Pietro Sangirolami

Irmão de Giovanni Sangirolami citado no último post, Pietro nasceu por volta de 1880 em Montagnana, Padova, Veneto, Italia. Depois de passar pela fazenda de Antonio Maurício Barbosa, em Piacatuba, a família transferiu-se para a Fazenda Paraíso. No dia 13 de fevereiro de 1904, no Cartório do distrito de Providência, foi realizado o casamento de Pietro com Paschoa Bonini, filha de Fortunato Bonini e Maria Darglia.

Deste casamento encontramos o nascimento dos seguintes filhos: Antonio (1905), José (1906), João (1909), Joaquim (1911), Ana (1913), Fortunato (1915), Maria (1916) e Maximiano (1919). Já nos registros de sepultamento de Leopoldina, localizamos o falecimento do filho Santo em 1988 e pelo registro do óbito calculamos que tenha nascido em 1924.

Em 2007 fizemos uma visita a João Sangirolami, lúcido aos 98 anos de idade. Contou-nos um pouco sobre a Colônia Agrícola da Constança para onde seu pai se transferiu por volta de 1916. A casa onde a família vive é uma das poucas remanescentes das originais, construídas na década de 1910.

GIOVANNI SANGIROLAMI

Conforme o texto que publicamos em dezembro de 2007, o sobrenome Sangirolami sofreu inúmeras variações entre os descendentes de Giovanni Battista Sangirolami. Ao pesquisarmos os documentos disponíveis em Leopoldina, encontramos Sangirolami, Zangirolami e Zanzirolani. Mas acreditamos que outras variações possam ser encontradas, especialmente entre os nascidos em meados do século XX, cuja trajetória não fez parte de nossas buscas. Sendo assim, sempre que recebemos consultas de prováveis descendentes, sugerimos que localizem as certidões de nascimento de seus pais e avós para que seja possível analisar cada caso.

Esta semana um leitor escreveu perguntando se Giovanni Sangirolami e Giustina Borella seriam os avós de um João Batista Ferreira. Nada podemos comentar sem analisar o registro de nascimento de João Batista. De todo modo, lembramos que os Sangirolami da Colônia Agrícola da Constança são eventualmente referidos como Ferreira. A origem deste hábito não estaria num sobrenome de família. Segundo alguns de nossos entrevistados, o patriarca exercia a função de ferreiro e os filhos ficaram conhecidos como “os ferreiros”.

Pelo que pudemos apurar, Giovanni Sangirolami, filho de Giovanni Battista Sangirolami e Modesta Carmelim, nasceu em 1883 em Montagnana, Padova, Veneto, Italia. A família passou ao Brasil em 1895 e foi inicialmente contratada para trabalhar na fazenda de Antonio Mauricio Barbosa, no distrito de Piacatuba, Leopoldina, MG. Algum tempo depois foram trabalhar na Fazenda Paraíso, onde em 1908 faleceu Modesta Carmelim.

Em 1906 o filho Giovanni Sangirolami casou-se com a italiana Giustina Borella, filha de Luciano Borella e Lucia Lorenzetto. O casamento civil foi realizado no distrito de Providência, Leopoldina. Destaque-se que naquele distrito foram realizados muitos eventos relativos aos colonos da Fazenda Paraíso, por ser mais perto do que a sede municipal.

Em 1907 nasceu a primeira filha do casal: Maria Genebra, que se casou em 1923 com Getomir Pereira da Bella. É possível que Giovanni e Giustina tenham tido outros filhos entre o nascimento de Maria Genebra (1907) e o de Ema (1913). Entretanto, nos registros paroquiais de Leopoldina só encontramos, além destas duas, o nascimento de Geraldo em 1916 e de Maria Natalina em 1917. Também nada sabemos sobre casamento de Ema, Geraldo e Natalina, já que só verificamos os casamentos ocorridos até 1923.

Carminatti

A família chefiada por Giovanni Carminatti embarcou em Genova e aportou no Rio de Janeiro no dia 3 de abril de 1896, sendo transferida para a Hospedaria Horta Barbosa em Juiz de Fora, onde foi registrada no dia 05 de abril. Dali partiram, no dia 20 de abril, contratados por Joaquim Pereira de Sá para trabalharem em sua fazenda de Roça Grande, São João Nepomuceno, MG.

O vapor Colombo, nesta viagem, transportou 1002 passageiros na 3ª classe com destino ao Rio de Janeiro, sendo 904 contratados pelo Governo do Estado de Minas, com despesas pagas pelo Estado. Além dos 98 imigrantes espontâneos, consta do manifesto que outros 385 passageiros destinavam-se ao porto de Santos.

Giovanni Carminatti e sua esposa Angela Pagano chegaram ao Brasil acompanhados dos filhos Dalva, Guglielmo, Arturo, Gregorio e Pietro Silvio. Segundo o documento de desembarque, todos eram naturais de Ghisalba, Bergamo, Lombardia. Já morando na região de São João Nepomuceno nasceram os filhos Assunta, Belmira e Conceição.

Há indicações de que a família tenha vivido em território do atual município de Argirita, que na época era distrito de Leopoldina com o nome de Rio Pardo. Porém, em nossas buscas por documentos em Argirita nada foi encontrado.

Por informações de descendentes soubemos que, em 1909, em Argirita, Dalva Maria Carminatti casou-se com Virgilio Gruppi, procedente da Bologna, Emilia Romagna, filho de Cesare Gruppi e Enrica Bertuzi. A mesma fonte informa, também, que o casal faleceu em São João Nepomuceno, sendo que o óbito de Virgilio ocorreu em 1961 e Dalva teria falecido em 1970.

Foram filhos de Dalva e Virgilio: Genésio, Hélia, Helio, Ida, Onésimo, Sebastião, e Ivo Gruppi, sendo que este último nasceu em Piacatuba, também distrito de Leopoldina.

De um outro filho de Giovanni Carminatti e Angela Pagano, Pietro Silvio Carminatti, descobrimos referências em um trabalho de resgate histórico de Argirita, compilação realizada pela Biblioteca Municipal. E embora a data de nascimento ali esteja registrada como 29 de junho de 1894, acreditamos que o ano tenha sido 1895 porque Pietro contava 7 meses no desembarque. De todo modo, Pietro deixou Roça Grande, o distrito de São João Nepomuceno onde seus pais moravam inicialmente, e radicou-se em Argirita onde faleceu no ano de 1969. Foi casado com Maitana Lopes.

A ligação dos Carminatti com a Colônia Agrícola da Constança está ainda em aberto. Pelos Relatórios da Colônia descobrimos que Giovanni Carminatti candidatou-se ao financimento dos lotes 58 e 59, deles tomando posse em junho de 1910. Mas depois desta data não encontramos referências à presença dos Carminatti naquele núcleo agrícola.

GALASSO

Na postagem de 20 de abril de 2007 citamos Pierina Galasso, nascida na Italia no dia 29 de junho de 1873. Era filha de Pietro Galasso e Aguita Mota, conforme declarou no Requerimento para Registro de Estrangeiros realizado de acordo com o que dispunha o Decreto 3010 de 1938, que ficou conhecido como o “decreto de Getúlio”.

Neste mesmo documento a declarante informou que passou ao Brasil em dezembro de 1910, tendo sido registrada na Hospedaria da Ilha das Flores. Entretanto, nada localizamos nos livros da Hospedaria. Por outro lado, consultamos o comune de San Michele ao Tagliamento e recebemos a confirmação de que ali Pierina se casara com Francesco Colle no dia 15 de abril de 1894, sendo natural de Latisana, Udine, Friuli-Venezia Giulia.

Agora recebemos consulta de um leitor a respeito de parentesco entre Pierina Galasso e dois outros usuários do sobrenome que teriam vivido na zona da mata mineira. Nada podemos afirmar a respeito porque não estudamos as outras famílias citadas. Através do Sistema Integrado de Acesso do Arquivo Público Mineiro, vimos que Filomena Galasso passou ao Brasil em 1888, pelo mesmo vapor Washington no qual viajaram vários imigrantes que se estabeleceram em Leopoldina. Entretanto, no livro de registro consta que Filomena saiu da Hospedaria Horta Barbosa com destino a Rio Novo. Quanto ao outro nome da consulta, nada sabemos sobre Giovanni Galasso que, segundo o site já citado, veio para o Brasil em 1892.

Em dezembro de 1910, o casal Francesco Colle e Pierina Galasso tomou posse do lote número 12 da Colônia Agrícola da Constança, em Leopoldina, MG. Em 1942, Pierina continuava morando ali.

Bartoli

Na postagem publicada em junho de 2007, citamos o casal Alexandre Bedin e Celeste Bartoli. Seus nomes foram identificados quando fizemos pesquisas que resultaram nos textos publicados em jornal de Leopoldina, comemorando os 90 anos da Colônia Agrícola da Constança. Agora, que se aproxima o ano do centenário da Colônia, voltamos a falar deste sobrenome, mas apenas em relação aos descendentes de Pasquale Bartoli. Agradecemos a colaboração da Thais Bartoli, que nos ofereceu cópias de documentos fundamentais para ampliarmos as buscas.

Pasquale Bartoli procedia de Ancona, Marche, de onde partiu com a esposa Adele Gismundi, em 1896. Viajaram pelo vapor Sud America e deram entrada na Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora, no dia 18 de julho de 1896. Dali saíram contratados por Antonio Monteiro da Silva, para trabalhar em Matias Barbosa, MG. Com o casal estavam os filhos Elvira, Alberto, Marinho, Celeste e Alfredo.

Não sabemos quando foram para Leopoldina. Entretanto, descobrimos que o casal teve um filho de nome Giovanni Pasquale, nascido já no Brasil, além do caçula Elmerindo, nascido em Leopoldina no dia 1 de dezembro de 1910.

Alberto Bartoli, nascido a 13 de outubro de 1883 em Chiaravalle, Ancona, casou-se em Leopoldina com a também italiana Natalina Sardi, em 1902. Ela era filha de Giovanni Sardi e Giovanna Guelfi e faleceu em 1937 no distrito de Ribeiro Junqueira, Leopoldina, MG. No ano seguinte Alberto Bartoli casou-se com Generosa Pacheco, filha de Pedro José Pacheco e Dorcelina Amélia de Jesus

Celeste Bartoli, cujo nome original parece ter sido Celestina, nasceu em Ancona no dia 9 de setembro de 1892. Foi casada com o também italiano Alexandre Bedin com quem teve os filhos Rozina, João, Antonio, Maria, José, Alexandrina, Pedro, Santina, Nair, Wilda e Sebastião Bartoli Bedin.

Em 1942, Celeste Bartoli vivia na Colônia Agrícola da Constança, em Leopoldina, MG.

Os primeiros moradores da Colônia Agrícola da Constança

Conforme temos dito em várias oportunidades, a Colônia Constança não acolheu apenas imigrantes italianos. Ao transferimos para este novo endereço os textos publicados no final da década passada, voltamos a receber consultas sobre a presença de outras nacionalidades naquele núcleo colonial. Por esta razão, republicamos algumas informações que obtivemos nos Relatórios da Diretoria de Terras e Colonização de Minas Gerais.

No decorrer do ano de 1909, iniciaram-se os trabalhos de preparo dos lotes do núcleo que acolheria imigrantes em Leopoldina. A 12 de abril de 1910 foi assinado o Decreto 280 criando a Colônia Agrícola da Constança. O primeiro morador foi o Sr. João Baptista de Almeida Paula, que passou a residir naquele núcleo a 01.07.1909. Nos meses de novembro e dezembro de 1909, a Colônia recebeu as famílias de Mathias Hensul, Franz Ketterer, August Krauger, August Schill, Wilhelm Zessin, Augusto Mesquita, Franz Negedlo, Karl Thier e Fritz Zessin, mencionados nesta ordem de chegada no relatório do administrador da Colônia. Em janeiro de 1910, foram instaladas as famílias de Herman Krause, Ernest Lang, Franz Schaden, Bruno Troche e Manoel da Cruz Cartacho.

Alterações em Nomes e Sobrenomes


Freqüentemente recebo mensagens a respeito de alterações ortográficas em nomes e sobrenomes. De modo geral os remetentes se referem a erros cometidos. Como esta não é a minha opinião, hoje vou relatar alguns casos com os quais já me deparei.

Antes, porém, gostaria de lembrar que grandes línguas sofreram reforma ortográfica no século XX, afetando a forma como são escritos nomes e sobrenomes. Além disso, é importante observar que na década de 1940 foi adotado no Brasil o Vocabulário Ortográfico e Ortoépico da Língua Portuguesa, organizado pela Academia Brasileira de Letras de acordo com as normas da Academia de Ciências de Lisboa. Entre outras modificações dele conseqüentes, temos a mudança de Brazil (com z) para Brasil (com s).

Sendo assim, creio ser um tanto precipitado afirmar que foram cometidos erros, já que as normas podem ter sido alteradas após o registro de nascimento da pessoa em análise. A propósito, cito o Manual de Redação do jornal O Estado de São Paulo que indica o respeito pela ortografia original enquanto a pessoa for viva, adequando às normas após o seu falecimento. Exemplo clássico deste procedimento é o nome da escritora Rachel de Queiroz que agora vem como Raquel de Queirós.

Entretanto, quando se trata de estudos genealógicos organizados em banco de dados informatizados, é preciso tomar um cuidado adicional. É necessário adotar procedimentos que permitam localizar os nomes pelo sistema de indexação oferecido pelos softwares. Por exemplo: se lançarmos as variações Rezende e Resende será mais difícil localizar um personagem específico entre milhares de outros. Na minha opinião, cada pesquisador deve escolher seu próprio método.

Em meus estudos sobre os imigrantes que viveram em Leopoldina, encontrei inúmeras alterações de sobrenomes. Uma parte pode ter ocorrido por conta de processos de registro de estrangeiro em que foram obedecidas as normas ortográficas vigentes no Brasil da época. Outros indicam problemas de interpretação. O imigrante era analfabeto e o oficial do cartório ou o padre não conheciam a língua italiana. Como nem sempre eram apresentados documentos probatórios, escreviam o que entendiam da fala do requerente.

Mas encontrei também casos diferentes. Nas respostas que obtive dos Archivi di Stati já recebi indicação de duas variações para o mesmo sobrenome. Um deles o traz escrito com duas letras "z" e com duas letras "c" e explica "ma poi individuato come ..." Consultando uma professora de cultura italiana, ela afirmou que tais diferenças ainda são bastante comuns na Itália, variando a ortografia entre as diversas regiões e até mesmo entre comuni próximas.

Outro. Encontrei uma variação no sobrenome de uma família a respeito da qual localizei três documentos: o passaporto, a lista de embarque na Itália e o Certificato di Famiglia emitido pelo Archivio di Stato. Até hoje não decidi qual grafia adotar porque as três são diferentes e as variações também aparecem em dois Atti di Nascita de descendentes.

Imigração e Colonização em Minas Gerais


Uma das boas referências para se iniciar no estudo da imigração em Minas Gerais é a tese de doutoramento de Norma de Góes Monteiro, defendida em 1973 na Universidade Federal de Minas Gerais. Para quem estiver interessado, sugerimos:

MONTEIRO, Norma de Góes. Imigração e Colonização em Minas 1889-1930. Belo Horizonte: Itatiaia, 1994

Em anexo da página 189 deste livro, podemos encontrar a lista dos núcleos coloniais instalados em Minas Gerais entre 1889 e 1930. Foram eles:
Observe-se que os núcleos João Pinheiro e Inconfidentes, em Sete Lagoas e Ouro Fino respectivamente, eram organizações de âmbito federal. As demais colônias foram implantadas pelo governo de Minas.


Ambrosi


Um leitor nos pergunta sobre a família Ambrosi. Infelizmente temos poucas informações a respeito.

Sabemos que Rosa era filha de Pietro Ambrosi e Angela Bonfante, e que nasceu em Anghiari, Arezzo, Toscana por volta de 1870. Passou ao Brasil em 1895, casada com Giuseppe Bronzato. A família foi contratada por José Ribeiro Junqueira, do distrito de Santa Isabel, Leopoldina, MG.

Rosa Ambrosi vivia na Colônia Agrícola da Constança em 1942.

Dos filhos do casal Giuseppe e Rosa, Marino nasceu também em Anghiari. Já em Leopoldina nasceram Miguel Ângelo em 1898, Julio Celestino em 1903, Julia em 1907, Agostinho em 1908 e João Pedro em 1911.

Fazendeiros Contratantes


Considerando o longo período de fluxo de imigrantes para Leopoldina, é fácil imaginar que eram muitas as fazendas contratantes. Mas nem todas foram devidamente identificadas nos Livros da Hospedaria Horta Barbosa. O que nos levou a listar, apenas a título de exemplo, os nomes citados entre os contratantes dos colonos que foram trabalhar em Leopoldina no final da década de 1890.

Esclarecemos que a relação inclui somente os proprietários localizados dentro do território que ainda permanece no município de Leopoldina.

Antonio Caetano de Andrade - distrito de Providência;
Antonio Carlos de Barros Faria – distrito de Santa Isabel;
Antonio Maurício Barbosa - distrito de Piacatuba;
Augusto Goes;
Barão do Bonfim – Fazenda Paraíso;
Francisco de Andrade Botelho – distrito de Santa Isabel;
Gabriel de Andrade - distrito de Santa Isabel;
José Ribeiro Junqueira - distrito de Santa Isabel;
Lobatao e irmão;
Romualdo B. M. N. Gama - distrito de Providência;
Teófilo Barbosa da Fonseca;
Tomé de Andrade Junqueira - distrito de Santa Isabel.

Famílias contratadas nos primeiros meses de 1896


Conforme temos dito freqüentemente, muitos dos imigrantes contratados para trabalhar em Leopoldina ainda não foram estudados. Estamos publicando seus nomes com dois objetivos. Primeiro para atender pedido de nossos leitores, especialmente os que leêm nossos artigos publicados em jornal de Leopoldina. O segundo objetivo é deixar registrado o nosso pedido de colaboração aos leitores deste blog. Se você sabe algo a respeito dos nomes abaixo, por favor, entre em contato.

Ancillon, Gaetano
Angarelli, Agostino
Ballotin, Antonio
Ballottin, Antonio
Benotto, Nicolo
Bertagna, Luigi
Bertoni, Maria
Bianchini, Giuseppe
Bonfada, Cesare
Bortolussi, Angelo
Canazza, Luigi
Carraro, Angelo
Castelli, Giov. Bat.
Cazzardi, Michelle
Chiapello, Silvestre
Coro, Margherita
Cracco, Mansueto
Damerini, Fortune
De Togni, Mose
De Vecchio, Marco
Drigo, Sante
Fancanella, Fortunato
Finotto, Ernesto
Giovani, Virgilio
Lauza, Gaetano
Marcato, Giacinto
Marchetti, Clemente
Mattiuzzi, Luigi
Modolo, Valentino
Nolin, Pietro
Pasetto, Pietro
Pavan, Maria
Perobelli, Michelle
Rancan, Francesco
Sacchetto
Scopellado, Michelle
Scotti, Catterina
Segantin, Mariano
Simonetti, Luigi
Soave, Ignazio
Tadelei, Luigi
Tratto, Domenico
Turrini, Giovanni Batista
Valotto, Antonio
Verdolin, Giusto
Visentini, Carolina

Chefes de famílias contratadas em março de 1896


Ao levantarmos os processos de Registro de Estrangeiros, relativos aos imigrantes que viveram em Leopoldina, observamos que o ano de 1896 foi citado por vários deles como sendo a época em que passaram ao Brasil. Entretanto, para o mês de março daquele ano os livros da Hospedaria Horta Barbosa citam apenas os seguintes:

Albertini, Cesare
Bertuzzo, Gio Battista
Bitto, Giuseppe
Bossan, Caterina
Broglio, Maria
Buson, Giacomo
Caporali, Giovanni
Cordiali, Luigi
Gaiofatto, Constante
Giacometti, Sante
Maraia, Guglielmo
Marchesin, Giovanni
Marchetti, Sante
Momo, Carlo
Montali, Settimo
Morasea, Gio Battista
Pavanello, Luigi
Perini, Antonio
Perini, Virgilio
Squachi, Gironi
Turetta, Luigi
Venanzoni, Sebastiano

Chefes de famílias contratatas em dezembro de 1895

Entre os chefes das famílias italianas abaixo, contratadas para trabalhar em Leopoldina em dezembro de 1895, poucos foram localizados entre os antigos moradores da Colônia Agrícola da Constança. Ao republicarmos aqui estes nomes, a intenção é abrir um caminho que possa nos trazer informações de descendentes, pois suspeitamos que grande parte destas famílias migrou para outras regiões brasileiras.

Bavieri, Pietro
Bronzato, Giovanni
Bronzato, Giuseppe
Casarotti, Paolo
Columbara, Domenico
De Stefani, Silvio
Faccin, Luigi
Ferrarino, Antonio
Gatti, Giovanni
Lazzarone, Sebastiano
Mantovani, Giocenia
Negritto, Vincenzo
Poggio, Andrea
Schierari, Vittorio
Specic, Augusto
Totrino, Alessandro
Valle, Antonio
Zuppichini, Gioachino

Chefes de famílias contratadas em novembro de 1895


Hoje listamos os chefes de famílias contratadas para trabalhar em Leopoldina em novembro de 1895. Lembramos que este levantamento foi feito há 10 anos, com o objetivo de colher dados sobre os imigrantes que viveram em Leopoldina, especialmente na Colônia Agrícola da Constança.

Aprile, Andrea
Barberis, Pietro
Bellon, Battista
Bellon, Napoleone
Benedetti, Gaetano
Bentaro, Domenico
Bentaro, Floriano
Betto, Luigi
Bozza, Giovanni Battista
Bozza, Massimiliano
Brianza, Rosa
Bullado, Innocente
Caceffo, Pietro
Callegari, Sante
Campana, Giovanni
Catozzi, Massimilianno
Cazzalo, Angelo
Chiapperini, Amedeo
Cordini, Bortolo
Cosine, Antonio
Crepaldi, Amedeo
Dalla Pria, Virginia
De Battiste, Luigi
Franzone, Luigi
Frigo, Antonio
Galti, Giuseppe
Garavello, Domenico
Ghedini, Domenico
Isonal, Alessandro
Lattunada, Ercole
Lorini, Bernardo
Lupatini, Alda
Lupatini, Antonio
Lupatini, Giovanni
Maccalzoni, Giulio
Meneghelli, Giovanni
Mondin, Giuseppe
More, Cesare
Morin, Antonio
Moscatelli, Luigi
Motta, Luigi
Pelacani, Enrico
Pelacani, Giulio
Pellegrini, Florind
Peolari, Pietro
Perazzolo, Gioachino
Perazzolo, Giuseppe
Pesarino, Antonio
Pizzamiglio, Antonio
Quaggio, Ferdinando
Righetto, Pasquale
Rizzo, Giacomo
Rizzo, Luigi
Rossi, Aristide
Rossini, Giuseppe
Rubli, Vananzio
Ruffo, Girolmo
Sampietro, Giovanni
Sangirolami, Gio Battista
Sartorini, Luigi
Scolari, Oreste
Stanzial, Fortunato
Sturaro, Giuseppe
Trevisan, Angelo
Venturini, Ana
Zambon, Francesco
Zanco, Alesandro

Chefes de famílias contratadas em novembro de 1894


Esclarecemos que o levantamento de famílias contratadas foi feito a partir das pistas encontradas em documentos dos primeiros imigrantes que viveram em Leopoldina. Portanto, na época requisitamos ao Arquivo Público Mineiro apenas partes dos livros disponíveis, justamente aquelas que incluíam as datas indicadas pelos declarantes.

Assim é que, depois de pesquisarmos as entradas de passageiros em 1888, buscamos o ano de 1894. Segundo os livros de Matrículas de Imigrantes da Hospedaria Horta Barbosa, em novembro de 1894 os grupos chefiados pelos imigrantes abaixo foram contratados para trabalhar em Leopoldina.

Aloatti, Pietro
Cassagni, Stefano
Mina, Giacomo
Sangalli, Giuseppe
Sardi, Giovanni
Zulian, Candido

Chefes de famílias contratadas em novembro de 1888

Os imigrantes a seguir, todos de origem italiana, saíram da Hospedaria Horta Barbosa em novembro de 1888, com destino a Leopoldina, MG

Albertini, Giuseppe
Albertoni, Angelo
Bandispia, Pasquale
Battaglia, Felippo
Beatrisini, Giacomo
Bernardi, Pasquina
Bortolozzo, Domenico
Bortolozzo, Vincenzo
Bottorin, Gaetano
Broccato, Raimundo
Brosatte, Sebastiano
Busande, Giovachino
Bussatto, Luigi
Caloni, Egisto
Calsavara, Giuseppe
Carraro, Federico
Ceoldo, Camillo
Cercellate, Antonio
Cesare, Virgilio
Conforte, Geraldi
Cremonese, Giuseppe
Donnini, Cesare
Donnini, Gio. Batista
Fazzolato, Pasquale
Giacomin, Michele
Gonzole, Giuseppe
Gottardo, Antonio
Gusigoni, Osvaldo
Lazzarini, Luigi
Lorenzi, Modesto
Malazzi, Luigi
Mantovani, Girolamo
Marcatto, Francesco
Marchiosi, Teresa
Marinato, Giordano
Meneghetti, Luigi
Meneghetti, Sante
Nalon, Domenico
Negrini, Clemente
Panizzo, Antonio
Perigolo, Giacomo
Perigolo, Luigi
Pertile, Marsilio
Pizzeratte, Fiorino
Polani, Desiderio
Prosdogini, Maciel
Reginata, Romano
Righeto, Antonia
Righeto, Domenico
Righeto, Pasquale
Righi, Raffaele
Rizzo, Domenico
Rochi, Giuseppe
Rossato, Angelo
Saloto, Angelo
Schiasse, Giuseppe
Schiavolin, Giovanni
Sigata, Matteo
Sofoni, Battista
Sofoni, Giacomo
Spalassi, Luigia
Spoladore, Antonio
Stergale, Antonio
Testti, Emilio
Ungarelli, Giulio
Zappaterra, Vincenzo
Zini, Eugenio
Zotti, Domenico
Zotti, Pietro

Neste mesmo mês foram contratadas duas famílias belgas, cujos chefes eram:
Christofano, Pascal e
Ivatanwolo, Rafael.

Pedidos de Leitores


Em nosso projeto de resgate da memória cultural da Colônia Agrícola da Constança, publicamos nossos estudos em periódicos de Leopoldina. Na série de artigos que escrevemos por ocasião dos 90 anos daquele núcleo colonial, muitas vezes mencionamos imigrantes que, contratados por fazendeiros da cidade até vinte anos antes da fundação da Colônia, tornaram-se proprietários de lotes ou agregados. Em outros casos, citamos sobrenomes de imigrantes que lá não residiram, mas cujos descendentes vieram a unir-se por casamento a descendentes daqueles colonos.

Agora, que nos aproximamos das comemorações do Centenário em 2010, diversos leitores têm feito contato conosco, interessados em mais informações não só sobre os colonos, como também sobre os imigrantes que viveram em Leopoldina no final do século dezenove.

Por esta razão, republicaremos alguns nomes de chefes de famílias que foram contratados na Hospedaria Provincial – Hospedaria Horta Barbosa em Juiz de Fora. Lembramos que a eventual variação na grafia deve-se ao fato de os responsáveis pelo registro nem sempre obedecerem fielmente ao contido no documento então disponível. Muitas vezes, parece-nos que foi registrado o som da pronúncia do imigrante.

Os Administradores


A Colônia Constança era dirigida por um representante do governo de Minas, nomeado para o cargo de Administrador da Colônia. Este funcionário era responsável pela venda dos lotes, recebimento das prestações e organização geral das atividades. O primeiro deles foi o Sr. Ferdinando Sellani, irmão do colono Santo Sellani, lote 60. Ferdinando permaneceu no posto até outubro de 1909.

O governo nomeou, então, Guilherme Prates que, segundo a Gazeta de 27.05.1911, permaneceu no cargo até 16.05.1911, quando foi transferido para a Colônia Santa Maria, em Sobral Pinto/Astolfo Dutra.

Da Santa Maria, na mesma data, veio o diretor Félix Schmidt, que administrou a Constança por um curto período, pois em 30.06.1911 veio a falecer.

Assumiu o cargo, a partir daí, o Sr. Climério Duarte Godinho, que já exercia a função de auxiliar desde julho de 1909 e que permaneceu até a total quitação dos financiamentos dos lotes e emancipação da colônia.

O Sr. Climério residiu na sede da Colônia, que funcionava na antiga fazenda Boa Sorte, hoje de propriedade da família Bonin (Bonini). Ali funcionava a escola pública que atendia às famílias dos colonos.

Outro nome que esteve ligado à administração da colônia é o de João Ventura Gonçalves Neto, que foi também Juiz de Paz em Leopoldina.

Dados dos primeiros anos da Colônia Agrícola da Constança


Os dados censitários extraídos dos Relatórios Anuais da Presidência da Província de Minas Gerais, informam que a população da Colônia Agrícola da Constança era a seguinte:
1909 - 56 habitantes; 1910 - 255 hab.; 1911 - 386 hab.;
1912 - 426 hab.; 1913 - 664 hab.; 1914 - 596 hab.;
1915 - 836 hab.; 1916 - 1048 hab.;
e 1917 - 1065 habitantes.

A colônia produzia café, arroz, feijão, mandioca, cana de açúcar, milho, amendoim e fumo. Seu rebanho era composto de 444 leitões, 80 bovinos, 59 cavalos, 79 cabritos, 2.703 galináceos e 51 patos. E de tudo que produziam, os colonos entregavam 20% ao governo, como forma de pagamento de suas dívidas.

Como mostra da importância da colônia é de se citar o entreposto comercial que foi a Casa Timbiras, cujo prédio ainda hoje existe, embora com outra destinação; a construção da igreja de Santo Antonio, na Onça; e o fato de, em 1911, Leopoldina ter contado com um Agente Consular Italiano, o Sr. Angelo Maciello, representante de S.M Rei da Itália. Mas a maior contribuição está na influência dos descendentes das famílias italianas em Leopoldina, as olarias (fábrica de tijolos e telhas), a fábrica de vassouras e tamancos, moinhos de fubá, muita polenta, cubu, futebol e um pessoal trabalhador como poucos.

A evolução da Colônia nos primeiros anos


Inicialmente foram demarcados 60 lotes. No ano seguinte contavam-se 65 e, em 1911, o número aumentou para 68. Com a aquisição da fazenda Palmeiras, a colônia passou a somar 73 lotes. Destes, ao final do exercício de 1912, apenas 64 estavam ocupados, sendo apenas um por título definitivo.

Devidamente cercados e com uma casa de morada coberta de telhas, os lotes foram vendidos principalmente aos imigrantes que ali passaram a cultivar toda sorte de produtos, a maioria deles para serem vendidos na cidade ou, na "venda de secos e molhados", que ficava na entrada da Boa Sorte e que se transformou num verdadeiro entreposto comercial para uma vasta região.

As casas da Colônia tiveram como modelo (planta) as da Colônia Vargem Grande, uma colônia que já existia nas proximidades de Belo Horizonte.

Sabemos que entre novembro e dezembro de 1909, com 15 lotes preparados, foram instaladas na Constança onze famílias, sendo 8 alemãs (38 pessoas), 1 austríaca (7), 1 portuguesa (3) e 1 brasileira (8 pessoas). Essa população era formada por 31 pessoas do sexo masculino e 25 do feminino.

A Gazeta de 17.04.1910 informa que no mesmo mês da criação da Colônia foram deferidos os pedidos de lotes dos colonos Friederich (Fritz) Zessin, August Kraucher (Krauger), Karl Thiers, Franz Havier, August Schill, João Gerhim, Hermann Richter, Bruno Troche, Hermann Kunse (Krause) e Erust (Ernest) Lang. Informa ainda que o lote nº 41 foi cedido a Augusto Mesquita, que João Carminatti pretendia os de números 58 e 59 e que o lote 64 havia sido adquirido por Manoel Gomes Pardal.

Dos 16 colonos assentados no primeiro ano, 7 a abandonaram, tendo sido inscritos como devedores. Outros dois abandonaram a Colônia no ano seguinte.

A formação da Colônia Constança


Foram os imigrantes chegados a Leopoldina até vinte anos antes da fundação da Constança, que se constituíram na primeira população daquele núcleo agrícola.

No início, poucos conseguiram comprar os lotes. A maioria formou a população de agregados, citados nos relatórios da Diretoria de Agricultura, Terras e Colonização.

Consta que o núcleo vinha sendo planejado desde 1909 e foi constituído a partir das fazendas Constança, Boa Sorte, Onça (parte) e Puris (parte), adquiridas pelo Estado. Relatório da Diretoria da Agricultura, Terras e Colonização, de 1909, assinado por Guilherme Prates, informa que
"Acha-se situada no districto da cidade de Leopoldina, a quatro kilômetros da estação da estrada de ferro. Fundada em terras das fazendas annexadas e denominadas Constança, Sobradinho, Boa Sorte, Onça e o sítio Puris, que o Estado adquiriu. Tem área de 17.437.500,00 metros quadrados, dividida em 60 lotes, com cerca de 25 hectares cada um e um logradoiro público."

Mas a criação da Colônia ocorreu mesmo em 12.04.1910, através do Decreto Estadual nº 2801.

Para a sua constituição o Governo adquiriu, entre outras, a fazenda Boa Sorte com 122 alqueires, em 02.03.1909, conforme o Annuario Historico Chorographico de Minas Gerais daquele ano. Em julho de 1910 incorporou à Colônia as terras da Fazenda Modelo D. Antonia Augusta e, no ano seguinte, as das fazendas Palmeiras e Santo Antônio do Onça, esta última adquirida da Câmara Municipal, conforme a Gazeta de 30.06.1911.

Por que imigrantes italianos ?

Dois fatores principais contribuíram para a imigração italiana. O primeiro deles estava lá na Itália. Era a miséria que assolava algumas regiões rurais do norte do país, agravada pelas intempéries e pela chegada do capitalismo no meio rural, responsável pela concentração das terras nas mãos de grandes proprietários. Tais problemas acabaram por obrigar a migração para outras regiões ou para a América.

O segundo fator estava do lado de cá do Atlântico. A necessidade, de colonizar o Brasil e, de substituir a mão de obra escrava, levaram o governo brasileiro a incentivar e até financiar a vinda de colonos. E a propaganda, feita na Itália, de que aqui existia terra fértil e barata, foi a chave para o grande fluxo.

Assim, "fazer a América" (fare l’america), como se dizia, virou o sonho daqueles italianos.
Para se ter uma idéia do vulto dessa migração, segundo Thomas Sowell, citado por Rosalina Pinto Moreira, historiadora da cidade de Astolfo Dutra, no seu livro "Imigrantes ....Reverência"(pág. 24), "doze milhões de italianos emigraram, principalmente para as Américas, no maior êxodo de um povo na história moderna".
O espírito reinante na época bem se define na despedida deles da Itália:
"Nós, italianos trabalhadores, alegres partimos para o Brasil, e vós que ficais, ó donos da Itália, trabalhai empunhando a enxada, se quereis comer !"
Uma longa história e muito cara aos imigrantes de Leopoldina.

Razões para trazer Imigrantes


É bom reler a história da época e entender as razões da vinda desses imigrantes. Lembrar que antes da Lei Áurea já havia um movimento em busca do trabalhador livre, conseqüência principalmente da libertação dos escravos maiores de 60 anos e da Lei do Ventre Livre. Os fazendeiros sentiam que o abolicionismo crescia e eles perdiam a mão de obra escrava, fundamental na colheita do café, a maior riqueza da região.

Mas nem todos os imigrantes europeus se adaptavam ao regime de trabalho imposto pelos fazendeiros. Alguns conseguiam ser repatriados; outros iam e, tempos depois retornavam ao Brasil. E outros, quando chegavam à Hospedaria que os acolhia no percurso de volta ao país de origem, assinavam contrato com fazendeiro de outra região no Brasil e desistiam da viagem de volta.