População da Colônia Agrícola da Constança em 1910-1911


O RELATÓRIO DA DIRETORIA DA AGRICULTURA, TERRAS E COLONIZAÇÃO, ano de 1911, permite analisar os dados populacionais da Colônia Constança no seu primeiro ano de efetiva existência.

A sua população era então de 386 indivíduos, sendo 183 do sexo masculino e 203 do feminino, distribuídos pelas seguintes nacionalidades: brasileira 53, italiana 164, portugueza 58, alemã 49, espanhola 2, austríaca 6 e turca 4. Ressaltamos que nem todos os habitantes da colônia eram proprietários de lotes. Pelo contrário, um número expressivo era composto de agregados às famílias dos colonos, imigrantes que não haviam se adaptado ao regime de trabalho imposto pelos fazendeiros da região e que, em alguns casos, estavam há quase vinte anos morando provisoriamente nos mais diferentes lugares. Muitas vezes também, o proprietário do lote era apenas aquele que conseguira aprovação ao seu projeto de financiamento. Mas o trabalho era realizado por diversas famílias que seriam meeiras do colono registrado.

Segundo o Relatório acima citado, no exercício de 1911 estavam localizadas no núcleo 18 famílias, com o total de 93 indivíduos, mas uma a abandonou no mesmo ano. No entanto, é preciso observar que o relatório não se refere ao ano civil, mas ao ano decorrido desde o relatório anterior, baseado em mapas de janeiro de 1910.

Quanto aos que abandonaram a colônia, foram 9 famílias com 50 indivíduos, chefiadas por: Angelo Bucciol, August Krauger, August Schill, Bruno Troche, Franz Negedlo, Franz Schaden, Herman Krause, Karl Thier e Demetrio de Lorenzi. Este último instalou-se na Colônia no dia 26.02.1911 e três meses depois a abandonou, tendo sua saída sido registrada a 30.05.1911. O montante da dívida destes colonos era então de 2:821$398.

Entre a chegada ao Brasil e a compra do lote


Através dos Fofano, observamos mais um caso de colonos que foram instalados na Colônia Agrícola da Constança, em Leopoldina, muito tempo depois de terem vindo para o Brasil. Isto ocorreu porque muitos imigrantes foram contratados pela Província de Minas Gerais entre os anos de 1887 e 1894, com o objetivo de substituir a mão de obra escrava. Desembarcados no Porto do Rio, eram encaminhados para Hospedarias de Imigrantes de onde saiam sob contrato com algum fazendeiro ou mesmo alguma câmara municipal.
No caso de Leopoldina, já encontramos famílias que desembarcaram no Rio em 1894, ficaram alguns dias na Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora e foram contratados pela Câmara Municipal de Leopoldina que os encaminhou para fazendas do município. Muitos desses imigrantes, quando da criação da Colônia, ali adquiriram lotes e passaram a cuidar da sua própria terra.