Recebemos diversas consultas sobre famílias que, segundo os remetentes, teriam vivido na Colônia Agrícola da Constança e não foram citados em nossas colunas no jornal Leopoldinense.
Em primeiro lugar, gostaríamos de esclarecer que o portal deste jornal foi lançado em 2009 e nossas colunas começaram bem antes. Por ocasião dos 90 anos da Colônia, publicamos nossos textos em outro jornal da cidade cujo editor posteriormente fundou o Leopoldinense. Para os textos publicados entre 1999 e 2001, convidamos o leitor a visitar este endereço.
Já para as colunas publicadas a partir de 2006, o endereço é este.
Uma das consultas que recebemos nos últimos dias refere-se à família de Ramiro José. Infelizmente o leitor fez o comentário aqui no blog e não deixou seu e-mail para resposta.
Acreditamos tratar-se do italiano Giuseppe Ranieri, filho de outro do mesmo nome e de Celestina Farinone ou Farinazzo, também referida em algumas fontes como Caterina Desboto. Ao que sabemos, Giuseppe (filho) residia no arraial de São Lourenço em fevereiro de 1899, quando foi batizado seu filho Marcelino. Era casado com Catarina Zerbati, também italiana. Não localizamos a entrada da família no Brasil nem outras referências em Leopoldina.
Sabemos apenas que Giuseppe Ranieri (filho) era irmão de Luigia Ranieri que se casou em Leopoldina, no ano de 1896, com Pietro dal Canton, filho de Giovanni dal Canton e Ana Chinellata.
Através do casamento de Luigia descobrimos que a família Ranieri tinha origem na Parrochia Altissimo, em Vicenza, Veneto. Pela data do casamento, podemos afirmar apenas que os Ranieri passaram ao Brasil antes de novembro de 1896.
Já os Dal Canton procediam de Martellago, Venezia, Veneto e chegaram ao Brasil em setembro de 1895. Foram contratados para trabalhar em uma fazenda do então distrito de Santa Izabel, hoje Abaíba. Ali Pietro conheceu Luigia, com quem se casou um ano depois.
Dos irmãos de Pietro sabemos que Angelo dal Canton casou-se em 1898 com Elisetta Marcelina Baldo, procedente de San Mauro di Saline, Verona, e cuja família chegou ao Brasil em abril de 1896, sendo contratada também para uma fazenda de Santa Izabel, por Antonio Carlos de Barros Faria. Referências aos pais de Elisetta – Giovanni Battista Baldo e Lucia Caloi indicam que seus filhos Giuseppe, Ermelinda, Anetta e Maria Teresa viviam no arraial de São Lourenço nas três primeiras décadas do século XX. Ermelinda Baldo foi casada com Pietro Castagna, natural de Velo Veronese, Verona, e cuja família transferiu-se de Leopoldina para Belo Horizonte na década de 1930.
Pietro dal Canton faleceu antes de 1909, quando a viúva Luigia Ranieri casou-se pela segunda vez com o cunhado Luigi dal Canton.
Anetta Baldo, irmã da esposa de Angelo dal Canton, casou-se também com um cunhado – Vittorio dal Canton. Os outros filhos de Giovanni dal Canton e Ana Chinellata foram Antonio, Lugia que se casou com Luigi Rancan, Angela e Benvenuto.
Sobre os Rancan, do marido de Luigia dal Canton, sabemos que o casal Francesco Rancan e Angela Corradin procedia de Mizzole, Verona e passou ao Brasil em 1896, sendo também contratado para fazenda nas imediações do arraial de São Lourenço. Com eles vieram os filhos Giuseppe que se casou com Giulia Fovorini, Carolina que se casou com Luigi Maimeri, Angelo e Maria que se casou com Emilio Giovanni Raimondi.
Reunindo as informações sobre estes personagens, verificamos que os Baldo, Castagna, Dal Canton, Fovorini, Maimeri, Raimondi, Rancan e Ranieri viviam em São Lourenço e não na Colônia Agrícola da Constança. Como temos dito em diversas oportunidades, a Colônia foi apenas um dos núcleos onde viveram muitos imigrantes, especialmente italianos. Mas no ano em que comemoramos os 130 anos de Imigração Italiana em Leopoldina, não podemos nos esquecer de tantos que, estabelecidos nos distritos da cidade, ajudaram a modificar o panorama do município.