Leopoldina, MG
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Posted: 22 Dec 2011 05:29 AM PST
Prosseguindo na leitura das publicações científicas semestrais, retomo a Revista Patrimônio e Memória, da Unesp, volume 7, número 2, dezembro 2011.
O artigo de Magda Sarat, com o subtítulo Olhares sobre o Brasil nos Registros dos Viajantes Estrangeiros, menciona as características da documentação referenciada como Literatura de Viagem e alerta para os limites desta fonte e a necessidade de observar que em “alguns textos, foram encontrados exemplos de generalização explícita e não percebida pelo viajante. Cita, como exemplo, o viajante James Cook que esteve no Rio em 1768 e escreveu:
"As mulheres das colônias espanhola e portuguesa da América meridional concedem seus favores mais facilmente do que aquelas dos países civilizados. No Rio de Janeiro, algumas pessoas chegam a afirmar que na cidade não há uma única mulher honesta".
Considerando-se os cuidados necessários, Magda Sarat baseia-se em Ginzburg para declarar que esta literatura é um material importante para conhecer o olhar dos estrangeiros sobre a realidade de uma época, ou seja, que podem mencionar os pormenores [não] negligenciáveis citados por Ginzburg.
Leia o artigo neste endereço.
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Posted: 22 Dec 2011 02:42 AM PST
![]() Acreditamos que tais argumentos possam ser contestados pela vertente dos interesses políticos que cercaram a obra. De todo modo, percebe-se que a mudança de um percurso, como foi o caso entre Conceição da Boa Vista para o Arraial Novo, levou também em consideração as dificuldades do trajeto inicialmente previsto. Esta argumentação se repete quando, em 1875, é analisada outra mudança que levaria os trilhos para Vista Alegre. Diz o relatório que a modificação, importando um afastamento de cerca de 6km da cidade da Leopoldina, em nada prejudica a zona que tinha de ser precorrida e procura o natural prolongamento da estrada. E diz mais: "cumpre attender que este facto traz lucros à lavoura, à empreza e aos cofres publicos, e não estamos ainda em circumstancias de fazer estradas de ferro que prefirão o commercio das cidades aos interesses da lavoura; porquanto esta é quase que a nossa unica fonte de rendas, e não temos e nem poderemos ter tão cedo cidades que por sua industria possão, não digo sustentar por si caminhos de ferro, mas obrigar estes a deixar em seo proveito, aliás incerto e fallivel, os productos conhecidos de uma agricultura já feita e que se augmentrá infallivelmente com as facilidades de transporte e de consumo". |