O Território da Colônia Constança

Criada em 1910, conforme Decreto número 2801 de 12.04.1910, no distrito da cidade de Leopoldina, tinha a Colônia uma área de 18.797.500 metros quadrados, dividida em 65 lotes e 2 logradouros públicos. Logo em seu primeiro ano, o Estado concluiu pela mudança da destinação dos espaços públicos e os incorporou à área agricultável, na forma de três novos lotes. Desta forma, a Colônia passou a contar com 68 lotes.

Ainda com o propósito de aumento do número de lotes, foi também adquirida a Fazenda Palmeiras que pertencera ao Sr. Fernando Sellani. Esta propriedade foi adquirida por 12:000$000 e constava de 25 alqueires em matas, pastagens, 10.000 pés de café, arrozal, milharal, canavial, 1 casa (sede), 6 casas para colonos, 1 engenho de cana, 1 moinho de fubá e 1 paiol para milho.

A Fazenda Palmeiras foi dividida em 5 lotes, passando a ser de 73 o número de unidades da Colônia Constança. Ao final do exercício de 1912, apenas 64 lotes estavam ocupados, sendo que apenas um por título definitivo.

Os “construtores” da Colônia

A organização de uma colônia envolvia profissionais de diferentes áreas. Os imigrantes que trabalharam na construção da Colônia Agrícola da Constança estiveram subordinados a diversos funcionários contratados pela Secretaria de Agricultura. Um deles foi o italiano Ferdinando Sellani, citado em post anterior. Outro foi Pedro Castello Branco, que de 10 de junho a meados de novembro de 1909 assumiu o posto de "auxiliar de medição e divisão dos lotes".

Em julho de 1909 chegou o Theophilo Reiff, admitido como encarregado do preparo de 6 lotes na parte da colônia denominada "Onça". Assim como Sellani, também este encarregado teve um parente entre os colonos: Francisco Antonio Reiff instalou-se na Constança no dia 15 de julho de 1910.

Além destes, Climério Duarte Godinho foi admitido em julho de 1909 como auxiliar do administrador Sr. Guilherme Prates e Félix Schmidt esteve à frente da colônia de maio a julho de 1911, sendo então substituído por Climério Godinho. Como auxiliar foi nomeado João Ventura Gonçalves Neto.

Estradas internas da Colônia

Como o objetivo do sistema de colonização era a agricultura, uma das providências necessárias era a abertura de estradas ou caminhos que facilitassem o escoamento da produção. Em Leopoldina ocorreu que a propriedade denominada Fazenda Messias ficou quase totalmente envolvida pela Colônia Agrícola Constança, estando localizada no melhor local para abrir uma estrada ligando as fazendas Boa Sorte e Constança, diminuindo em 4 km a distância percorrida pela ligação então existente. Mas o proprietário negou-se a vender o trecho a preços razoáveis. Conseqüentemente, os colonos ficaram sujeitos a um percurso maior.

Escola na Colônia Agrícola da Constança

Nos primeiros estudos sobre a Colônia Agrícola da Constança, os informes indicavam que não havia preocupação em providenciar escola para os filhos dos colonos. Num relatório, escreveu o administrador: "Ainda não foi installada a escola da colonia, não tendo eu recebido, até esta data, ordem alguma relativamente a construcção do predio onde deva funccionar este estabelecimento, nem ao local preferido."

Entretanto, mais tarde as famílias passaram a contar com duas escolas, como pode ser visto em artigo sobre o tema.

Condições de compra dos lotes da Colônia Constança

Todas as despesas realizadas na preparação dos lotes eram agregadas ao valor das terras a serem vendidas. Em dezembro de 1909, por exemplo, foi necessária a limpeza nas culturas de cinco lotes que ainda estavam desocupados. O valor gasto foi devidamente discriminado para ser adicionado ao preço daqueles lotes.

Julgamos inadequado abordar o preço de cada lote, por não ser possível identificar quais valores entraram em sua composição. De todo modo, sabe-se que a compra atraía os colonos por dois fatores. Em primeiro lugar, o preço era inferior ao cobrado pelos fazendeiros que loteavam suas terras exauridas sem subsídio da fazenda provincial. Por outro lado, os vendedores individuais não poderiam oferecer o financiamento que o colono obtinha junto ao governo para comprar um lote das colônias estaduais. No caso da Constança, sabemos que sua emancipação ocorreu 10 anos depois de instalada, ou seja, este foi o prazo que os colonos precisaram para saldar a dívida com o governo.