Em diversas oportunidades, temos informado que utilizamos o método de pesquisa genealógica como um dos instrumentos para resgatar a memória da Colônia Agrícola da Constança. Entretanto, muitas pessoas se surpreendem por desconhecerem do que se trata. De imediato, imaginam que genealogia sirva apenas para demonstrar ascendência nobre ou, no caso dos descendentes de imigrantes italianos, para requerer o reconhecimento de cidadania. Mas o método genealógico tem amplitude muito maior.
Para explicar nossa opção pelo método, extraímos parte da orientação de W.H.R.Rivers, conforme exposto no artigo O Método Genealógico de Pesquisa Antropológica, publicado pela primeira vez em 1910. Segundo Rivers, o sistema de matrimônios num grupo social pode ser deduzido da análise de ocorrências tais como a endogamia. Da mesma forma, analisar a genealogia de um grupo representativo nos permite estudar as leis que regulamentam a descendência e a transmissão de propriedade. "É possível pesquisar a história de um determinado pedaço de terra, talvez desde os tempos em que foi pela primeira vez cultivado, com suas divisões nos vários momentos", esclarece o autor.
Em outro momento do mesmo texto, Rivers declara que "as genealogias incluem enorme quantidade de informações valiosas para um estudo exato de vários problemas" e alerta para o fato de que a "memória popular é menos precisa em relação às pessoas das gerações passadas que morreram jovens ou antes de casar".
Este teórico da antropologia aborda o método como instrumento importante para o estudo do que ele chama de "populações de cultura primitiva", ou seja, sociedade ágrafas, sem registros escritos. Menciona diversas vantagens do método, das práticas sobre a transmissão de nomes à a regulação da vida social.
Adaptamos o método genealógico ao objetivo do nosso estudo, utilizando-o como um dos instrumentos de busca e na testagem de informações orais. Enquanto antropólogos que estudam sociedades ágrafas precisam basear-se exclusivamente em informações orais, nós caminhamos em outra direção. Pouco se sabia a respeito das famílias que habitaram a Colônia Agrícola da Constança. Então, a partir de nomes recolhidos em diversas fontes, buscamos registros civis e paroquiais para montar o grupo familiar de cada colono.
A análise dos registros de nascimento, batismo e casamento nos permitiu identificar os lugares de moradia, as relações de compadrio, a fertilidade dos casais etc. E comprovou ou desfez hipóteses sobre os arranjos matrimoniais mencionados por nossos entrevistados.
Conforme alertou Rivers, a memória dos descendentes raramente mencionou os que morreram jovens ou solteiros. Mas para além de estudos puramente demográficos, o conjunto de genealogias que pudemos compor apresenta, confirmando as palavras do teórico, um quantidade expressiva de informações importantes para resgatar a memória daquele grupo social.
Para explicar nossa opção pelo método, extraímos parte da orientação de W.H.R.Rivers, conforme exposto no artigo O Método Genealógico de Pesquisa Antropológica, publicado pela primeira vez em 1910. Segundo Rivers, o sistema de matrimônios num grupo social pode ser deduzido da análise de ocorrências tais como a endogamia. Da mesma forma, analisar a genealogia de um grupo representativo nos permite estudar as leis que regulamentam a descendência e a transmissão de propriedade. "É possível pesquisar a história de um determinado pedaço de terra, talvez desde os tempos em que foi pela primeira vez cultivado, com suas divisões nos vários momentos", esclarece o autor.
Em outro momento do mesmo texto, Rivers declara que "as genealogias incluem enorme quantidade de informações valiosas para um estudo exato de vários problemas" e alerta para o fato de que a "memória popular é menos precisa em relação às pessoas das gerações passadas que morreram jovens ou antes de casar".
Este teórico da antropologia aborda o método como instrumento importante para o estudo do que ele chama de "populações de cultura primitiva", ou seja, sociedade ágrafas, sem registros escritos. Menciona diversas vantagens do método, das práticas sobre a transmissão de nomes à a regulação da vida social.
Adaptamos o método genealógico ao objetivo do nosso estudo, utilizando-o como um dos instrumentos de busca e na testagem de informações orais. Enquanto antropólogos que estudam sociedades ágrafas precisam basear-se exclusivamente em informações orais, nós caminhamos em outra direção. Pouco se sabia a respeito das famílias que habitaram a Colônia Agrícola da Constança. Então, a partir de nomes recolhidos em diversas fontes, buscamos registros civis e paroquiais para montar o grupo familiar de cada colono.
A análise dos registros de nascimento, batismo e casamento nos permitiu identificar os lugares de moradia, as relações de compadrio, a fertilidade dos casais etc. E comprovou ou desfez hipóteses sobre os arranjos matrimoniais mencionados por nossos entrevistados.
Conforme alertou Rivers, a memória dos descendentes raramente mencionou os que morreram jovens ou solteiros. Mas para além de estudos puramente demográficos, o conjunto de genealogias que pudemos compor apresenta, confirmando as palavras do teórico, um quantidade expressiva de informações importantes para resgatar a memória daquele grupo social.