Della emigrazione e del pauperismo, obra de Ernesto Comucci publicada em 1885, é citada por diversos autores como referência para o efeito da nostalgia na saúde mental do emigrante que, sentindo-se solitário em terra estrangeira, vê o sonho de prosperidade se diluir na dura realidade. Se para alguns isto resultou em profunda mágoa da terra natal, por considerarem-se expulsos, em outros casos o desequilíbrio mental foi muito grave, extraindo-o completamente do convívio social. Há relatos, pelo interior do Brasil, de inadaptação de "nostálgicos" mesmo quando vivendo próximo a outros italianos. E aí está o segundo problema.
Sabe-se que os camponeses que emigraram no final do século XIX não eram propriamente italianos como entendemos hoje. Nos primeiros tempos após a unificação, só uma pequena parcela da população - a elite, estendeu o sentimento de nacionalidade para além do território do estado a que pertenceu até então. Os demais continuaram se sentido calabreses, lombardos ou sicilianos muito mais do que italianos. Antigos jornais mencionam um político que teria declarado que a "Italia foi construída e agora precisamos construir os italianos".
Ainda seguindo opiniões populares, do Piemonte teria sido irradiada a "italianização" que não atingiu os camponeses porque logo emigraram. Donde os nossos imigrantes não se reconheciam como parte de uma comunidade nativa, quando instalados em colônias onde viviam naturais de outras regiões da sua terra natal.
Abordamos ligeiramente o assunto no texto O Sentimento de Nacionalidade Italiana publicado em janeiro de 2007. Sem, contudo, mencionar o desabafo de um descendente sobre a tristeza de seus avós por conviverem com pessoas de hábitos culturais diferentes, embora todos provenientes do "mezzogiorno". Para o informante, o desequilíbrio mental de um parente próximo seria "hereditário" e acrescentou que seus tios também sentiam profunda saudade do "paese" onde nasceram.
Sabe-se que os camponeses que emigraram no final do século XIX não eram propriamente italianos como entendemos hoje. Nos primeiros tempos após a unificação, só uma pequena parcela da população - a elite, estendeu o sentimento de nacionalidade para além do território do estado a que pertenceu até então. Os demais continuaram se sentido calabreses, lombardos ou sicilianos muito mais do que italianos. Antigos jornais mencionam um político que teria declarado que a "Italia foi construída e agora precisamos construir os italianos".
Ainda seguindo opiniões populares, do Piemonte teria sido irradiada a "italianização" que não atingiu os camponeses porque logo emigraram. Donde os nossos imigrantes não se reconheciam como parte de uma comunidade nativa, quando instalados em colônias onde viviam naturais de outras regiões da sua terra natal.
Abordamos ligeiramente o assunto no texto O Sentimento de Nacionalidade Italiana publicado em janeiro de 2007. Sem, contudo, mencionar o desabafo de um descendente sobre a tristeza de seus avós por conviverem com pessoas de hábitos culturais diferentes, embora todos provenientes do "mezzogiorno". Para o informante, o desequilíbrio mental de um parente próximo seria "hereditário" e acrescentou que seus tios também sentiam profunda saudade do "paese" onde nasceram.