Depois que postamos aqui os nomes dos proprietários dos lotes da Colônia Agrícola da Constança, diversos leitores enviaram comentários informando que determinado sobrenome não aparece na lista. Outros perguntaram quantos imigrantes viveram em Leopoldina.
Embora já tenhamos respondido diretamente para os visitantes que informaram o e-mail, esclarecemos a todos que a listagem inclui tão somente os imigrantes que adquiriram lotes da Constança. Muitos outros viveram no município, nas diversas fazendas que passaram a contratá-los na década de 1880.
Quanto ao número, é difícil quantificar com precisão. Em primeiro lugar porque nós levantamos dados apenas do período que vai de 1880 a 1930. Naquela época, 10% da população de Leopoldina era composta de imigrantes europeus. A maioria nascida na Itália.
Mas desde o início da publicação de nossos estudos, em 1999, recebemos consultas de leitores abordando outros imigrantes que não constam na contagem oficial por uma razão básica: os nomes e sobrenomes foram profundamente alterados, inviabilizando a identificação.
É importante salientar que nem sempre eram exigidos documentos probatórios do imigrante que quisesse realizar algum ato da vida civil. Os responsáveis pelos registros, quer seja o escrivão ou o padre, não conheciam a língua do imigrante. Nem sempre, também, o assentamento civil ou religioso incluía a indicação de procedência do imigrante. Disto resultou, por exemplo, que a família Maiello, de origem italiana, tenha se transformado na família Ismael. Por outro lado, encontramos fontes indicando que o cidadão era italiano mas com um nome que seguramente foi modificado, como um Severino de Souza e um Eurípedes da Rocha. Como descobrir os nomes originais?
Esta é uma das razões que nos levam a afirmar que é preciso pesquisar muito mais para medir quantitativamente a população imigrante em Leopoldina.