Ao elaborarmos nosso projeto de pesquisa, sentimos necessidade de verificar como são vistos os estudos sobre a gente simples que pretendíamos conhecer. Quando pensávamos sobre a Filosofia da História, nos deparamos com o texto Quarenta Anos de Vida Quotidiana, de Jean-Didier Wolfromm, publicado em A Nova História, Edições 70 de 1984., páginas 5-68. Diz o autor:
A partir deste prólogo sentimos estar diante de alguma coisa que ainda não soubéramos expressar. Este era o ponto: conhecer homens e mulheres comuns que viveram na nossa cidade e que provavelmente muito teriam a nos contar. A distância no tempo impedia um contato mas não o inviabilizava integralmente, na medida em que pudéssemos escovar o passado, como sugeriu Walter Benjamin. Segundo Wolfromm,
"Uma das novidades da historiografia actual é a de nos mostrar como viviam os homens no dia-a-dia. Os desconhecidos, aqueles de quem nunca se fala, que não são célebres".
A partir deste prólogo sentimos estar diante de alguma coisa que ainda não soubéramos expressar. Este era o ponto: conhecer homens e mulheres comuns que viveram na nossa cidade e que provavelmente muito teriam a nos contar. A distância no tempo impedia um contato mas não o inviabilizava integralmente, na medida em que pudéssemos escovar o passado, como sugeriu Walter Benjamin. Segundo Wolfromm,
"todos nós temos nostalgias históricas. Exilados por acaso no século XX, viajantes sem bagagens sobre o mapa do tempo, gostamos de olhar para trás para saber de que era feito o passado."Nascidos numa pequena cidade do interior, mesmo que a tenhamos deixado ao final da adolescência dela não nos esquecemos. Em Leopoldina estão as nossas raízes, a nossa força e o alimento primevo. Quando este pensador francês declara que as perguntas mais comuns revelam mais sobre uma época do que as guerras e os feitos dos homens ilustres, sentimo-nos apoiados por mão segura em nossa caminhada. Se o autor generaliza sobre a curiosidade que todos temos sobre o passado, dizendo-a infinita, só podemos tomar suas palavras e dizer que também sentimos que
“ao abrir o correio do passado [...] nós dobramos, triplicamos a nossa vida”.