"Os esquecimentos e os silêncios da história são reveladores destes mecanismos de manipulação da memória coletiva".
Assim Le Goff se expressa a respeito das práticas das classes dominantes sobre a sociedade. [História e Memória, Editora Unicamp, 5ª edição em 2003, pag. 422] A memória, ensina este autor, é fenômeno individual e psicológico, ligado à vida social. Conservar certas informações representa a conquista do passado coletivo.
Teóricos da historiografia nos ensinam que a memória, por ser parte integrante da nossa identidade, deve ser resgatada pelos historiadores tendo em mente que o que sobrevive do passado é resultado de escolhas pelos detentores do poder em todas as épocas. Conhecemos um tipo de história dita tradicional, que só dá voz aos nomes que escolheram como representativos. Quem são estes representantes que a história tradicional se dedicou a monumentalizar? Há entre eles algum colono imigrante, que deixou a terra natal por falta de condições de garantir o sustento de sua família?
Muitos outros grupos sociais foram sepultados da memória coletiva, por decisão de quem detinha o poder de escolha sobre aquilo que deveria ser perpetuado. A nova historiografia veio ultrapassar esta barreira. E nós, humildemente, estamos aqui para contribuir com o pouco que nos foi dado conhecer sobre esta gente guerreira que mudou a face de Leopoldina.