Recuperar a História da Colônia

Em artigo publicado na Gazeta de Leopoldina de 23.10.1999, tentamos levar ao conhecimento dos leitores um pouco da história da Colônia Constança e da sua parte que forma hoje o Bairro Boa Sorte. O objetivo era relembrar a importância da Colonização Italiana e o grande exemplo deixado por esta iniciativa de distribuição de terras.

A Colônia Constança foi o núcleo que acolheu o maior número de imigrantes na cidade, mas a chegada dos primeiros imigrantes ao município é bem anterior. O Jornal O Leopoldinense, de 1881, se referia a 109 imigrantes espanhóis que o Dr. Domiciano Ferreira Monteiro de Castro fizera embarcar da Corte para a Fazenda do Socorro, de propriedade do seu irmão Tenente Vicente Ferreira Monteiro de Barros.

O Decreto Estadual nº 2801, de 12.04.1910, que criou a Colônia Agrícola da Constança, foi fruto de parte de um acordo anterior, firmado pelo governo com as Empresas Ferroviárias, onde se previa o apoio à criação de núcleos produtivos nas proximidades das Estradas de Ferro. Respaldando este Decreto existia a Lei 438, de 1906, que autorizava o governo do Estado a criar colônias para o assentamento de imigrantes, concedendo a cada colono um lote que a Lei 2027. de 08.06.1907 definiu como sendo de três hectares de terras.

A Constança vinha sendo planejada desde o ano anterior à criação e foi constituída inicialmente a partir das fazendas Constança, Boa Sorte, Onça (parte) e Puris (parte), adquiridas pelo Estado. A fazenda Boa Sorte, por exemplo, com 122 alqueires, foi adquirida em 02.03.1909, conforme nos informa o Annuario Historico Chorographico de Minas Gerais daquele ano. Em julho de 1910 o Governo incorporou à Colônia as terras da Fazenda Modelo D. Antonia Augusta e, no ano seguinte, as que formavam a fazenda Palmeiras e a fazenda Santo Antonio do Onça, esta última adquirida da Câmara Municipal, conforme a Gazeta de 30,06.1911. Mais tarde, outras terras foram anexadas.