GALASSO

Na postagem de 20 de abril de 2007 citamos Pierina Galasso, nascida na Italia no dia 29 de junho de 1873. Era filha de Pietro Galasso e Aguita Mota, conforme declarou no Requerimento para Registro de Estrangeiros realizado de acordo com o que dispunha o Decreto 3010 de 1938, que ficou conhecido como o “decreto de Getúlio”.

Neste mesmo documento a declarante informou que passou ao Brasil em dezembro de 1910, tendo sido registrada na Hospedaria da Ilha das Flores. Entretanto, nada localizamos nos livros da Hospedaria. Por outro lado, consultamos o comune de San Michele ao Tagliamento e recebemos a confirmação de que ali Pierina se casara com Francesco Colle no dia 15 de abril de 1894, sendo natural de Latisana, Udine, Friuli-Venezia Giulia.

Agora recebemos consulta de um leitor a respeito de parentesco entre Pierina Galasso e dois outros usuários do sobrenome que teriam vivido na zona da mata mineira. Nada podemos afirmar a respeito porque não estudamos as outras famílias citadas. Através do Sistema Integrado de Acesso do Arquivo Público Mineiro, vimos que Filomena Galasso passou ao Brasil em 1888, pelo mesmo vapor Washington no qual viajaram vários imigrantes que se estabeleceram em Leopoldina. Entretanto, no livro de registro consta que Filomena saiu da Hospedaria Horta Barbosa com destino a Rio Novo. Quanto ao outro nome da consulta, nada sabemos sobre Giovanni Galasso que, segundo o site já citado, veio para o Brasil em 1892.

Em dezembro de 1910, o casal Francesco Colle e Pierina Galasso tomou posse do lote número 12 da Colônia Agrícola da Constança, em Leopoldina, MG. Em 1942, Pierina continuava morando ali.

Bartoli

Na postagem publicada em junho de 2007, citamos o casal Alexandre Bedin e Celeste Bartoli. Seus nomes foram identificados quando fizemos pesquisas que resultaram nos textos publicados em jornal de Leopoldina, comemorando os 90 anos da Colônia Agrícola da Constança. Agora, que se aproxima o ano do centenário da Colônia, voltamos a falar deste sobrenome, mas apenas em relação aos descendentes de Pasquale Bartoli. Agradecemos a colaboração da Thais Bartoli, que nos ofereceu cópias de documentos fundamentais para ampliarmos as buscas.

Pasquale Bartoli procedia de Ancona, Marche, de onde partiu com a esposa Adele Gismundi, em 1896. Viajaram pelo vapor Sud America e deram entrada na Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora, no dia 18 de julho de 1896. Dali saíram contratados por Antonio Monteiro da Silva, para trabalhar em Matias Barbosa, MG. Com o casal estavam os filhos Elvira, Alberto, Marinho, Celeste e Alfredo.

Não sabemos quando foram para Leopoldina. Entretanto, descobrimos que o casal teve um filho de nome Giovanni Pasquale, nascido já no Brasil, além do caçula Elmerindo, nascido em Leopoldina no dia 1 de dezembro de 1910.

Alberto Bartoli, nascido a 13 de outubro de 1883 em Chiaravalle, Ancona, casou-se em Leopoldina com a também italiana Natalina Sardi, em 1902. Ela era filha de Giovanni Sardi e Giovanna Guelfi e faleceu em 1937 no distrito de Ribeiro Junqueira, Leopoldina, MG. No ano seguinte Alberto Bartoli casou-se com Generosa Pacheco, filha de Pedro José Pacheco e Dorcelina Amélia de Jesus

Celeste Bartoli, cujo nome original parece ter sido Celestina, nasceu em Ancona no dia 9 de setembro de 1892. Foi casada com o também italiano Alexandre Bedin com quem teve os filhos Rozina, João, Antonio, Maria, José, Alexandrina, Pedro, Santina, Nair, Wilda e Sebastião Bartoli Bedin.

Em 1942, Celeste Bartoli vivia na Colônia Agrícola da Constança, em Leopoldina, MG.

Os primeiros moradores da Colônia Agrícola da Constança

Conforme temos dito em várias oportunidades, a Colônia Constança não acolheu apenas imigrantes italianos. Ao transferimos para este novo endereço os textos publicados no final da década passada, voltamos a receber consultas sobre a presença de outras nacionalidades naquele núcleo colonial. Por esta razão, republicamos algumas informações que obtivemos nos Relatórios da Diretoria de Terras e Colonização de Minas Gerais.

No decorrer do ano de 1909, iniciaram-se os trabalhos de preparo dos lotes do núcleo que acolheria imigrantes em Leopoldina. A 12 de abril de 1910 foi assinado o Decreto 280 criando a Colônia Agrícola da Constança. O primeiro morador foi o Sr. João Baptista de Almeida Paula, que passou a residir naquele núcleo a 01.07.1909. Nos meses de novembro e dezembro de 1909, a Colônia recebeu as famílias de Mathias Hensul, Franz Ketterer, August Krauger, August Schill, Wilhelm Zessin, Augusto Mesquita, Franz Negedlo, Karl Thier e Fritz Zessin, mencionados nesta ordem de chegada no relatório do administrador da Colônia. Em janeiro de 1910, foram instaladas as famílias de Herman Krause, Ernest Lang, Franz Schaden, Bruno Troche e Manoel da Cruz Cartacho.

Alterações em Nomes e Sobrenomes


Freqüentemente recebo mensagens a respeito de alterações ortográficas em nomes e sobrenomes. De modo geral os remetentes se referem a erros cometidos. Como esta não é a minha opinião, hoje vou relatar alguns casos com os quais já me deparei.

Antes, porém, gostaria de lembrar que grandes línguas sofreram reforma ortográfica no século XX, afetando a forma como são escritos nomes e sobrenomes. Além disso, é importante observar que na década de 1940 foi adotado no Brasil o Vocabulário Ortográfico e Ortoépico da Língua Portuguesa, organizado pela Academia Brasileira de Letras de acordo com as normas da Academia de Ciências de Lisboa. Entre outras modificações dele conseqüentes, temos a mudança de Brazil (com z) para Brasil (com s).

Sendo assim, creio ser um tanto precipitado afirmar que foram cometidos erros, já que as normas podem ter sido alteradas após o registro de nascimento da pessoa em análise. A propósito, cito o Manual de Redação do jornal O Estado de São Paulo que indica o respeito pela ortografia original enquanto a pessoa for viva, adequando às normas após o seu falecimento. Exemplo clássico deste procedimento é o nome da escritora Rachel de Queiroz que agora vem como Raquel de Queirós.

Entretanto, quando se trata de estudos genealógicos organizados em banco de dados informatizados, é preciso tomar um cuidado adicional. É necessário adotar procedimentos que permitam localizar os nomes pelo sistema de indexação oferecido pelos softwares. Por exemplo: se lançarmos as variações Rezende e Resende será mais difícil localizar um personagem específico entre milhares de outros. Na minha opinião, cada pesquisador deve escolher seu próprio método.

Em meus estudos sobre os imigrantes que viveram em Leopoldina, encontrei inúmeras alterações de sobrenomes. Uma parte pode ter ocorrido por conta de processos de registro de estrangeiro em que foram obedecidas as normas ortográficas vigentes no Brasil da época. Outros indicam problemas de interpretação. O imigrante era analfabeto e o oficial do cartório ou o padre não conheciam a língua italiana. Como nem sempre eram apresentados documentos probatórios, escreviam o que entendiam da fala do requerente.

Mas encontrei também casos diferentes. Nas respostas que obtive dos Archivi di Stati já recebi indicação de duas variações para o mesmo sobrenome. Um deles o traz escrito com duas letras "z" e com duas letras "c" e explica "ma poi individuato come ..." Consultando uma professora de cultura italiana, ela afirmou que tais diferenças ainda são bastante comuns na Itália, variando a ortografia entre as diversas regiões e até mesmo entre comuni próximas.

Outro. Encontrei uma variação no sobrenome de uma família a respeito da qual localizei três documentos: o passaporto, a lista de embarque na Itália e o Certificato di Famiglia emitido pelo Archivio di Stato. Até hoje não decidi qual grafia adotar porque as três são diferentes e as variações também aparecem em dois Atti di Nascita de descendentes.