Remessas para a Italia

Frequentemente encontramos referências ao dinheiro que os imigrantes remetiam para a Italia. Infelizmente não conseguimos reunir informações consistentes sobre tal prática entre os que viveram em Leopoldina. Talvez não tenha ocorrido ou, o que é bem provável, a "tenacidade com que os emigrados permanecem ligados às tradições italianas", mencionada em Relatório de um parlamentar em 1911, tenha sido praticada aqui através das festas religiosas.

Para períodos posteriores, encontramos publicações que mencionam os diversos motivos por trás das remessas que os nossos imigrantes faziam: desde o pagamento de um empréstimo obtido com a própria família, passando pela promessa que fizeram de continuar ajudando-os até as doações para a paróquia na qual nasceram. É possível que a devoção dos emigrados tenha se transferido para o padroeiro local, como parece indicar a compra do terreno e a construção da Igreja de Santo Antonio de Pádua, atualmente mais conhecida como Igreja da Onça. Segundo Constantino Ianni, no livro Homens sem Paz, o interesse do Vaticano na emigração esteve ligado à poupança daqueles trabalhadores que poderia ser remetida para a Igreja.

No caso de Leopoldina, levantamos a hipótese de tal poupança ter sido direcionada, pelos padres do município, para as Igrejas que passaram a frequentar. Só não podemos nos manifestar sobre uma informação Comissariado da Emigração de 1908, dando conta de que "o padre italiano passa a vida no meio de uma riqueza invejável, promovida pelo caráter eminentemente religioso dos colonos". A este respeito, não encontramos indícios.