Leopoldina, MG

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60 – Dos Açores para Leopoldina – II

Posted: 31 Oct 2016 02:24 AM PDT

Logomarca da coluna Trem de História

O Trem de História segue viagem e encontra Luiz Botelho Falcão II, nascido(1) em 10.05.1816, filho de Hierônimo Botelho Falcão e Ana de Jesus, que pode ser o pai do Luiz Botelho Falcão III que viveu em Leopoldina e foi casado com Ana Cecília.

Antes, porém, convém que se faça o registro de que há grande dificuldade para se abordar a família de Luiz Botelho Falcão III, dentre outros motivos, por não se ter indicadores seguros sobre a data provável em que ele teria passado ao Brasil.

Sabe-se, apenas, que já vivia em Leopoldina no ano de 1855, porque seu nome aparece ao lado de Ana Cecília, no batismo de uma filha de Sabino Gomes da Silva; que no Registro de Terras de 1856, embora não conste da lista de proprietários, ele é mencionado como vizinho do Patrimônio de São Sebastião do Feijão Cru e que, em 1859, foi citado(2) por ação contestatória que lhe moveu Lauriano João Celestino Ferreira em virtude de problemas na venda de uma chácara.

Quanto à família também existem lacunas. Não foi encontrado seu casamento e a origem de sua esposa não está clara, como se verá adiante. Sobre os filhos do casal, pode-se supor a paternidade de um deles através do alistamento eleitoral e admitir a hipótese de que tenha sido pai de Luiz Botelho Falcão IV, apesar da fragilidade das fontes literárias onde este último é citado.

Diante de tão poucas fontes confiáveis, para contornar os riscos de se publicar inverdades, neste trabalho foram descartadas as informações orais sem respaldo de outra fonte e feita uma criteriosa análise dos textos impressos a que se teve acesso. A partir daí se chegou a Luiz II, que pode ser o mesmo Luiz III, que faleceu(3) em Leopoldina, em 1878.

Parte dessa dificuldade parece poder ser explicada pelos fatos seguintes. O desaparecimento de notícias sobre Eugênio Botelho Falcão a partir de 1901, bem como o falecimento de Luiz Botelho Falcão IV em 1893, criaram o ambiente propício para se tornarem perenes as referências à família encontradas no obituário deste último. Como ele faleceu com pouco mais de 40 anos, com diversos filhos pequenos e o mais velho com cerca de 15 anos de idade, é lícito supor que não havia quem prestasse informações mais consistentes ao médico Ernesto de La Cerda, autor do obituário.

O fato é que as origens de Luiz Botelho Falcão III e de sua esposa foram inúmeras vezes informadas sem base conhecida. Ele foi tido como nascido em Portugal e ela como pertencente à família Ferreira Brito. E em pelo menos uma publicação, que copiou o texto de La Cerda, houve inversão de origem e o marido ficou sendo membro da família Ferreira Brito. Informações estas que não se sustentam quando comparadas com documentos.

Segundo o registro de sepultamento, Ana Cecília Botelho era filha de João Ides de Nazareth que seria natural de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores e morava na região de Bom Jardim de Minas antes de se transferir para o Feijão Cru. Em Bom Jardim, João Ides se casara com Maria Justina Ferreira, em 1810, filha de Justino José Corrêa de Lacerda e de Ana Justina Ferreira. Esta Maria Justina era neta paterna de Antonio Carlos Corrêa de Lacerda e Ana de Souza da Guarda, e neta materna de Manoel Ferreira Brito e Maria Tereza de Jesus. Vale dizer que a primeira esposa de João Ides de Nazareth era sobrinha-neta de Joaquim Ferreira Brito, genearca de uma das famílias povoadoras de Leopoldina. Portanto, da família Ferreira Brito. Ocorre que João Ides ficou viúvo e se casou pela segunda vez com Maria Emerenciana de Santana, com quem teve, entre outros, a filha Ana Cecília que parece não ter parentesco algum com os Ferreira Brito da primeira esposa do seu pai.

Através do estudo de Carlos Machado(4), especialista nas famílias miquelenses, sabe-se que o filho de Hierônimo Botelho Falcão e Ana de Jesus, de nome Luiz, passou ao Brasil por volta de 1850. Provavelmente junto com um Antonio Botelho Falcão, provavelmente o jovem nascido no dia 20.07.1834(5). Este Antonio era filho de Antonio Botelho Falcão III e de Ana Thomazia de Arruda, neto paterno de Francisco Botelho Falcão II e de Antonia de Jesus Maria.

E para fechar a carga do vagão de hoje resta esclarecer que Luiz II e Antonio nasceram na mesma Freguesia de Santa Cruz, Concelho Lagoa, Ilha de São Miguel, Açores, Portugal. E que Hierônimo, pai de Luiz II, era filho de Manoel Botelho Falcão III e irmão de Francisco Botelho Falcão II, avô paterno do Antonio acima citado.

Confuso?  Fique tranquilo. São os normais "cruzamentos" das linhas genealógicas. Confusos como um pátio de manobras de ferrovia, onde as linhas se cruzam, mas o Trem, inclusive o de História, sempre encontra o caminho a seguir. Na próxima viagem, tem mais.


Fontes consultadas:

1 – Biblioteca Pública e Arquivo Regional dos Açores, N.9 L.11 batismos Santa Cruz 1815-1820 fls 14v img 15.

2 – Correio Oficial de Minas (Ouro Preto) 17.11.1859 ed 299 p.4.

3 – A Actualidade (Ouro Preto) 26.12.1878 ed 147 p.3.

4 – CANTO, Ernesto do e MACHADO, Carlos, Livro de Genealogias, ficha 231.

5 – Biblioteca Pública e Arquivo Regional dos Açores, lv 14 bat 1832-1838 Santa Cruz, Lagoa, fls 116v img 117.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado no jornal Leopoldinense de 07 de outubro de 2016

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59 – Dos Açores para Leopoldina – I

Posted: 28 Oct 2016 10:24 AM PDT

Logomarca da coluna Trem de História

Na coluna anterior, depois de citados três filhos de Hierônimo Botelho Falcão e Ana de Jesus, ficou prometido continuar o assunto e é o que fazemos hoje.

O quarto filho do casal, o também açoriano Francisco Botelho Falcão Sobrinho casou-se a primeira vez em 1846 com Ana Emília do Amor Divino, filha de Francisco Manoel Vellós e de Francisca Victorina. Ficando viúvo, casou-se a segunda vez com Rosa Emilia, filha de José da Ponte e Umbelina de Jesus. Do casamento com Ana Emília são os filhos: Antonio (1847); Francisco (1849); Manoel Botelho Falcão IV, gêmeo do anterior; Vitorino Botelho Falcão que se casou em Leopoldina em 1878, com Maria de Nazareth Oliveira Ramos, filha de Francisco de Oliveira Ramos e Francisca das Chagas de Nazareth; Manoel Botelho Falcão V que se casou em Leopoldina com Filomena Francisca de Oliveira Ramos, irmã de sua cunhada Maria de Nazareth;  Jerônimo Botelho Falcão que se casou em Leopoldina com Clotilde Eucheria de Jesus, filha de Honório Fidelles Ferreira e Joaquina Eucheria de Jesus em 1889 em Leopoldina; José Botelho Falcão Sobrinho que se casou em Recreio com Maria da Conceição Ferreira, filha de Pacifico José de Souza e Mariana Cecilia Ferreira em 1885; e, Emília Amália Botelho Falcão que se casou em Leopoldina com João Canuto de Rezende, filho de Simão José de Rezende e Maria Feliz do Bonsucesso.

Seguindo um pouco mais com os descendentes de Francisco Botelho Falcão Sobrinho, o Trem de História chega aos seus netos, como se verá a seguir.

Do casal Vitorino Botelho Falcão e Maria de Nazareth são, pelo menos, os filhos: Vitorino Botelho Falcão Filho, nascido em 1881 e casado em 1906 com Amelia de Oliveira Ramos, filha de Antonio Francisco de Oliveira Ramos e Albina Luiza de Oliveira; Francisca de Oliveira Ramos (1883) e falecida em 1916; Pedro (1884); Antonio (1891); e, Maria, (setembro de 1907) e falecida no dia 23.12.1907.

 De Manoel Botelho Falcão V casado com Filomena Francisca são os filhos: Manoel (1891); Manoel Botelho Falcão VI (1892) e que se casou com sua prima Rosa da Conceição Botelho em 1919. Ela era filha de seu tio paterno José Botelho Falcão Sobrinho; Maria (1894); Antonio (1896); José (1901) e falecido em 1903; Américo (1902); Rita (1904); João (1907); e, Filomena (1909).

Do casal Jerônimo Botelho Falcão e Clotilde Eucheria de Jesus são os filhos: Carmen (1892); Narcisa (1893); Sebastião (1894); Colombo (1896); Homero (1896); Felisberto nascido em outubro e falecido dezembro de 1901; Cecília (1902) e falecida em 1903; Marieta (1904); Clotilde Botelho Falcão (1905) e casada em 1926 com Joaquim Cardoso de Moura, filho de Jeronimo Cardoso de Moura e Rosa Felicia; Emília (1911); e, Aristotelina (1914).

De José Botelho Falcão Sobrinho e Maria da Conceição Ferreira são os filhos:

– Francisco José Botelho, que se casou em 1914 com Ana Maria de Oliveira Ramos, filha de Antonio Francisco de Oliveira Ramos e Albina Luiza de Oliveira, com quem teve os filhos José (1915); Albina (1917); Antonio (1918); Maria (1920); e, Milsse (1925);

– Rosa da Conceição nascida em 1899 em Recreio, casou-se com seu primo Manoel Botelho Falcão V citado anteriormente;

– Cecília da Conceição nasceu por volta de 1907 e se casou em 1925 com Joaquim da Silva Coutinho, filho de Antonio Mauricio da Silva e Emilia dos Reis Coutinho; e,

– Isabel nascida em 1909, em Recreio.

De Emília Amália Botelho Falcão e João Canuto de Rezende são os filhos: Maria (1883); Filomena (1885) e falecida em 1886; e, Simão (1886).

Na próxima edição o Trem de História vai tratar do outro filho de Hierônimo Botelho Falcão e Ana de Jesus, conforme já anunciado. Até lá!


 Fontes Utilizadas:

Biblioteca Pública e Arquivo Regional dos Açores Santa Cruz, Lagoa lv 5 cas 1838-1848 fls 90 / lv 6/2 cas 1848-1858 fls 42v / lv bat 18, 1848-1851 fls 90v e fls 231v.

Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 1 cas fls 6 termo 17, fls 68 termo 191e fls 394 termo ordem 1476 /  lv 2 cas fls 26 termo 120 / lv 3 cas fls 392 termo 2 /  lv 5 cas fls 326 termo 68 / lv 6 cas termo 23 fls 30 e termo 18a fls 15.

Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 02 bat fls 46 termo 430, fls 83v termo 760, fls 126 termo 1195 e fls 172v termo 1622; lv 04 bat fls 32v termo 530, fls 58v termo 732, fls 60v termo 753, fls 89v termo 1040, fls 120v termo ordem 1169, fls 123 termo 9 e fls 172 termo 108; lv 05 bat fls 3 termo 424;  lv 06 bat fls 99 termo 30 e fls 50v termo 130; lv 08 bat fls 7 termo 61; lv 09 bat fls 51v termo 432,  fls 66v termo 95e fls 92v termo 349; lv 10 bat fls 44 termo 128 e fls 58 termo 268; lv 11 bat fls 15 termo 405 e fls 69v termo 162; lv 13 bat fls 41v termo 213; lv 12 bat fls 55v termo 292; lv 15 bat fls 58v termo 39 e fls 90 termo 351; lv 16 bat fls 70 termo 69; lv 17 bat fls 73v termo 95; lv 18 bat fls 71v termo 503 e lv 21 bat fls 95 termo 512.

Cemitério Público de Leopoldina, MG (1880-1887) (Livro 1880-1887), folhas 26 sepultura 809.

Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina, MG, lv 1 fls 40 nr 11695; fls 34 nr 11431 e fls 42 nr 11770; lv 2 fls 20 nr 231e fls 72 nr 98.

Igreja Menino Deus, Recreio, MG, lv 02 bat fls 93v termo 870 e fls 134v termo 1284; lv 10 bat fls 2 e lv 15 bat fls 30v.

Igreja N. S. Conceição da Boa Vista, Recreio, MG, lv 1 cas fls 229 termo 675.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado no jornal Leopoldinense de 29 de setembro de 2016

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Há 100 anos, em Leopoldina

Posted: 28 Oct 2016 02:41 AM PDT

casamentos28 out 1916

João Marinato filho de Otaviano Marinato e de Giudetta Scantamburlo casou-se com

Josefa Farinazzo filha de Giovanni Farinazzo e de Maria Teresa Pedroni

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Diálogos sobre migrações e deslocamento

Posted: 27 Oct 2016 03:11 AM PDT

O Comites, Comitato degli Italiani all'Estero, em parceria com o Istituto Biaggi – Istituto, Psicoterapia, Psicanalisi, Cultura e Arte Brasil – Itália, convidam para o bate-papo que acontece nesta quinta

– 27 de Outubro – 19:30

– Cultura, identidade e integração:

Viver o contemporâneo e resgatar as próprias origens genealógicas;

Local: Cafeteria "Intelligenza", na Rua Paraíba 966 – Savassi – BH – Tel: (31) 2225-1311.

Convidados:

– Mario Geraldo Fonseca (Pós-Doutor em Literatura Comparada, Coordenador do Projeto Criatividade e Saberes, Membro do coletivo Partilha de Artistas, que trabalham na promoção de saraus e performances) .

 – Stanley Savoretti ( Bacharel em Direito pela Universidade FUMEC. Sócio efetivo do Colégio Brasileiro de Genealogia; da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia – ASBRAP e do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais).

Quem migra deve enfrentar paradoxos: é preciso ser contemporâneo para manter sua identidade em trânsito. Segundo o filósofo italiano, Giorgio Agamben, para ser contemporâneo devemos manter fixo o olhar no nosso tempo, para nele perceber não as luzes, mas o escuro. Não é o tempo presente, é uma categoria vazia de tempo e espaço. É uma atitude de coragem, um partilhar sem objeto; e o “COM” é a base do relacionamento. Entrar no espaço do con-senso, do con-sentir, do con-partilhar.

Mas para manter a integridade da própria identidade é fundamental conhecer seu passado e sua origens; entender seu papel e o devido espaço ocupado, dando assim o devido sentido ao existir, como peça fundamental para a reconstrução da própria história familiar, o levantamento sistemático dos antepassados ou descendentes, suas histórias e seus relacionamentos interfamiliares. 

PROJETO

Na busca de um contato cada vez maior com o público interessado sobre o tema das migrações, o COMITES – Comitê dos Italianos no Exterior de Minas Gerais, em parceria com o Istituto Biaggi – Psicoterapia, Psicanalisi, Cultura e Arte Brasil-Itália,propõe a realização de um evento mensal em um espaço aberto ao público. Trata-se da ampliação de um projeto chamado Socrates Migrante, que já é realizado há anos, primeiro apenas em Belo Horizonte e atualmente também em São Paulo, para debater temáticas sobre as Migrações, com o intuito de deixar sempre os presentes interagirem e participarem com colocações, curiosidades, dúvidas e perguntas.

A ideia remete aos diálogos de Sócrates, que costumava iniciar uma discussão sobre algo com uma pergunta. Ele aguardava e aceitava as opiniões de seu interlocutor. Em seguida, por meio de perguntas e respostas, mostrava o contraditório ou o absurdo das opiniões originais, levando o interlocutor a reconhecer seu desconhecimento sobre o assunto. Com ironia levava o indivíduo à convicção do erro. Depois, continuando o diálogo, e partindo da opinião primitiva do interlocutor, construía em conjunto com o interlocutor o conhecimento daquilo que estava sendo discutido. Eis o que ele chamou de maiêutica – a arte de fazer nascer as ideias. O conhecimento do tema, a "verdade" como ele dizia, nasce da discussão, e não de uma “verdade” anterior afirmada.

Em cada encontro será discutido um Tema ligado às migrações. Após uma primeira breve apresentação do tema, o objetivo será envolver o público em busca de opiniões e sensações pessoais, despertando a consciência da prevenção e do cuidado com a saúde mental, que geralmente envolve o processo de migração. A proposta utiliza temas ligados à arte e à cultura, como ferramentas históricas para a compreensão do pensar reflexivo. Assim, os temas da psicologia e da psicanálise aplicados ao fenômeno contemporâneo das migrações e dos deslocamentos, ficam mais acessíveis, tratados na expressão do seu cotidiano, através de uma forma mais leve e prazerosa de interação com o público.

Em especial a etno-psicanálise é um dispositivo de cuidados que integra a dimensão psíquica e cultural, propondo levar em conta as experiências ligadas aos processos e / imigratórios num cenário híbrido. Bernardette Biaggi como etno-psicanalista e membro cooptado do COMITES, propõe disponibilizar instrumentos de leitura a integração dessas dimensões, favorecendo a narratividade dos percursos migratórios, através de encontros temáticos.

PROGRAMA:

Em cada encontro (Toda a última quinta-feira do mês) estarão presentes alguns convidados especiais (do mundo cultural ou das artes, formadores de opinião ou que tem vivência no tema) que irão dar seu testemunho para estimular o público a interagir de maneira ainda mais pessoal.

As datas são as noites da última quinta-feira do mês, ou sábado a tarde.

– 29 de Setembro;

– 27 de Outubro;

– 24 de Novembro;

Duração: 2:00 horas – (de 19:30 as 21:30 hrs)

LOCAL:

Cafeteria Intelligenza: Rua Paraíba 966 – Savassi – BH – Tel: (31) 2225-1311

Com Cafés especiais, conforto e experiências diversas, o espaço conta com um ambiente moderno e aconchegante, sendo ótimo para um bate papo ou para ler um livro. Ideal para um Happy Hour com os amigos, o Intelligenza também oferece cervejas e drinks variados. – Cartela individual – Cardápio com Sugestão do Dia

Próximo evento:

Dia 24 de Novembro

Convidados:

– Nella Cerino (Gastrônoma formada na UNISG – Universidade dos Estudos de Ciências Gastronômicas, fundada pelo movimento Slow Food. Consultora da Allegro Vivace Vinhos e professora de Vinhos Italianos pela ABS – Associacão Brasileira de Sommelier Minas Gerais. Idealizadora do Projeto Vinhas Gerais e responsável pela sua divulgação internacional, ministra palestras e workshop relacionados com o Movimento Slow food e o desenvolvimento da produção enológica e gastronomica  locais. É guardiã do 16º Objetivo de Sustentabilidade Paz e Justiça da Agenda 2030 ONU pela Frente da Gastronomia Mineira,).

 – Memo Biadi (Propritário e Chef do Restaurante Dona Derna, o mais antigo restaurante Italiano de Belo Horizonte fundado em 1960).

Quando a interação entre saber, sabores e práticas alimentares se concretiza por efeito do processo migratório, surgem novas dinâmicas culturais e transformações de modelos alimentares.

É preciso adequar as receitas e o paladar aos novos ingredientes, fazer adaptações, para encontrar uma nova harmonia, enquanto vão se realizando as necessárias transformações identitárias em consequência das vivencias psíquicas induzidas pela imigração.

O comer, ato rotineiro, permite abrir espaços para novas experiências e provar algo diferente. Ao mesmo tempo a reprodução de alguns pratos representa a tentativa de dar continuidade ao imaginário da terra natal.

Surgem assim fios que se comunicam entre o "eu" e o novo mundo, com vários significados e interpretações, despertando também novos sentidos para o comer e a relação com o local. A comida de imigrantes é relacional, e a identidade demarca pertencimentos; é um instrumento de adaptação, uma forma de lidar com a experiência do deslocamento.

Muitas vezes este processo de aculturação ocorre de maneira tão intensa que pode gerar uma identificação coletiva com os novos sabores e a assimilação de modelos e hábitos dos imigrantes na gastronomia local.

 DESCRIÇÃO DOS PROPONENTES:

 COMITES MG – Comitê dos Italianos no Exterior

O COMITES um órgão de representação dos italianos no exterior, nas relações com as representações diplomático-consulares e junto as autoridades e instituições locais. No interesse da coletividade italiana, contribui para a identificação das exigências de desenvolvimento social, cultural e civil da sua comunidade e promove todas aquelas iniciativas consideradas oportunas em matéria de vida social e cultural, formação profissional, setor recreativo e tempo livre. Tem como objetivo favorecer a integração dos cidadãos italianos na sociedade local e manter as ligações com a realidade política e cultural italiana, assim como promover a difusão da historia, da tradição e da língua italiana.

Em especial na circunscrição de MG o COMITES atua de maneira ampla, através de seus 12 membros e 4 cooptados, espalhados em várias localidades do território mineiro. Realiza eventos para valorização da cultura e das próprias raízes e apoia iniciativas da comunidade neste sentido.

ISTITUTO BIAGGI – Psicoterapia – Psicoanalisi – Cultura e Arte Brasil – Italia

O ISTITUTO BIAGGI é uma instituição especializada no desenvolvimento humano, desde a CLÍNICA PSICOLÓGICA e a CLÍNICA INTERCULTURAL BILINGUE, até o compromisso da educação em saúde mental dentro dos princípios psicoprofiláticos. Surge com a experiência de mais de duas décadas de prestações de serviços no âmbito clínico psicológico e de estudos nas áreas de Psicologia e Psicanálise. Em especial vem trabalhando a etno-psicanalisi, em parceria com a universidade de Pavia com o objetivo de aliviar o desconforto e as patologias psicológicas enfrentadas durante o processo migratório.  O imigrante leva na bagagem símbolos que o remetem a sua origem, embora ocorra uma perda deste universo conhecido, desde as respostas mais automáticas, até os valores sutilmente aprendidos. O contato com as particularidades culturais, o sentimento de não pertencimento, a falta de referência da rua, a perda do contato com os sabores, os aromas, as cores habituais, que se modificam com o clima, a geografia etc., somados à obrigatoriedade de corresponder a status e papéis identificados, constituem um desafio merecedor de especial atenção, na medida em que esta constituição se dará sem os gestos, códigos e expressões familiares. Põe-se em jogo a capacidade do imigrante de desenvolver o sentimento de pertencimento, encontrando outras realidades, além daquela acessível à que tem estruturada. Este desenraizamento da cultura de origem não pode significar o reencontro do prazer somente em comunidades fechadas ou no sonho com o retorno onde se possa desfrutar do investimento realizado. Isto acarretaria um dano no senso de viver, levando o imigrante a afastar-se do presente, algemando-se ao passado ou postergando o prazer do projeto futuro. Para contemplar esses aspectos, é que o Istituto Biaggi disponibiliza, além da prestação de serviços psicológicos e de orientação, cursos, palestras e eventos facilitadores do convívio sociocultural entre o Brasil e a Itália.

Comites Mg

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Leopoldina, MG

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Há 100 anos, em Leopoldina

Posted: 24 Oct 2016 02:17 AM PDT

casamentos24 out 1916

Enrico Geraldi filho de Antonio Geraldini e de Carolina Geraldi casou-se com

Rosa de Matos filha de Manoel de Matos e de Maria Carlota Dias

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Em busca da família Dalto / Dalton

Posted: 23 Oct 2016 03:47 AM PDT

Nicolao Dalto nasc. Italia, falec. Leopoldina, MG c/c Edwiges de Souza Reis. Pais de: Isabel, Adalberto, Felício I, Maria Francisca, Felício II, Rosa, Antonio e Brasilina.

1 Isabel Dalto c/c Biagio Fiorenzano nasc. 21 ago 1883 em Maratea, Potenza, Basilicata, Italia, cas. 20 out 1917 em Leopoldina, MG. Pais de:

………a) Tereza Fiorenzano nasc. 14 ago 1918 em Leopoldina, MG

………b) Pasqual Fiorenzano nasc. 13 jul 1920 em Leopoldina, MG

 

2 Adalberto nasc. 09 out 1903 em Piacatuba, Leopoldina, MG

 

3 Felicio nasc. 16 ago 1905 em Piacatuba, Leopoldina, MG

 

4 Maria Francisca Dalto nasc. Abt. 1908 em Leopoldina, MG c/c Argemiro Carneiro nasc em Visconde do Rio Branco, MG, cas. 18 jun 1925 em Leopoldina, MG

 

5 Felicio Dalto nasc. 28 ago 1911 em Leopoldina, MG, falec. 1976 em Anchieta, Rio de Janeiro, RJ. Pai de:

………a) Isaura Rosa de Oliveira Dalto falec. Ilha do Governador, Rio de Janeiro, RJ

………b) José Dalto falec. Araruama, RJ c/c Neuzete Costa m: em Belo Horizonte, MG

………c) Marisa Dalto

 

….Felicio Dalto c/c Judith Martins dos Santos. Pais de:

………d Jone Dalto nasc. em Anchieta, Rio de Janeiro, RJ c/c Katia Cristina Degan nasc. Em Juiz de Fora, MG. Pais de:

…………I Jade Glória Dalto nasc. em Anchieta, Rio de Janeiro, RJ

…………II Jone Dalto Filho nasc. em Anchieta, Rio de Janeiro, RJ

 

6 Rosa Dalto nasc. 12 jul 1916 em Leopoldina, MG

 

7 Antonio Dalto nasc. 21 jul 1918 em Leopoldina, MG, falec. Senador Camará, Rio de Janeiro, RJ

 

8 Brasilina Dalto c/c Antonio Samorè. Pais de:

………a) Maria de Lourdes nasc. 15 nov 1918 em Leopoldina, MG

………b) Antonio nasc. 22 dez 1919 em Leopoldina, MG

Se você tem informações sobre esta família, por favor, entre em contato.

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Há 100 anos, em Leopoldina

Posted: 16 Oct 2016 02:13 AM PDT

casamentos16 out 1916

Umberto Tripoli filho de Gaetano Tripoli e de Celestina Righi casou-se com

Elvira Teixeira da Conceição filha de Antonio Teixeira e de Maria José da Conceição

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58 – Os Botelho Falcão mais antigos

Posted: 02 Sep 2016 04:51 AM PDT

Logomarca da coluna Trem de História

Conforme anunciamos no Jornal anterior, hoje a viagem segue com os primeiros personagens do sobrenome Botelho Falcão.

Começamos com Cypriano Botelho Falcão, filho de Maria de Frias e Gaspar Botelho Falcão que se casou em 1712 com Barbara do Canto Amaral, filha de Manoel do Canto Fazenda e Maria da Costa.

Por parte de pai Cypriano era neto de Manoel Botelho Falcão II e Ana de Rezende. O avô era filho de Francisco Cabral Travassos e Clara da Fonseca II. Esta Clara da Fonseca II era filha de Manoel Botelho Falcão I e de Maria Corrêa, sendo esta filha de Sebastião Jorge Formigo e Joana Tavares.

O matrimônio de Manoel I e Maria foi celebrado em 1575 e Frutuoso o coloca como morador da Vila da Ribeira Grande por esta época. Interessante registrar que este personagem aparece pela primeira vez nas fichas genealógicas de Carlos Machado com o sobrenome Botelho Falcão, mas a mesma fonte a ele se refere também com o nome de Manoel Botelho da Fonseca. De todo modo, os dois nomes se referem ao mesmo filho de Manoel Lopes Rebelo e Clara da Fonseca I, neto paterno de Antonio Lopes Rebelo e Maria Falcoa, e neto materno de Jorge da Mota e Bartoleza da Costa.

Vale registrar que não raras vezes houve dificuldade para entender se o sobrenome era Rebelo ou Botelho, nos assentos paroquiais dos setecentos. Mas confrontando as obras de Frutuoso e de Carlos Machado vimos que o neto de Antonio Lopes Rebelo e Maria Falcoa passou a ser chamado de Manoel Botelho na página 26 do volume IV de Saudade da Terra e de Manoel Botelho Falcão na ficha número 113 de Carlos Machado. Já na ficha 119, Machado indica o nome Manoel Botelho da Fonseca para o mesmo personagem, numa clara referência ao sobrenome materno que, entretanto, não aparece nos assentos paroquiais relativos aos filhos do casal.

Dito isto, o foco da pesquisa fixa-se em dois filhos de Cypriano e Barbara: Manoel Botelho Falcão III e Antonio.

Manoel Botelho Falcão III casou-se em 1742 com Antonia Muniz de Puga, filha de Manoel de Medeiros e Thereza Muniz de Puga. O casal teve, pelo menos, seis filhos: Antonia (1743), Antonio (1745), Hierônimo (1749) e Francisco (1752), Maria e Joana Batista.

O quarto destes filhos, Francisco Botelho Falcão II, nasceu em 1752 e se casou em 1794, com Antonia de Jesus Maria, filha de João José de Faria e de Ana Eufrasia de Melo.

Francisco II e Antonia de Jesus foram pais de Antonio Botelho Falcão III que se casou em 1831, com Ana Tomazia de Arruda, filha de Antonio Pedro de Arruda e de Umbelina Rosa. Deles é o filho Antonio Botelho Falcão V, nascido em 1834 e que, segundo a já mencionada ficha 231 de Carlos Machado, transferiu-se para o Brasil.

Começa, então, com este casal o vínculo entre os Botelho Falcão açorianos e os usuários do mesmo sobrenome que viveram em Leopoldina. E as fontes consultadas indicam que Antonio Botelho Falcão V viajou para o Brasil juntamente com um primo, filho do seu tio Hierônimo.

Hierônimo Botelho Falcão, filho de Manoel Botelho Falcão III e de Antonia Muniz de Puga, nasceu em 1749 se casou com Ana de Jesus, com quem teve os filhos Antonio Botelho Falcão IV, Luiz Botelho Falcão II, José Botelho Falcão II e Francisco Botelho Falcão Sobrinho.

O mais velho, Antonio Botelho Falcão IV, nascido em 1812, casou-se em 1832 com Ana Joaquina, filha de Antonio Caetano e Maria Tomazia. O casamento foi realizado na Freguesia Água do Pau, Concelho Lagoa, e provavelmente o casal ali viveu, não tendo sido encontradas outras notícias.

Do segundo filho, Luiz Botelho Falcão II, nascido em 1816, daremos notícia mais adiante.

O terceiro filho, José Botelho Falcão II, casou-se com Luzia dos Santos, filha de Joaquim de Medeiros e Maria Caetana, com quem teve o filho José Botelho Falcão III nascido em 1861 na mesma Freguesia de Santa Cruz onde encontramos os Botelho Falcão desde o século anterior.

O Trem de História faz uma parada para descanso, porque a viagem pelos Botelho Falcão é longa. Mas na próxima edição ela continuará. Aguardem.


Fontes Consultadas:

Biblioteca Pública e Arquivo Regional dos Açores, livros de Santa Cruz, Lagoa:  Idem, lv.6 bat 1742-1756 fls 104 e 136v; lv.10 bat 1809-1815 fls 88; lv 14 bat 1832-1838, fls 116v; lv.23 bat 1861 fls 27; lv 3 cas, 1731-1780 fls 55; lv cas n3L4 1781-1820 fls 61; lv 4 cas 1820-1838, fls 74v e livro 6 casamentos de Água do Pau 1809-1832 fls 186v.

CANTO, Ernesto do e MACHADO, Carlos, Livro de Genealogias, ficha 113 img 119, acesso 13 jan 2016

FRUTUOSO, Gaspar, Saudades da Terra: livro IV (Ponta Delgada, Açores, Instituto Cultural Ponta Delgada, 1998), pag 17.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado no jornal Leopoldinense de 19 de setembro de 2016

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57 – Botelho Falcão: a origem do sobrenome no Arquipélago dos Açores

Posted: 23 Aug 2016 02:32 AM PDT

Logomarca da coluna Trem de História

Hoje o Trem de História inicia uma viagem pela família Botelho Falcão. E o começo dela remonta a década de 1860 quando surgem, nos livros paroquiais de Leopoldina e seus distritos, as primeiras referências às ilhas atlânticas do território português que constituem a Região Autônoma dos Açores.

Importante registrar que para estudar as famílias mencionadas como provenientes do Arquipélago dos Açores, inúmeras vezes foi consultada a monumental obra de Gaspar Frutuoso denominada Saudades da Terra, cujo volume IV, que trata especificamente da Ilha de São Miguel, se fez guia do estudo da família aqui tratada.

Registre-se, ainda, como curiosidade, que o conjunto de ilhas conhecido como Arquipélago dos Açores recebeu este nome porque, segundo a lenda, os primeiros portugueses que o avistaram tiveram a impressão de terem visto o "açor" uma ave de rapina diurna, caçadora de animais e pássaros. Mais tarde os navegadores descobriram tratar-se de uma águia popularmente conhecida como "milhafre queimado". Mas o arquipélago já estava batizado e o açor passou a fazer parte não só do nome como da bandeira dos Açores.

O Arquipélago é formado por Santa Maria, São Miguel, Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo, nove ilhas atlânticas encontradas pelos portugueses no século XV. Dentre estas ilhas destacamos para o estudo atual a de São Miguel, que se divide em seis concelhos: Lagoa, Nordeste, Ponta Delgada, Ribeira Grande, Vila Franca do Campo e Povoação.

Frutuoso destaca, de fontes por ele consultadas, que no século XVI,

"quase doze anos inteiros depois de ser descoberta a ilha de Santa Maria, aos oito dias do mês de Maio da era de mil e quatrocentos e quarenta e quatro anos, por dia do aparecimento do arcanjo S. Miguel, príncipe da igreja, foi vista e descoberta por eles esta ilha; que, por ser achada e aparecer em tal dia e festa do aparecimento do arcanjo, lhe foi posto este nome à ilha de S. Miguel."

Quanto ao povoamento do arquipélago, a crítica histórica atual apresenta argumentos contrários à data do início recolhida por Frutuoso com a gente de seu tempo. E estes críticos utilizam a informação do próprio autor, que opina ter sido somente na década de 1470 que ali se estabeleceram os povoadores, cujos nomes pudemos conhecer a partir de sua obra.

Ressalte-se que a obra Saudades da Terra permaneceu manuscrita até o século XX e que foi através dela que conseguimos localizar fontes que permitiram esboçar a genealogia de alguns imigrantes açorianos que se tornaram moradores da Vila Leopoldina.

Importante ressaltar, também, que a referência à ilha de São Miguel nos assentos paroquiais leopoldinenses conduziu as buscas para o Livro das Genealogias, um conjunto de 618 fichas genealógicas compulsadas por Carlos Machado e organizadas por Ernesto do Canto, atualmente disponíveis no site da Biblioteca Pública e Arquivo Regional dos Açores.

No índice dessa obra localizamos os Botelho Falcão, em cuja ficha é informado que no século XVIII residiam na Freguesia de Santa Cruz, no concelho da Lagoa. A partir daí, consultamos os livros paroquiais também disponíveis no mesmo site e seguimos para outras freguesias e concelhos, conforme indicavam os registros encontrados. E descobrimos que na Ilha de São Miguel, segundo o trabalho de Carlos Machado, o sobrenome Falcão aparece pela primeira vez em Manoel Botelho Falcão I, que se casou com Maria Corrêa.

Mas antes de abordar a genealogia propriamente dita, é bom esclarecer que o sobrenome Botelho provém de antiga medida utilizada para grãos ou algas marinhas. E que, segundo estudiosos vinculados ao Instituto Português de Heráldica, inicialmente o sobrenome era indicativo da profissão de vendedor de grãos ou algas. Já o sobrenome Falcão tem origem numa ave de rapina da mesma classe do 'açor' e foi inicialmente utilizado para denominar o praticante da falcoaria (arte de adestrar falcões para a caça ou, lugar onde se criam falcões, segundo o Dicionário Aurélio). Entretanto, alguns heraldistas argumentam que é sobrenome locativo por ter sido inicialmente utilizado por residentes em lugares onde se praticava a falcoaria em Portugal.

Esclarecendo que em virtude do grande número de homônimos tornou-se imprescindível acrescentar algarismos romanos em alguns nomes para indicar ordem de nascimento mais antiga, como fizemos com Manoel Botelho Falcão I, informamos que a viagem seguirá na próxima edição deste Jornal, com os primeiros personagens do sobrenome e fechamos a carga do vagão do Trem de História de hoje. Até lá.


Fonte consultada:

FRUTUOSO, Gaspar, Saudades da Terra: livro IV (Ponta Delgada, Açores, Instituto Cultural Ponta Delgada, 1998), pag 17.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado no jornal Leopoldinense de 9 de setembro de 2016

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Leopoldina, MG

Leopoldina, MG


56 – Barroso Júnior na visão de terceiros

Posted: 15 Aug 2016 06:20 AM PDT

O último vagão com informações sobre João Barroso Pereira Júnior traz opiniões e comentários de pessoas que conhecem a sua obra.

E começa com o material de José Barroso Junqueira(1), citando o tabloide "Leopoldina – 155 anos de História", jornal publicado em comemoração aos 155 anos da cidade, em 27 de abril de 2009. Para José Barroso, em função de seu tio ter sido "educado desde criança, em colégios de padres, adquiriu sentimentos de moral e religiosidade cristã, desfrutando de estima e consideração de todos que o conheciam." Segundo a mesma fonte, "sua vida e sua dedicação às causas sociais não ficaram, entretanto, restritas exclusivamente aos preceitos da religião católica. No seio da família, nas reuniões sociais, nos meios literários, sempre baseado na moral teológica, fazia-se admirado pela sua jovialidade, pela sua inteligência, quer palestrando, quer através de produções literárias e históricas." E acrescenta que, "como jornalista e historiador, o passado o envolvia" e "era evocado em todos os seus acontecimentos dignos de registro".

Sobre a sua principal obra publicada, "Leopoldina – Os seus primórdios", José Barroso Junqueira assim se manifesta:

"Uma obra pioneira. Levantamento histórico de episódios relacionados com a nossa cidade, seus vultos, suas vidas e realizações. Esse trabalho, de investigação, levantamento e interpretação de sua significação na vida leopoldinense e publicado em 1943 é, até hoje, leitura e consulta obrigatória de pesquisadores para conhecimento de coisas, fatos e pessoas ligadas à nossa História. Foi escrito com primor e com palavras poéticas, que evidenciam o amor do autor pela cidade que adotou como sua para viver e morrer."

Mário de Freitas(2), que a ele se refere chamando-o carinhosamente de "Barrosinho", relaciona-o como professor, bibliotecário, historiador e jornalista.

Sérgio Otávio Bassetti(3), ao historiar a política de educação especial em Santa Catarina, ressalta que as ideias precursoras de educação especial naquele estado organizaram-se em 1954, quando da visita a Florianópolis do Professor Barroso Júnior, que ali esteve para divulgar a novidade do Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES, do Rio de Janeiro (RJ). Nessa ocasião o INES havia criado um curso para formação de professores do ensino primário voltado para alunos com deficiência auditiva. Como foi dito no primeiro artigo da série, durante seis meses Barroso Junior prestou apoio à Fundação Catarinense de Educação Especial(4) e ao Instituto de Surdos Mudos de Florianópolis (SC).

Destacamos, ainda, que no discurso de inauguração da Biblioteca Municipal de Leopoldina, proferido em 29 de setembro de 1960, declarou Barroso Júnior:

"Singular solenidade marca hoje a inauguração dessa instituição municipal. Congregamo-nos neste recinto para marcar o início das solenidades culturais da Biblioteca Pública. Aspiração de longos anos, hoje, para gáudio de todos, o novo instituto abre suas portas para o povo".

Para a coluna Trem de História, ao organizar a Biblioteca Municipal, Barroso Júnior solidificou sua imagem de cidadão preocupado com o acesso de todos aos bens culturais. Por tudo o que fez, foi e escreveu, é personalidade que merece respeito e admiração de todos os leopoldinenses. Suas contribuições para a área cultural leopoldinense, por ações próprias ou, delegadas, pelas peças jornalísticas ou literárias que divulgaram a cidade e, acima de tudo, pelos registros históricos que ainda hoje são base segura para pesquisa de quantos se preocupam com a história de Leopoldina, João Pereira Barroso Júnior está entre os que mais lutaram pelo desenvolvimento cultural da cidade.

Na próxima edição o Trem de História abordará outra personalidade. Aguardem!


Fontes consultadas:

(1)Discurso de posse na Academia Leopoldinense de Letras e Artes, em maio de 2009, sobre seu patrono.

(2) FREITAS, Mário de. Leopoldina do Meu Tempo. Belo Horizonte: Página, 1985. p.236 e 244

(3) BASSOTI, Sérgio Otavio. Política de Educação Especial do Estado de Santa Catarina: proposta. 2006. p.8. Disponível em <http://zip.net/bws76t>. Acesso em 18.11.14.

(4) DESTRI, Débora Silva (Org.) Caderno Técnico do Centro de Avaliação e Encaminhamento – 2008. p.13. Disponível em < http://zip.net/bns7MZ>. Acesso em 01.12.14.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado no jornal Leopoldinense de 26 de agosto de 2016

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