Um dos entraves para o estudo dos antigos moradores é a questão da formação dos nomes. Inúmeros são os homônimos e grande é a variação dos sobrenomes usados dentro de uma só família. Sabe-se que, através do hábito conhecido por "paponímia", um filho do sexo masculino recebia o nome do pai, um outro era batizado com o nome do avô paterno e os demais poderiam receber o nome do avô materno, de um parente mais distante ou do padrinho de batismo. Mas não podemos pensar em regras fixas, de cumprimento rigoroso. Nem tampouco podemos definir a ordem em que o nome deste ou daquele personagem seria perpetuado na descendência.
Uma outra observação se faz necessária e diz respeito à escolha dos sobrenomes. Apesar de algumas publicações respeitáveis citarem determinadas normas, em nossas pesquisas encontramos um panorama nem sempre de acordo com o estabelecido. De modo geral, as crianças que estudamos recebiam apenas um primeiro nome na pia batismal. Mais tarde, e geralmente na cerimônia de crisma, algumas vezes era adicionado um segundo nome. A primeira referência ao sobrenome nós a encontramos apenas quando o jovem ou a jovem realizava um ato da vida civil, como o casamento ou a participação num inventário. E então, nenhuma regra parecia existir. Tanto encontramos o uso do sobrenome completo do pai quanto da mãe e até mesmo de um parente mais distante.
De todo modo, permitimo-nos abordar uma hipótese baseada nos casos que temos visto: só as mulheres das famílias de extratos superiores usavam o sobrenome de família. Ainda assim, isto não era regra geral. Muitas houve que usaram os chamados "nomes de devoção".