Até há pouco tempo, nós estudávamos história como um dado fixo, determinado, irretocável. Os que não se sentiam atraídos por conhecer aquele passado, argumentavam não ter interesse em conhecer datas, feitos heróicos e acontecimentos de uma época que não lhes diria respeito. Muitos declaravam que apenas decoravam o que foi pedido para as provas do colégio.
Felizmente, hoje vigora uma outra maneira de olhar para este passado. Busca-se não mais a superfície de cada momento histórico, alimentando uma certa melancolia pelos "tempos que não voltam mais". Agora procuramos compreender de que material foi construído este passado, se as vigas da construção eram de madeira ou ferro, como foram cozidos os tijolos ou como nasceu o formato de uma telha moldada na perna de um artífice. Atualmente, muitos declaram que é preciso compreender o passado para melhor viver o presente e construir solidamente o futuro.
Walter Benjamin, no texto Escavando e Recordando que faz parte do capítulo Imagens do Pensamento no livro Rua de Mão Única, ensina que "a memória não é um instrumento para a exploração do passado; é, antes, o meio". Podemos aplicar instrumentos para escavar este meio - a memória. E descobriremos que o nosso hoje conserva objetos daquele passado que sequer conhecíamos.
Os psicanalistas vão pelo mesmo caminho quando nos sugerem escavar o nosso passado para descobrir momentos mal resolvidos que nos perseguem até hoje, sem que disso tenhamos clareza. Revolvendo-os, temos a possibilidade de concluí-los e prosseguir na construção de nossas vidas.
Voltando a Benjamin, numa de suas famosas Teses ele considera este movimento como uma escovação da história a contrapelo. Quando passamos o pente no sentido inverso dos pelos da história, podemos nos apropriar de reminiscências que reconfiguram o nosso passado. Daí advindo uma nova visão, uma nova imagem de um presente que nasceu naqueles tempos mais ou menos longínquos.
Dentro desta linha encontram-se os inúmeros questionamentos sobre o que seja a verdade. Existe Uma Verdade, assim em maiúsculas, única, inquestionável? Ou o que decoramos para a prova era apenas a visão de quem fixou uma imagem com o objetivo de transformá-la em verdade?
Qual é a "sua" verdade sobre as colônias agrícolas criadas no alvorecer dos novecentos? Para você, elas foram celeiro de mão de obra para os latifúndios? Foram berço de novas relações de trabalho? Os colonos foram escravos de cor de pele diferente dos anteriores? Foram artífices de uma nova ordem social?
Nós acreditamos que o passado não é um objeto isolado, fixo, imutável. Cada momento do vivido pode ser aproveitado como argamassa do porvir. Escovar a contrapelo a Colônia Agrícola da Constança nos permite vislumbrar os alicerces de uma construção social na Leopoldina que recebemos das mãos de milhares de homens e mulheres que nos antecederam. E assim como cada um representou seu papel, no exercício de reconhecê-los nós nos preparamos para nossa própria atuação, sedimentando o futuro que queremos ter.
Felizmente, hoje vigora uma outra maneira de olhar para este passado. Busca-se não mais a superfície de cada momento histórico, alimentando uma certa melancolia pelos "tempos que não voltam mais". Agora procuramos compreender de que material foi construído este passado, se as vigas da construção eram de madeira ou ferro, como foram cozidos os tijolos ou como nasceu o formato de uma telha moldada na perna de um artífice. Atualmente, muitos declaram que é preciso compreender o passado para melhor viver o presente e construir solidamente o futuro.
Walter Benjamin, no texto Escavando e Recordando que faz parte do capítulo Imagens do Pensamento no livro Rua de Mão Única, ensina que "a memória não é um instrumento para a exploração do passado; é, antes, o meio". Podemos aplicar instrumentos para escavar este meio - a memória. E descobriremos que o nosso hoje conserva objetos daquele passado que sequer conhecíamos.
Os psicanalistas vão pelo mesmo caminho quando nos sugerem escavar o nosso passado para descobrir momentos mal resolvidos que nos perseguem até hoje, sem que disso tenhamos clareza. Revolvendo-os, temos a possibilidade de concluí-los e prosseguir na construção de nossas vidas.
Voltando a Benjamin, numa de suas famosas Teses ele considera este movimento como uma escovação da história a contrapelo. Quando passamos o pente no sentido inverso dos pelos da história, podemos nos apropriar de reminiscências que reconfiguram o nosso passado. Daí advindo uma nova visão, uma nova imagem de um presente que nasceu naqueles tempos mais ou menos longínquos.
Dentro desta linha encontram-se os inúmeros questionamentos sobre o que seja a verdade. Existe Uma Verdade, assim em maiúsculas, única, inquestionável? Ou o que decoramos para a prova era apenas a visão de quem fixou uma imagem com o objetivo de transformá-la em verdade?
Qual é a "sua" verdade sobre as colônias agrícolas criadas no alvorecer dos novecentos? Para você, elas foram celeiro de mão de obra para os latifúndios? Foram berço de novas relações de trabalho? Os colonos foram escravos de cor de pele diferente dos anteriores? Foram artífices de uma nova ordem social?
Nós acreditamos que o passado não é um objeto isolado, fixo, imutável. Cada momento do vivido pode ser aproveitado como argamassa do porvir. Escovar a contrapelo a Colônia Agrícola da Constança nos permite vislumbrar os alicerces de uma construção social na Leopoldina que recebemos das mãos de milhares de homens e mulheres que nos antecederam. E assim como cada um representou seu papel, no exercício de reconhecê-los nós nos preparamos para nossa própria atuação, sedimentando o futuro que queremos ter.