Uma professora pergunta:
Como ensinar meus alunos a descobrirem qual é o verdadeiro sobrenome italiano em suas famílias?
Esta questão é importante. Ao longo de nossas buscas, inúmeras vezes nos deparamos com informações orais sobre ascendentes italianos cujo nome nos pareceu estranho. Como foi o caso de uma família que disse descender dos Terceira Rocha. Até o momento não conseguimos identificar o sobrenome real desta família.
Em outros casos, felizmente a maioria, colhemos as variações nos assentos paroquiais e fomos montando o grupo familiar através da indicação de pais, mães e eventualmente avós que tenham sido indicados nos batismos. Foi um grande quebra cabeça, com certeza. Hoje, 15 anos depois do início da montagem, nos colocamos à disposição dos interessados para fornecer as informações constantes em nosso banco de dados. Desta forma estaremos ajudando aos alunos envolvidos no projeto Conhecendo suas Raízes, das secretarias municipais de Cultura e Esporte e Lazer de Leopoldina. Isto porque, num primeiro momento, talvez não seja possível apresentá-los aos meandros de uma pesquisa desta natureza.
Vejamos um caso clássico. Há alguns anos recebemos consulta de um leitor de nossas colunas que desejava descobrir a origem de sua família. Informou-nos que o sobrenome de uma avó era Bastos Perdão. Assim como em inúmeros outros casos, foram necessárias trocas de mensagens que nos esclarecessem e pudéssemos identificar os prováveis ascendentes. Chegamos a Giuseppe Perdonelli e Giovanna Bagetti, pais de Luigia, Maria e Tereza.
Luigia, nascida na província de Vicenza, casou-se no distrito de Providência com Federico ou Frederico Canova, italiano de Codevigo, Padova, filho de Pietro Canova e Santa Varoti.
Maria Perdonelli casou-se com Luigi Richardelli também em Providência. Ele era filho de Domenico Richardelli e Rosa Sangiorgio, família que passou ao Brasil em 1896 e estabeleceu-se naquele distrito. Além de Luigi, o casal teve os filhos Carlo Domenico casado com Ida Zamagna, Maria, Ernesta, Tereza casada com Manoel Furtado, Gaspare, Luigia casada com Antonio Luiz de Moura e Pasquina casada com Eugenio Francisco de Souza.
A família Richardelli trabalhou na Fazenda Albion. Uma das filhas de Maria Perdonelli e Luigi Richardelli casou-se com Sante Antonelli, filho de Serafino Antonelli e Santa Gentilini. Com a ajuda de uma descendente, descobrimos que os Antonelli viveram em Providência até, pelo menos, 1941.
Tereza Perdonelli casou-se em Providência com Augusto Mario. Ele nasceu em Palma, filho dos italianos Maria e Giacomo Mario.
O uso do sobrenome original nos permite identificar adequadamente as famílias. Entretanto, não é simples perceber que Bastos Perdão quer dizer Bagetti Perdonelli. Assim também os inúmeros descendentes de imigrantes que vivem em Leopoldina nem sempre conseguem localizar-se no seio daquele grupo que chegou ao município a partir de 1880. Mas se a criança começa a trabalhar com suas próprias raízes, cedo descobrirá não apenas de onde procede como uma série de outras informações que ampliam seu universo cultural.
Em todas as reuniões e contatos que fizemos com instituições, autoridades e moradores de Leopoldina nestes últimos anos, sempre dissemos que a comemoração do Centenário da Colônia Agrícola da Constança e dos 130 anos de Imigração Italiana em Leopoldina poderia alavancar diversos aspectos. Inclusive, e talvez principalmente, ajudando os alunos num estudo interdisciplinar sobre suas origens familiares.
Disse-nos Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, que “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Quanto aprenderemos com a pesquisa de nossos estudantes para o projeto Conhecendo suas Raízes? Quantos deles virão nos contar coisas que não suspeitávamos sobre o lazer, o trabalho e as relações sociais da Leopoldina dos imigrantes? E quantos despertarão para atividades profissionais ligadas aos conhecimentos que precisarão acessar ao buscarem suas origens?
Em outros casos, felizmente a maioria, colhemos as variações nos assentos paroquiais e fomos montando o grupo familiar através da indicação de pais, mães e eventualmente avós que tenham sido indicados nos batismos. Foi um grande quebra cabeça, com certeza. Hoje, 15 anos depois do início da montagem, nos colocamos à disposição dos interessados para fornecer as informações constantes em nosso banco de dados. Desta forma estaremos ajudando aos alunos envolvidos no projeto Conhecendo suas Raízes, das secretarias municipais de Cultura e Esporte e Lazer de Leopoldina. Isto porque, num primeiro momento, talvez não seja possível apresentá-los aos meandros de uma pesquisa desta natureza.
Vejamos um caso clássico. Há alguns anos recebemos consulta de um leitor de nossas colunas que desejava descobrir a origem de sua família. Informou-nos que o sobrenome de uma avó era Bastos Perdão. Assim como em inúmeros outros casos, foram necessárias trocas de mensagens que nos esclarecessem e pudéssemos identificar os prováveis ascendentes. Chegamos a Giuseppe Perdonelli e Giovanna Bagetti, pais de Luigia, Maria e Tereza.
Luigia, nascida na província de Vicenza, casou-se no distrito de Providência com Federico ou Frederico Canova, italiano de Codevigo, Padova, filho de Pietro Canova e Santa Varoti.
Maria Perdonelli casou-se com Luigi Richardelli também em Providência. Ele era filho de Domenico Richardelli e Rosa Sangiorgio, família que passou ao Brasil em 1896 e estabeleceu-se naquele distrito. Além de Luigi, o casal teve os filhos Carlo Domenico casado com Ida Zamagna, Maria, Ernesta, Tereza casada com Manoel Furtado, Gaspare, Luigia casada com Antonio Luiz de Moura e Pasquina casada com Eugenio Francisco de Souza.
A família Richardelli trabalhou na Fazenda Albion. Uma das filhas de Maria Perdonelli e Luigi Richardelli casou-se com Sante Antonelli, filho de Serafino Antonelli e Santa Gentilini. Com a ajuda de uma descendente, descobrimos que os Antonelli viveram em Providência até, pelo menos, 1941.
Tereza Perdonelli casou-se em Providência com Augusto Mario. Ele nasceu em Palma, filho dos italianos Maria e Giacomo Mario.
O uso do sobrenome original nos permite identificar adequadamente as famílias. Entretanto, não é simples perceber que Bastos Perdão quer dizer Bagetti Perdonelli. Assim também os inúmeros descendentes de imigrantes que vivem em Leopoldina nem sempre conseguem localizar-se no seio daquele grupo que chegou ao município a partir de 1880. Mas se a criança começa a trabalhar com suas próprias raízes, cedo descobrirá não apenas de onde procede como uma série de outras informações que ampliam seu universo cultural.
Em todas as reuniões e contatos que fizemos com instituições, autoridades e moradores de Leopoldina nestes últimos anos, sempre dissemos que a comemoração do Centenário da Colônia Agrícola da Constança e dos 130 anos de Imigração Italiana em Leopoldina poderia alavancar diversos aspectos. Inclusive, e talvez principalmente, ajudando os alunos num estudo interdisciplinar sobre suas origens familiares.
Disse-nos Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, que “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Quanto aprenderemos com a pesquisa de nossos estudantes para o projeto Conhecendo suas Raízes? Quantos deles virão nos contar coisas que não suspeitávamos sobre o lazer, o trabalho e as relações sociais da Leopoldina dos imigrantes? E quantos despertarão para atividades profissionais ligadas aos conhecimentos que precisarão acessar ao buscarem suas origens?