco e Stefani por Evaristo e também aos Conti e Artuzo pelo casamento de Aristea.

Se tivesse sido possível enviar tudo o que apuramos nestes 15 anos de pesquisa,  nosso correspondente precisaria de um tempo relativamente longo para a leitura do material.  Mas quando informou o tema, o objetivo e a justificativa, em poucos minutos localizamos os dados e enviamos um relatório sobre a família.

Continuaremos respondendo as perguntas mais frequentes através deste blog. Reiteramos nossa disposição de contribuir com o que estiver ao nosso alcance. Se preferirem, preencham o formulário de contato aqui.

Sobrenome Geraldini

Segundo o Requerimento para Registro de Estrangeiros de 1942, o declarante Enrico Giuseppe Geraldini informou que nasceu no dia 26 de outubro de 1865, em Padova, filho de Antonio Geraldini e Maria Lazzarin. Declarou também que passou ao Brasil pelo vapor Bretagne, tendo aportado no Rio de Janeiro em novembro de 1892. Até o momento, não encontramos o manifesto deste vapor no Arquivo Nacional. Já no Arquivo Público Mineiro, no livro de registros relativo a janeiro de 1892, entre os passageiros do vapor Bretagne não consta o sobrenome Geraldini ou nomes que se assemelhem aos de seus pais.

Ainda pelo Requerimento para Registro de Estrangeiro de 1942, o declarante informou que em abril de 1896 embarcou no Porto de Santos com destino à Itália e que retornou definitivamente ao Brasil em 1897, desembarcando no Rio. A profissão declarada: ferreiro. Residência em 1942: rua das Flores, Leopoldina, MG.

Reunindo informações colhidas em diversas entrevistas concedidas por antigos moradores da Colônia Agrícola da Constança, assim como de descendentes de outros imigrantes, observa-se que alguns confundem Enrico Geraldi com Enrico Giuseppe Geraldini. Entretanto, referências documentais demonstram que são duas pessoas diferentes sendo que Enrico Giuseppe Geraldini foi casado com Vitalina Pimentel, tendo sido pai de Iracema, nascida em Leopoldina aos 3 de janeiro de 1921.

Contagem Regressiva nr. 6

Amigos e amigas

Em homenagem aos imigrantes que viveram em Leopoldina, convidamos a conhecerem algumas imagens da Colônia Agrícola da Constança e de Imigrantes, marcando as comemorações pelo Centenário da Colônia e os 130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina.

Clique Aqui

Luja Machado e Nilza Cantoni
12 de abril 1910 - 2010
Centenário da Colônia Agrícola da Constança

Projeto Conhecendo suas Raízes

As secretarias municipais de Cultura e Esporte e Lazer  de Leopoldina apresentam o projeto para comemorar o Centenário da Colônia Agrícola da Constança.

A Administração Municipal de Leopoldina Abraça a Ideia

Matéria distribuída pelas Secretarias Municipais de Cultura e de Esporte e Lazer

GOVERNO MUNICIPAL PREPARA GRANDE COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO DA COLÔNIA ITALIANA DA CONSTANÇA

Com o objetivo de comemorar o centenário da Colônia Agrícola da Constança, formada por imigrantes italianos que se instalaram no município, as Secretarias Municipais de Cultura e de Esporte e Lazer estão desenvolvendo o projeto “Conhecendo suas raízes”. Considerada como um símbolo maior do processo de imigração italiana no município, a Colônia Agrícola da Constança influenciou nas transformações ocorridas na cidade em vários aspectos, desde a prestação de serviços à indústria, o comércio até a agricultura. No período de 1890 a 1930, a população imigrante em Leopoldina era de 90% de italianos.

Segundo Valéria Equi Benatti Bártoli, membro da Comissão de Festas do Município, o projeto visa reconhecer e homenagear os descendentes destes imigrantes através de um conjunto de atividades educativas, culturais e esportivas. Esta iniciativa inspirou-se em pesquisas feitas por dois historiadores Nilza Cantoni e José Luiz Machado sobre a importância da imigração italiana na formação da comunidade leopoldinense.  A comemoração do centenário da colônia está prevista para os dias 10 e 11 de abril. Os detalhes da programação foram discutidos recentemente durante o Programa FAZ, apresentado aos sábados pela Rádio Jornal AM. Estiveram presentes Gilberto Oliveira Tony e Valéria Benatti, representando a Administração Municipal, os historiadores Nilza Cantoni, José Luiz Machado e Júlio Cézar Vanni, além das pesquisadoras Joana Capella e Rosalina Pinto Moreira. 

O projeto “Conhecendo suas raízes”, que foi aprovado e elogiado pelos pesquisadores e historiadores, tem como metodologia a promoção da educação patrimonial através de pesquisas com os alunos da rede pública sobre a origem dos nomes e sua descendência, apresentação das árvores genealógicas confeccionadas pelos alunos e encontro das famílias italianas.

 
 Segundo Valéria Benatti, o projeto foi apresentado durante reunião realizada hoje (01/03) com as pedagogas das escolas municipais. A execução das atividades ocorrerá em salas de aula no período de 08 a 31 de março, culminando com uma exposição dos seus resultados durante todo o mês de abril.

A proposta da programação festiva prevê no dia 10 de abril, no Bairro da Onça, nas proximidades do km 776 da BR 116, encontro das famílias italianas com apresentações de grupos folclóricos, corais e bandas, com movimentos de barracas com comidas típicas. No dia 11 de abril, na parte da manhã, haverá uma carreata até a Capela de Santo Antônio, no Bairro da Onça, com a participação da Associação de Veículos Antigos de Leopoldina, celebração de missa campal e almoço. À tarde, a realização de diversas atividades esportivas e de lazer relacionadas à tradição italiana.  

Segundo Valéria Benatti, a Administração Municipal tem o objetivo de resgatar a identidade histórica cultural de toda a comunidade. “A comemoração do centenário da Colônia Constança proporcionará a valorização das raízes do nosso povo e a formação de uma consciência voltada para o reconhecimento da nossa história”, frisou.