É reconhecida a impossibilidade de se retratar fielmente o passado, uma vez que, por mais que se controle a análise dos documentos, ela é sempre orientada pelo presente, ou seja, pela interpretação que o pesquisador é capaz de fazer dos vestígios que consegue recuperar.
Destacamos, a propósito, que em Apologia da História (Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001, p.73) Marc Bloch chama a atenção para as características da observação, já que
o conhecimento de todos os fatos humanos no passado deve ser um conhecimento através de vestígios.
Este autor indica a contribuição das testemunhas como fonte subsidiária para que o pesquisador volte no tempo se fazendo acompanhar de materiais fornecidos por gerações passadas. Entretanto, alerta (p. 75),
o conhecimento do passado é uma coisa em progresso, que incessantemente se transforma e aperfeiçoa.
Assim é que, através de pistas fornecidas pelos colaboradores, foi possível fazer uma comparação entre as citações encontradas nas fontes. Inclusive, e isto é de enorme importância, entrevistas indicaram caminhos para se identificar transformações sofridas por grande número de sobrenomes italianos.
Nunca será excessivo mencionar dois exemplos clássicos. Num deles, um italiano aparece no registro de estrangeiros como Severino Terceira, nome que dificilmente será original. O outro caso é o de Sancio Maiello que se transformou em Francisco Ismael.